Fragilidade.

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__________ P.O.V.

A tensão entre Minho e eu cresce a cada segundo que passa.

A agressividade irremediável que aflora em seus poros, aumenta o ritmo de sua respiração ruidosa que bate contra meu rosto, abrasando minha pele. O calor que flui do seu corpo quase colado ao meu é como uma aura obscura que ameaça me diminuir.  Calafrios percorrem minha superfície e me congelam. Gotículas de suor se formam em minhas têmporas e costas e eu tento engolir saliva para lubrificar a garganta seca, mas não consigo. Sinto-me neutralizada diante de suas pupilas dilatadas que passeiam por meu rosto e captam cada detalhe como se fosse guarda-los para si.

Vozes ecoam ao nosso redor, mas meus ouvidos não distinguem uma mísera palavra. Poucos centímetros nos separam e nossas respirações pesadas colidem, totalmente sobrecarregadas por um sentimento implícito. A aproximação nos faz compartilhar o mesmo ar e sinto que nosso narizes quase se tocam.

Minhas pálpebras tremulam e eu reprimo um suspiro que ameaça desregular ainda mais minha respiração. Fecho as mãos em punho, sinto o suor gelado nas palmas e me irrito comigo mesma. Estou nervosa, mas não quero. Não posso fraquejar diante de alguém como Lee Minho. Eu nunca daria esse gostinho à ele.

Nunca.

— Afasta. — Meu sussurro somente Minho escuta.

— Ou o quê? — Seu tom se assemelha ao meu, mas é muito mais grave e ameaçador. Sua afronta vem com uma presunção inigualável e eu maneio a cabeça para um lado. Meus olhos se estreitam. — Acha que uma patricinha patética pode fazer algo contra mim?

— Não lembro de ter dito que faria. — Retruco latente e suas orbes tremem.

— Sua atitude deixa tudo muito claro.

— Depende do ponto de vista, marginal. — Ergo o queixo e sorrio de canto. Observo os detalhes que saltam em seu rosto e me perco por segundos. Os cabelos cobrem sua testa, as íris acastanhadas tremeluzem sem motivo. Há uma cicatriz discreta no alto de uma bochecha e um sinal em uma das narinas. Seus lábios pequenos e avermelhados se apertam em uma linha fina e então ele me lança um sorriso.

… Um sorriso que me desarma.

Porquê suas feições tornam-se tão inocentes que por um momento eu esqueço de quem ele realmente é.

— O meu sempre é o certo.

— Idiotas tendem a acharem que são os donos da razão.

— Então todos somos idiotas, benzinho. — Ele acaricia meu queixo e me lança outro maldito sorriso. — Agora saia da minha frente.

— Ou o quê? — Devolvo a afronta e seu rosto se fecha, mas não apresenta a aversão que deveria. Cravo os olhos nos seus instintivamente, com os lábios entreabertos, e o que vejo me intriga. Há um lampejo de fragilidade escondido por trás da arrogância que erradia de sua figura.

E isso me atrai…

Não…

Não, não e não.

Isso não.

Recuso-me com todas as forças sentir-me minimamente atraída por esse marginal imbecil que… que… Balanço a cabeça com veemência e quebro nosso contato visual. Ergo a postura e inflo os pulmões. Recupero-me. Não vou me deixar levar por qualquer rostinho bonito que não seja o de Hwang Hyunjin.

Não mesmo.

— Eu disse para sair da minha frente. — Seu hálito quente se choca contra meus lábios quando ele sussurra.

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