Cᥲρίtᥙᥣ᥆ 10

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[...]

— Porra, as minhas costelas ficaram doendo. — Hanma resmungou com certa irritação colocando a mão na altura das costelas.

Dei de ombros.

Ele estava reclamando de dor nas costelas porque eu ter beliscado algumas vezes quando ainda estavamos na minha casa, Shuji estava falando algumas besteiras na frente do meu pai e como sempre tenho que corrigi-lo. Embora eu e Thomas já estejamos deixando de nós importa com isso.

— Por que você está assim? — Shuji perguntou com certo tédio parando na minha frente.

— Assim como? — ergui meu olhar até seu rosto com preguiça, em seguida suspirando fundo e me deitando sobre o sofá.

— Já faz alguns dias que você tá estranha. — cruzou os braços me encarando sério. — Tem alguma coisa acontecendo que eu não sabia?

— Não. — respondi rápido e seca.

É, talvez eu estivesse "estranha" como Hanma está dizendo, colocando em conta que me sinto culpada.

— Não tem nada acontecendo. — dei de ombros brevemente me virando de costa pra ele e abraçando uma das almofadas grandes de encosto.

— Certo... — disse duvidoso.

Já faz dois dias que Keisuke me beijou, e desde então me sinto sujo, mentirosa, traidora... e talvez eu seja realmente. E isso dói, sentir que estou engano ele é escondendo algo assim e angustiante, sempre contamos tudo um para o outro, talvez eu devesse contar isso logo também, antes que ele descubra de outro jeito ou por outra pessoa, pode ser pior.

— Hanma?!

Me virei novamente para encará-lo, o mesmo agora estava sentado na beira do sofá atrás de mim, apenas ali, parado me observando com uma expressão calma, logo pousando sua mão em meu braço de forma gentil e o deslizou de forma suave fazendo um carinho.

Esses seus atos de carinho tão imprevisíveis e inesperados, me faziam me sentir pior ainda.

— Fala, S/n. — insistiu de forma simples, depois de alguns longos segundos me encarando, esperando para que eu falasse.

— É que... — o encarei fixamante, novamente nos olhos.

Eu não posso falar, eu não consigo. Se eu falar isso assim do nada, qual será a reação dele? Ele vai ficar bravo? Desconcertado? Furioso? Vai querer terminar nosso relacionamento? Que merda que eu fiz...

— Não é nada, só queria te pedir um copo de água... — disse baixinho me virando novamente para o sofá, abraçando a almofada.

— Tá bom. — disse simples e se levantou indo em direção a cozinha. Logo pude ouvir o som do copo de vidro sendo posto em cima do balcão de mármore, seguido do barulho da água. — Tem suco também, você quer? — disse alto da cozinha.

— Só água mesmo.

Certamente esquecer tudo isso e fingir que nunca aconteceu é a melhor opção, vou agir de tal forma com Keisuke também, e tenta ao máximo não deixar algo assim acontecer novamente. Shuji não precisa saber. Por que? Porque nunca aconteceu nada.

— Toma. — Hanma chamou minha atenção encostando sutilmente o copo em meu ombro, me fazendo levar um breve susto com aquele ato e pela friagem do copo.

— Valeu... — digo me levantando para ficar sentada corretamente no sofá, pego o copo em sua mão e o viro contra os lábios de imediato. E apesar de não está realmente com sede, bebi toda a água.

— Tem certeza que tá tudo bem? — insistiu se sentando de forma desleixada no sofá ao meu lado.

— Sim! — respondi mais animada mostrando-lhe um sorriso meigo enquanto colocava o copo em cima da mesa de centro da sala. — Mas e você? — perguntei me escorando ao seu lado, de modo que desse perfeitamente para eu colocar minha cabeça deitada em seu ombro.

◖ℙ𝕆𝕊𝕊𝔼𝕊𝕊𝕀𝕍𝔼◗𝘚𝘩𝘶𝘫𝘪 𝘏𝘢𝘯𝘮𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora