Capítulo 22 - Latraeli, a guardiã

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Atacada por uma febre Diana temia perder a criança na qual esperava em seu ventre. Às vezes algumas de suas servas lhe traziam ervas e alimentos, se perguntavam por que nem o rei ou a rainha se compadeciam da jovem, como poderia não ama-la?

Mas para o rei Jhonas a lei estava acima de sua vontade e não existia nada do qual ele honrasse mais do que as leis de seu povo, cresceu amando-as e ensinou a suas filhas a amá-la. Acreditava que a lei fora entregue pelos deuses para os homens a fim de salvá-los do mal humano.

A rainha aproveitou a viagem do rei para visitar sua filha no alto da torre. Levou vestes novas, água, e frutas, levou consigo também Dorá a irmã mais nova de Diana.

- Mãe, me tire desse castigo – pedia Diana de joelhos segurando as mãos da rainha.

- Amada minha – respondeu sua mãe tomada em lagrimas – não existe nada que eu possa fazer, se me voltar contra seu pai e contra as leis de Frater seremos mortas eu e você.

- Então me deixará para que morra?

A rainha virou o rosto contra parede para fugir do olhar aflito de sua filha. Ela sofria por sua filha, mas tinha muito mais medo do rei e dos homens de Frater. Dará rainha de Frater e filha legitima da capital, cresceu sobre o medo de seu pai, um cavaleiro honrado que lhe ensinou todas as leis frateanas e traumatizada das lembranças que tinha de seu pai, tomando sua mãe à força na frente de seus irmãos. A verdade é que em Frater não existia leis que protegesse as mulheres, elas eram consideradas propriedades de seus maridos para que fizessem delas o que bem entendessem.

Dorá entregou um presente que com suas próprias mãos fizera a sua irmã. Sabia que o tempo de Diana era pouco e que graças aos deuses o seu pai acabou se ocupando com a guerra tardando assim o julgamento, pois Diana como princesa só poderia ser julgada pelo próprio rei.

Thomas não abriu mão de seu direito como corte de Diane e exigiu julgamento em prol de sua honra que foi difamada diante de toda Frater.

A visita de sua mãe e irmã não lhe serviu como refrigério, alimentou mais a sua dor e a todo estante se perturbava com o barulho da morte batendo na porta de seus pensamentos, mas por um breve momento ela esqueceu qual seria seu fim, quando se deixou levar pelos pensamentos ao tentar imaginar qual teria sido o destino de Hamer.

Mesmo se sentindo fraca se esforçou para olhar pela janela no alto daquela torre, um espaço curto que não só lhe apertava o corpo, mas principalmente o espírito. E ao levantar vagarosamente no esforço em contemplar a lua que brilhava naquela noite, sentiu a brisa fria que vinha da pequena janela. Então voltando a se apoiar no chão sujo e frio, pensou sobre tudo que um dia sonhou, passou com a mão sobre seu ventre que guardava o fruto de seu amor, deitou-se e passou a sonhar.

O seu sonho foi interrompido com o som que vinha por detrás da porta, parecia que alguém subia pelas escadarias em uma velocidade bem agitada, não poderia ser um guarda, pois, porque teria tanta presa? Der repende o som se aproximou e um confronto se iniciou, parecia que os guardavam que vigiavam a porta lutavam contra alguma coisa e o som dos homens gemendo de dor e do trincar da espada e lhe disparou o coração no peito, ela até chegou imaginar que poderia ser Thomas que viria para fazer justiça com as próprias mãos.

Um silencio, ela se levanta e se escora contra parede sem tirar os olhos da porta que vagarosamente se abra e uma sobra é formada no chão, mas a figura não era de um homem, nem tão pouco de uma pessoa, mas um tigre branco gigantesco adentrava lentamente com seus olhos focados em Diana.

Seria menos assustador se fosse Thomas, sua mente não conseguia imaginar nenhuma razão para aquele tigre branco com a boca ensanguentada está ali parado na sua frente. Não imaginou uma morte como aquela, a forca teria sido mais aceitável.

As Crônicas dos Quatro Reinos (Livro 01) O Despertar do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora