Cat Paws.

chapter 16 | i know you

Passear com o dada sempre vai ser a melhor coisa que eu gosto de fazer com ele. Ele tira o tempinho dele para me divertir no parquinho ou caminhar comigo na praça. Mas ontem choveu bastante, e está tudo molhadinho lá fora no parquinho, então ele combinou de ir no shopping assistir um filme comigo.

Um filme de super heróis, o dada sabe que eu amo super heróis!

— Yoonie, venha aqui por favor? — ele me chamou do quarto, então saí do banheiro e fui de frente para ele.

— O que foi dada? — perguntei, e ele tirou do bolso um colar de prata, com as iniciais do nome dele, K e T. — Para mim?

— Bem, sim olha. — ele afastou o casaco que usava e mostrou á mim o mesmo colar, só que os pingentes eram com as iniciais do meu nome, M e Y.

Eu amava as surpresas do dada, ele sempre foi tão criativo e legal na hora de pensar em nossos presentes, eu realmente tenho muita sorte de tê-lo.

Entreguei o colar para ele colocar em meu pescoço e me virei de costas, esperando que ele colocasse. De repente senti ele me virar de frente para ele e me abraçar forte, então abracei ele de volta, eu já disse que amo o abraço dele? Pois bem, eu amo o abraço dele.

— Vamos? — ele perguntou e eu assenti, entrelaçamos as mãos e descemos as escadas.

— Já estão saindo? Estão levando dinheiro e documentos? Tem crédito no seu celular Tae? Estão bem aga-

— Mãe, estamos bem e saindo ok? Traremos um lanchinho para a senhora. — Taehyung deixou um beijo na testa da mãe, e eu acenei para ela, e enfim saímos.

(...)

Depois de assistirmos o filme, dada comprou um sorvete de morango, o meu preferido. Fomos num parquinho que tinha no shopping também, e o dada quase caiu do escorrega, ele não gostou que eu dei risada.

— Mas dada, foi engraçado, não foi? — perguntei ainda rindo, enquanto o dada estava com um biquinho fofo, ele também era um bebê, como eu.

— Yoonie, rir do dada é feio sabia? Não pode. — assim que ele falou eu me assustei, eu não podia ter feito isso? Eu não sabia, poxa...

— D-dada, desculpa, eu não sabia que não po-

— Ei ei, calma. Foi só uma brincadeira ok? — dada disse rindo, deixando um beijo na minha testa, como sempre fazia, aquele bobão sempre fazia brincadeiras comigo. — É sempre bom ver meu pequenino sorrir.

E atendendo ao pedido do dada, eu sorri somente para ele, como se tudo em volta dele sumisse e meus olhinhos focassem somente em sua imagem, eu amava o dada tanto que conseguia ser incrível demais para meu coraçãozinho.

Decidimos então parar para comer um lanchinho, descansar um pouco e ir para casa de novo. Dada foi para a fila comprar o meu lanche, e fiquei esperando por alguns minutos.

Foi quando um rapaz altinho, e parecendo ter a mesma idade que eu se sentou na minha mesa. Ele parecia com medo, e não tinha percebido que eu estava sentado ao lado dele, somente vi ele desesperado e olhando para os dois lados. Assim que eu ia cutucar o rapaz para alertá-lo sobre, eu vi uma coisa que não seria capaz de ver.

Fiquei alguns minutos parado ali, somente observando o que havia visto na nuca do rapaz, até que saí do meu little space por medo e por estar assustado. Tentei me recordar de absolutamente tudo o que conseguia achar de estranho na época, e tudo o que consegui lembrar se resumiam certamente àquela marca na nuca do rapaz. Uma cicatriz em forma de "X" na horizontal, cruzando o pescoço dele, era o Hoseok.

Era ele, eu conhecia ele.

— H-hobi? — sussurrei e senti ele pular da cadeira em um susto, e logo se virou de frente para mim.

Seus olhos estavam encharcados de lágrimas, além de sem querer eu tê-lo assustado, podia ver seu rosto denunciando medo, um tremendo susto e além disso, estava estampado o cansaço pela respiração descontrolada e as olheiras debaixo dos olhos.

Ele tentava se lembrar de quem eu era, e eu não tirava os olhos dele, eu não conseguia tirar, eu queria que ele visse no fundo dos meus olhos e lembrasse de mim, eu deixei muito a expectativa tomar conta de mim.

Logo Taehyung havia chegado meio confuso, mas assim como eu, se recordou que era Hoseok, percebi sua resposta quando ele arregalou os olhos e me encarou, e em seu olhar dizendo "É o Jung". Hoseok estava cada vez mais assustado, sem saber o que dizer, estávamos todos paralisados, foi quando Taehyung soltou.

— Hoseok? Hoseok é você? — perguntou Taehyung, se aproximando do mais novo, que estava se assustando cada vez mais e se afastava como se estivesse com medo e como se Taehyung fosse um monstro. — Hobi, sou eu...

— N-não, não encosta em mim! — ele gritou no meio do shopping, e logo em seguida as pessoas se assustaram e olharam para todos nós, após o grito desesperado de Hoseok.

Taehyung logo se afastou sem reação, eu também estava assustado com aquilo, por que Hoseok agia daquela forma? A gente não sabia o que fazer, Taehyung decidiu não mexer mais por medo de mais reações e assustar mais Hoseok, somente chamou o guarda mais próximo e relatou o que estava aconteceu.

O guarda, junto de mais dois, disseram a Taehyung que levariam ele para a sala da polícia do shopping e conversariam com o adolescente. Levaram Hoseok, e então nós finalmente nos sentamos na mesa para comer. Percebi que Taehyung estava extremamente tenso e nervoso com o que aconteceu. Isso realmente foi a coisa mais aleatória e assustadora que aconteceu, e deve estar sendo pior para o Tete.

Ele me encarou por um tempinho e acabou me pegando de surpresa.

— Oh meu deus, Yoongi. — ele se levantou e foi para o meu lado, então logo fui o abraçando. — Eu me esqueci de você, me desculpe...

— Eu entendo o que você está sentindo Tete, eu sei, hm? — continuei ali abraçado ao mesmo, acariciando os cabelos dele. — Vamos comer e se divertir na livraria, aí vamos para casa tudo bem? Vamos não se estressar com isso.

— Você sempre sendo incrível, eu te amo. — ele levantou o rosto e deixou um selinho em meus lábios, e de volta deixei um selar demorado nos lábios dele também.

(...)

— O que você acha que aconteceu com ele? — perguntei, enquanto ele lia um livro sentado numa poltrona, lendo junto á ele, com a cabeça no seu ombro.

— Eu literalmente não faço ideia. — o braço de Taehyung desceu junto com o livro, o que me fez levar o olhar para ele, e esperar para ouvir o que ele quisesse dizer.

Mas ele somente puxou o meu corpo, se abraçou á mim e enterrou o rostinho no meu ombro e ficou ali, quietinho, apenas respirando baixinho. Provavelmente ele ainda estava assustado com o que aconteceu na praça de alimentação e queria um tempinho para pensar. Deixei um beijinho nos seus cabelos e de volta ele beijou meu ombro, me fazendo sorrir

E eu estaria ali para todo o sempre, oferecendo meu ombro para poder confortá-lo todas as vezes.