Castigo.

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__________ P.O.V.

— Por quanto tempo mais ficarão calados sem me darem uma explicação? — A diretora chama nossa atenção pela terceira vez e eu abaixo a cabeça, mordendo fortemente meu lábio inferior. Encaro minhas mãos enroscadas uma na outra e balanço as pernas, inquieta. Não consigo me pronunciar, por enquanto. Ainda estou nervosa e irritada demais para conseguir formar qualquer frase que não envolva amaldiçoar até a quinta geração de Lee Minho.

Por isso, só falarei quando for realmente preciso.

— Não é surpresa que esteja aqui, Minho, mas não sabia que havia arranjado uma parceira para cometer seus delitos. — Arregalo os olhos, tão ofendida pela forma que a mulher fala que levanto da cadeira com as bochechas queimando de ódio. A mulher se assusta com a minha atitude e me lança um olhar severo que não me afugenta. Quem ela pensa que é para insinuar que eu sou uma delinquente?! Tudo bem que ela é a diretora, mas isso não significa nada… Na verdade significa, mas não importa.

Até a megera da química e o velhote das chaves conseguiram me assustar mais que essa sem sal com penteado esquisito.

— Sente-se, agora! — Ela ordena e eu cruzo os braços, sentando-me à contragosto. Repito diversas vezes em minha cabeça que preciso obedece-la pelo meu bem.

Apenas por isso.

— Por que não está surpresa de me ver aqui, titia? — Franzo o cenho, fitando de esguelha o garoto que parece segurar o riso.

Como assim, titia?

— Talvez seja pela frequência absurda que você vem parar aqui. — A diretora o responde rapidamente. — E não me chame assim quando eu estiver exercendo o meu trabalho. — Ela entorta os lábios e o menino zomba pelo nariz. Enquanto isso meus olhos perscrutadores pousam numa plaquinha de madeira, em cima da mesa organizada, onde leio o nome – Lee Jisoo – e entendo rapidamente.

O vândalo é parente da autoridade do Yochida.

Mas que interessante.

— Faz um bom tempo que não te faço uma visitinha. Dá um desconto.

— Você estava de férias, garoto. — Ela diz como se fosse óbvio. — E agora, estamos apenas no segundo dia de aula e você já está bem na minha frente. — Escuto Minho suspirar e olhar para o teto, entediado.

— Não tenho culpa se vocês não entendem o que é arte.

— O que você fez no segundo andar se chama vandalismo. — Diretora Jisoo o corrige e olha para mim. — E o que você tem a dizer sobre isso, Jeon?

— Nada além de, eu não deveria estar aqui.

— E no entanto, é exatamente aqui que você está, hm? — Ela junta as mãos e apoia os cotovelos na mesa, com as sobrancelhas erguidas. — Então me diga o porquê. — Encaro o rosto severo da mulher e tomo um fôlego profundo pronta para iniciar minha explicação, mas a risada debochada de Minho rompe meu raciocínio e rouba um olhar confuso da mais velha.

— Nem perca seu tempo tentando se explicar, benzinho. — O garoto se pronuncia, levantando-se da cadeira. — E diretora, nós dois sabemos que __________ pode te apresentar mil argumentos, mas você não acreditará em nenhum deles, porquê o fato de ela estar comigo anula qualquer verdade. Então que tal parar de ser chata e acabar com isso de uma vez?

— Moleque…— A diretora balança a cabeça em negativa, com uma expressão desgostosa. — Você é um caso perdido… Seu pai não deveria ter te mimado…

— Sem sermões idiotas, beleza? Você sabe que eu tô me fodendo pra isso. — A voz de Minho é carregada de descaso e o olhar duro da mulher hesita por uma fração de segundos.

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