Família Jeon.

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_______ P.O.V.

Levanto-me com pressa, fazendo a cadeira ranger sob o piso de granito. Atraio olhares questionadores, mas não me importo. Faço cálculos mentais a fim de descobrir que horas mais ou menos Jungkook pousará em solo coreano, e faço uma careta porquê o resultado é terrível. Se meu irmão saiu de Londres no exato momento em que enviou essa mensagem significa que ele chegará em Seul... agora.

Meu Deus.

— Vocês precisam ir embora. — Me pronuncio repentinamente para os dois garotos que param de comer e me encaram. — Assim... precisam ir embora agora. — Friso a última palavra para ser bem específica, mas não parece funcionar, já que eles se entreolham confusos. — Não fiquem aí parados! Vão embora logo, anda! — Abano as mãos e vou até a porta da cozinha. Ponho a cabeça para fora e encaro o extenso corredor silencioso. Ainda não capto nenhum sinal da presença de Jeon Jungkook, mas isso não me alivia, porquê sei que é só uma questão de tempo até ele chegar.

— O que deu nela? — Jisung questiona para Chan que encolhe os ombros e balança a cabeça. — Aish, o que deu em você? — Ele indaga diretamente para mim.

— Não tenho tempo para perguntas, Jisung! — Murmuro aflita e bato as mãos na coxa. — O que estão esperando? Dêem o fora daqui, rápido! — Os meninos continuam inertes me encarando com a maior cara de tédio do mundo. — Argh, vocês...

— Aconteceu algo grave?

— Que parte do "não tenho tempo para perguntas" você não entendeu, Bang Chan?

— Aish, grossa. Francamente, você não muda não? Já quer brigar de novo? — O loiro cruza os braços fortes. Penso em retrucar, mas recordo-me que supostamente se criou uma linha de paz entre nós e engulo as palavras. Também não tenho tempo a perder, pois se Jungkook os ver aqui com certeza irá tirar conclusões precipitadas, e até eu conseguir convencê-lo de que pau é pau, pedra é pedra, ele já terá matado muita gente.

Inclusive eu.

— Só façam o que estou pedindo, por favor.

— Por favor? — Jisung repete a palavra com estranheza e ri. — Eita, você implorando assim até me comove.

— Te comove é? — Estreito o olhar e ele exibe um sorrisinho de canto de boca. — Sabe o que mais seria comovente? Sua família e seus amigos chorando no seu velório, filho da mãe!

— Você está me ameaçando, garota?

— Só estou avisando que é isso que vai acontecer se você não der o fora daqui agora mesmo!

— Tenta a sorte então, coisa burra!

— Qual é! Não sou eu o problema dessa vez!

— Você sempre é o problema!

— Jisung, não temos tempo pra discutir. — Corto-o. — Só colabora comigo pelo menos uma vez.

— E por que eu faria isso? — Ele relaxa as costas na cadeira e passa o indicador pelo nariz, fungando. — Me dê bom um motivo, aí penso no seu caso. — Rosno baixinho e aperto os punhos, prestes a perder a paciência. — Chan, presta atenção...— Recorro ao loiro para me ajudar, mas ele vira a cara numa atitude petulante. — Mas o que diabos...

— Não fale comigo agora. — Ele infla as bochechas e enruga o meio da testa, em uma expressão chorosa.

— Como é? — Faço uma careta e ele resmunga coisas que não entendo. — Aish, para com isso! — Bato o pé no chão e o loiro me olha de soslaio, ainda com a cara fechada.

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