◖ℙ𝕆𝕊𝕊𝔼𝕊𝕊𝕀𝕍𝔼◗𝘚𝘩𝘶𝘫𝘪 𝘏𝘢𝘯𝘮𝘢

Cᥲρίtᥙᥣ᥆ 03 - Segunda Temporada

    As luzes estavam desligadas e a única claridade que havia era a da lua, que entrava pela pequena brecha entre as cortinas da janela, atravessando o vidro transparente. A brisa refrescante da madrugada invadia o quarto e balançava as cortinas brancas e finas calmamente. Hanma estava deitado de maneira desleixada na cama ao meu lado, enquanto eu usava seu peitoral como travesseiro. A respiração dele que, antes desregulada e forte como a de um animal selvagem, agora estava tranquila e seus olhos fechados, parecia até mesmo estar dormindo. Nos já estavamos exaustos e com sono, isso era fato, não só por já ser tarde da noite, mas também por termos transado a pouco. E confesso que reprimir meus gemidos foi algo extremamente difícil e perigoso, tive medo de que alguém acabasse escutando, o quarto de Chifuyu mesmo, é do lado do meu. Mas tenho certeza que não ouviram nada, afinal, sufoquei tudo contra o travesseiro.

— Amorzinho... — ouvi Hanma me chamar baixo, em um sussurro carregado de sono.

— Hm? — resmungo em resposta, ajeitando minha cabeça sobre seu ombro.

— Você... Faria uma loucura comigo?

— Hã? Como assim, Hanma? — perguntei em seguida da imediato, com o cenho franzido em confusão. Uma pergunta um tanto estranha, em um momento estranho e totalmente inesperada.

— Uma loucura. — faz êxtase, e quando subi meu olhar para ele, vi um pequeno sorriso de canto se forma enquanto seus olhos ainda estavam fechados. — Uma coisa que fosse fodida demais para volta atrás.

— Do que exatamente você está falando? — levanto minha cabeça e o encaro com total curiosidade.

— De nada específico. — balançou a cabeça de um lado para o outro levemente negando. — Só quero saber se você teria coragem de cometer uma grande merda comigo.

— Eu acho... — faço uma pausa. Dependendo do que, eu teria sim, coragem de fazer por ele e com ele, mas não é fácil pensar nisso agora em uma situação tão calma, não sei o que eu seria capaz de fazer no calor da emoção. — Eu acho que sim. — digo e ele enfim abre os olhos, mas fica calado apenas fitando o teto. — Me fala o que você quer fazer... — sussurrei, temendo sua resposta, e ele se manteve calado. — Hanma?

— Relaxa, eu não quero fazer nada amorzinho. — voltando seu olhar pra mim, ele sorri bonitinho, de uma forma bêbada e sonolenta com seus olhos caidos. — Só queria te perguntar isso mesmo.

— Certo... — digo ainda meio desconfiada, não estava com tanto energia para insistir naquilo agora. Me ajeito na cama e fico de bruços ao lado dele, firmando os cotovelos no colchão e meu queixo sobre as mãos. Agora é minha vez de fazer uma pergunta! — digo animada, e um pouco vibrante. Aquilo havia virando um jogo.

— Fala. — ele revira os olhos em tédio.

— Qual o seu sonho?

— Wow... — ele dá uma risada frouxa, que soou um pouco mais alto.

— Não faz barulho! — o repreendo em um sussurro raivoso, dando-lhe um tapa leve no ombro, no qual Hanma pareceu nem sentir. — Reponde, vai! — exijo mandona.

— Hum, tá bom. — se rende a me responder com um leve balançar de ombros. — Bem, o meu sonho... — diz pensativo e incerto, de repente ficando calado por longos segundos. Decidir não atrapalhar seus pensamentos, me parecia tão indeciso e que, obviamente nunca tinha parado para pensar em algo assim. — Bom... — se pronuncia de forma incompleta de novo, me deixando ansiosa a cada segundo. — Eu acho que seria bacana ter vários empregados pra fazer tudo que eu mando. Deis da hora em que eu acorde, até a hora em que eu vá dormi. — fiz careta e fiquei estática olhando para ele por um tempo. Shuji sorrir após pensar rapidamente consigo mesmo se isso era realmente seu sonho, e logo confirma: — É, é isso.