As Crônicas dos Quatro Reinos (Livro 01) O Despertar do Mal

Capítulo 11 - As Gêmeas

Na sala que fica ao lado do salão de festa estavam todas as pessoas que irão oferecer tributos em nome de suas casas. Camila estava se preparando para sua apresentação quando de repente alguém entra afoito anunciando que Hamer acabara de recusar duelar em nome do rei.

– Acalme-se rapaz. - pediu Camila se aproximando e o agarrando pelos ombros.

– Hamer se recusou duelar em nome do rei e foi levado a prisão - respondeu o rapaz afoito.

– Parece que esse evento ficará para história. - falou um homem vestido com uma capa verde.

– A festa começou com ofensas aos deuses, não sei se esse tipo de história poderia nos beneficiar, as nossas casas estão sujeitas aos julgamentos dos deuses. – Camila sempre temia ao castigo dos deuses.

No salão de festa foi anunciada a entrada do novo tributo, as pessoas ainda comentavam sobre a prisão de Hamer, havia tensão nos olhares e preocupação, o rei estava enfurecido e Diana apreensiva, a todo tempo se perguntava o que poderia acontecer a Hamer, mas por outro lado pensava no respeito que seu pai tinha pelo jovem cavaleiro e que isso de alguma forma poderia pesar na hora do seu julgamento.

Os sacerdotes resolveram adiantar algumas apresentações que estavam para o final e para aliviar a tensão de todos na festa anunciou a entrada das gêmeas da casa Fênix.

Duas jovens loiras entrarão vestidas de branco com harpas. As gêmeas de Fênix eram conhecidas por todos os Quatro Reinos como a voz que os deuses invejavam. Além de terem o canto mais admirado pelos Quatro Reinos eram donas de uma grande fortuna que adquiriram atrás de ofertas que lhes eram entregues por causa de seu canto.

As duas jovens entraram no salão e logo roubaram a atenção de todos, principalmente dos homens ali presentes. Donas de um olhar sensual e um corpo admirado até mesmo pelas princesas. Dá e Dah encantavam os homens com suas vozes e belezas, diziam muitos que elas enfeitiçam os homens e outros já diziam que era um dom presenteado pelos deuses.

Elas começaram a tocar suas harpas e a cantar um canto angelical e logo todos se esqueceram da tensão que há pouco tempo acontecera, até o coração do rei se acalmou. Diana aproveitou que todos estavam hipnotizados pelas gêmeas e se retirou da mesa sem ter a atenção dos que ali estavam.

– Minha senhora, onde pensa que vai? - perguntou uma das servas da princesa que ficava na porta de saída das princesas aguardando sua senhora.

– Você precisa me ajudar! – falou baixinho a sua serva.

– Mas como? - perguntou à serva.

– Precisa achar alguma forma de me levar até Hamer.

– Minha senhora, isso é muito perigoso. - respondeu a serva com voz de tensão.

– Vamos, me ajude, por favor! - implorou de Diana como nunca havia feito.

– Venha - disse a serva a garrando pelo braço e lhe arrastando para um dos corredores, ela buscou mais duas servas e fez com que a princesa trocasse suas vestes com uma delas para passar sem ser notada pelos guardas da sala onde Hamer estava trancado.

Cabelos lisos e loiros, como uma cachoeira eles desciam sobre os ombros das jovens cantoras, olhos claros como o céu, a pele rosada. Dá e Dah roubou o coração de todos os homens que ali estavam no salão, era muito provável que elas fossem dona de algum tipo de feitiço. As jovens gêmeas conhecidas em todos os Quatro Reinos nasceram de uma família pobre, não possuem nenhum sague nobre e em pouco tempo se tornaram donas de uma riqueza invejada por muito lordes, inclusive os da casa.

Elas terminaram sua canção e logo se retiraram o rei aplaudiu de pé, o salão havia esquecido os problemas com que a pouco havia acontecido, parecia que nada havia acontecido.

Enquanto as outras casas apresentavam seus tributos aos deuses, Diana arriscava sua vida indo de encontro a Hamer e ela conseguiu passar pelos guardas com a desculpa que precisava levar alimentos para Hamer, pois o rei mesmo se ofendendo da ação de Hamer, ainda era misericordioso e lhe havia ordenado que lhe não o deixassem com fome.

Hamer não notou que a moça vestida com roupas de serva era Diana, ela entrou e colocou o alimento sobre uma mesa no canto da sala e depois virou sua atenção para Hamer, foi então que ele se surpreendeu com a princesa naqueles trajes.

– O que faz aqui? - perguntou Hamer ao se colocar de pé e agarrá-la pelos ombros.

– Você precisa fugir você envergonhou o meu pai diante de todas as casas, tenho certeza que ele não terá misericórdia de sua vida - disse Diana e depois o abraçou com toda a sua força. Hamer sorriu e a passando a mão em seus cabelos disse:

- Não se preocupe ainda hoje eu partirei do reino, tenho muitos aliados, os dois guardas na frente fazem parte do meu plano de fuga, eles já lutaram ao meu lado e lhes tenho a confiança.

Ela então sorriu - De fato vejo que é um homem honrado como todos falam, poupou a vida daquele homem colocando a sua própria vida em perigo e agora serás salvo por aqueles que o admiram.

– Não vou poder ficar próximo do reino, então partirei em uma viagem, mas prometo voltar para buscar-te.

– Como assim? - perguntou Diana, mas Hamer a respondeu com um beijo, um beijo que marcaria o coração da jovem com um amor do qual ela nunca tinha sentindo antes.

Camila foi à última a se apresentar, ela dançou ao som das canções antigas, foi uma apresentação tocante, algumas pessoas se emocionaram, a rainha ficou encantada com o drama na arte de Camila e quando a jovem terminou sua apresentação à rainha fez questão de pessoalmente abraça-la e agradecer pela sua sensibilidade com a arte da dança.

A festa estava chegando ao fim e secretamente o rei enviou alguns de seus súditos mais leais para tentar organizar um encontro secreto dele com as gêmeas, na verdade muitos Lordes tentaram o mesmo.

O encontro foi arranjado, a rainha havia percebido a indiferença do rei e maneira como ele saiu depois da festa. O rei encontrou com as jovens em um quarto secreto do castelo, ele estava nervoso com a entrada das moças que vinham com um sorriso inocente sem seus rostos.

– Estamos honradas vossa majestade por esse encontro, vós que és um grande rei de uma das maiores casas dos Quatro Reinos.

– A beleza de vocês junto com o seu dom deve ser louvado até pelos deuses. - respondeu o rei se aproximando de uma delas.

– Estamos honradas com seu carinho e admiração vossa majestade. – Dah balançava o corpo lentamente de um lado para o outro com quem dançava.

– Hoje vocês presentearam os deuses com seu canto, como vocês me presentearia, eu vosso rei.

Elas sorriram e olharam uma para outra, elas não pareciam nervosas embora ainda matinha um olhar envergonhado.

– Nosso rei! Não tenho a ideia de honrar um rei como vós que tens todo o ouro e admiração dos grandes cavaleiros.

O rei então beijou o ombro de Dá e pediu delicadamente em seu ouvido - Dar-me vossos corpos como oferta nesta noite, deitem-se comigo.

– E nossa rainha a ela desonrará, como quem desonra a própria deusa. - respondeu Dah que também ouviu o sussurro do rei.

– Façam isso pelo vosso rei, e darei o que pedirem como recompensa.

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