chapter 17 | I miss you

783 85 11
                                    

Eu não imaginava que isso teria toda essa proporção, até hoje não consigo acreditar que ele se foi.

Faz quatro anos desde que Hoseok tirou sua própria vida, isso para mim foi um choque, só aproveitamos um único dia juntos, senti que ele estava feliz, e a gente se disponibilizou a ajudar, ele disse que quando pudesse, iria pedir. Mas ele se foi, e eu sinto muito a falta dele.

Mas o carrinho que encontraram junto ao corpo dele agora está comigo, e eu fiz questão de armazená-lo dentro de uma caixinha de vidro, como um memorial.

Estou na faculdade faz três anos, junto com Taehyung. E durante esse tempo estivemos num namorico desde a adolescência, não pedimos um ao outro em namoro, a gente apenas se denominou namorados e comemoramos o "dia" do nosso namoro se baseando no mês que nos conhecemos, em março.

E recentemente, ele me pediu em casamento, sim estou noivo. Podia estar mais feliz?

E eu melhorei bastante no quesito saúde mental, acho que ser taxado como estranho e maluco na escola me deixou paranoico, e ao entrar na faculdade foi totalmente diferente. Puxa, as pessoas lá eram maduras, eram educadas e incríveis, me acolheram muito bem. E agora no último semestre da faculdade, eu podia dizer que eu havia me superado, que eu havia vencido qualquer barreira que foi posta diante de mim.

E isso também se devia á ele, Taehyung.

— Príncipe! — ouvi a sua voz do outro lado da área externa do campus, estava esperando ele sair das aulas e me encontrar por lá. — Demorei muito...

— Relaxa bebê. — selei seus lábios e sorri. — Como foram as aulas?

— Cansativas, mas estão acabando, logo estamos formados. — ele comentou, organizando os livros na sacola preta de canto que ele sempre levava.

— Oh, hoje vou tentar mimar um pouquinho meu príncipe. — respondi, acariciando o rosto do mesmo, eu amava aquele rostinho bonito que ele tinha, simplesmente lindo.

E seguimos para o carro, direto para casa.

(...)

— Não, não! Para, é sério! — Taehyung era um bobão mesmo, só por que provoquei ele um pouquinho, o idiota já estava me dando cócegas, me fazendo rir á beça.

Fingi começar a tossir, como se tivesse me engasgado, e logo ele se preocupou, parando de me fazer cócegas e me levantando do sofá. Parei de tossir e olhei para ele sorrindo, e ele logo percebeu que era mentira, resmungando em um tom fofo.

— Yoongi-ah, você é um bobo. — respondeu, jogando seu corpo sobre mim e me abraçando.

— Você é mais. — retruquei, deixando um peteleco fraco na sua testa. Mesmo que ele não tivesse sentido dor, deixei um beijinho no mesmo lugar do peteleco.

Taehyung começou a remexer a perna, se sentindo incomodado. Tentei ver o que era, e ele tirou de trás do pé a minha pacifer. Puxa... Logo a pacifer, a coisinha que me fazia entrar tão facilmente no espacinho? Ela estava perdida, tive que usar uma velha e feia, eu odeio a pacifer velha e feia.

— Quer usar? — Dada me perguntou, e eu assenti com a cabeça. Ele se levantou do meu corpo e eu me levantei do sofá, seguindo ele para a cozinha.

Ele lavou a minha pacifer com cuidado, e logo pôs na minha boquinha. Vi pelo reflexo da geladeira, que faltavam alguns enfeites nela, que haviam desgrudado. Aquilo me deixou irritadinho, não eram para elas terem saído dali, malvadinhas e teimosas, o lugar delas é na minha pacifier!

— Para onde vai? — Dada perguntou quando eu fui para o sofá procurar minhas pedrinhas.

— Dada, as pedrinhas da pacifer sumiram. — respondi, apontando para o buraquinho formado nela.

— Não amor, elas estão aqui. — Dada estava segurando elas! Eu achei que tinha perdido elas pelo sofá, mas deve ter caído enquanto ele lavava, pelo menos seria fácil colocar de volta. — Venha, deixe eu botar.

Fiquei um tempinho ali na frente do papai, esperando que ele terminasse de colar as pedrinhas da minha pacifer. Quando ele terminou, eu subi no seu colo e fomos até a sala de novo, dessa vez eu estava deitado sobre o corpo dele, e ele fazia carinho nas minhas costas.

— To com saudade do Hobi... — comentei me lembrando novamente do meu ex-amigo, não era justo, ele não podia ir embora.

— É, eu também sinto. — ele respondeu com um arzinho triste, e eu fiquei paradinho pensando. — Mas ele está aqui na sala, com a gente, ele deve estar feliz agora, e isso é bom.

— Sim! Isso é bom. — eu respondi, e logo em seguida tirei a pacifier somente para falar: — Hobi! Se você estiver me ouvindo, saiba que eu estou com muita saudade e que eu amo muitinho você!

Dada riu com a minha fala, e deixou um beijo em minha boquinha, voltei a pôr a pacifier e me deitei novamente no seu peito. O coração do dada me acalmava, era sempre assim, ele batia forte e rápido, toda vez que eu o abraçava, como agora. Era bom ouvir os batimentos do dada, me acalmavam também.

Eu estava cansado, o sonzinho do ventilador contra nós dois, o carinho do dada no meu cabelo e o quentinho da pele dele me deixavam cada vez mais sonolento, às vezes eu deixava a pacifier cair da minha boca, e o dada
colocava ela de volta, me fazendo despertar.

Mas da última vez que ela caiu, o dada não colocou de volta, olhei para cima e vi o dada dormir também. Ele era o bebê do Yoonie às vezes, ele era fofinho como eu, isso me fez sorrir e acabei dormindo enquanto olhava para ele, era a melhor coisa do mundo.

E meu sonho foi repleto de coisinhas boas. Eu pude dormir bem e feliz nada mais me deixava mais feliz que unicamente os braços do dada envolvendo meu corpo, e seu amor por mim, eu seria eternamente grato á vida por ter me dado uma chance e uma esperança, que era unicamente o dada. Aprender com ele foi a coisa mais incrível que eu fiz em toda a minha vida.

Cat Paws.Onde histórias criam vida. Descubra agora