Capítulo 2

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— O QUE??? — arregala os olhos, voltando a encarar o rapaz. Não contentado com as novas informações, partiu para uma análise que desce do rosto emburrado às vestes; usava uma camisa básica preta com um cinto corset, sem muitos detalhes, porém de couro; calças simples e sapatos pequenos. Podia passar despercebido, mas algo naquele rapaz chamava atenção. Só não sabia o que.

— É longe pra caralho, como veio parar aqui? Sabe que o seu rei declarou Guerra aos Uchihas, não sabe?

Um resmungo indecifrável sai de sua boca. Parecia mais descontente que anteriormente. Só que, Kiba não conseguia deter a sua curiosidade pela bipolaridade daquela incógnita ambulante.

— É lógico que sei. — rosna irritado, observando o alfa logo que param perto de uma barraca, aparentemente negociadora de alimentos. Sua boca salivava com a imagem daquelas amoras tão maduras que pareciam alcançar o tom preto.

O homem faz a troca do feno e a cesta por algumas moedas de prata, e suspira ao notar o olhar desejoso do loiro sobre as frutinhas, seus olhos chegavam a cintilar.

— Tio, por quanto eu levo as frutinhas? — indaga ao senhor que organizava as maçãs vermelhas sobre a banca.

— Imagina, Inuzuka! Pode levar! — sorri gentil, revelando as marcas de expressão ganhadas ao longo dos anos.

— Jura? Obrigada, tio!

Ambos acenam e ele corre de encontro com o rapaz, entregando o saquinho de pano que continha as frutinhas.

— Você é bem gentil para alguém que acabou de conhecer. — observa, manchando a boca ao comer as amoras incrivelmente doces. Eram as suas favoritas.

— Não enche. — o outro retruca, colocando os cavalos para andar novamente — Aliás, qual o seu nome?

Incerto sobre o que deveria ou não deveria dizer, o loiro congela por breves segundos. Meio inquieto com o silêncio repentino do desconhecido, o alfa entreolha sem demais suspeitas. Apenas interessado nas distintas caras que ele fazia, percebeu que de fato era muito bipolar.

— Menma Uzukaze. — responde com um sorriso enfeitando os lábios roxos — E você, Sr. Inuzuka? — cutuca o braço do homem. Sabia ser insuportável quando queria.

— Kiba. — ele grunhe baixinho, dando a entender que não queria ser tocado. Naruto ri brincalhão e passa a observar a feira que pouco a pouco dava espaço para um povoado quieto e sem graça. A terra batida era substituída por pedras cinzentas cravadas no chão, as barracas davam lugar para belas casas e de comerciantes surgiam crianças e mulheres acompanhadas de seus maridos. O Reino do Fogo era seriamente esquisito, sua influência aos súditos também.

— Me sinto tonto, por que a carroça tem que balançar tanto? — resmunga passando os dedos pela testa brilhante de suor.

— Esse mau-estar é normal entre as pessoas de fora. — Kiba lhe fita, vendo que realmente estava arquejando — Há muitos alfas aqui e poucos betas, quase nenhuma ômega. Os feromônios costumam ser intensos em áreas movimentadas e nem todos estão acostumados à isso. — exprime.

Naruto comprime os olhos sentindo uma leve ardência, também surpreso pela nova descoberta. Logo ele, alguém pouco sensível aos feromônios, estava experimentando uma sensação chata de tontura. Como se não bastasse a dor de cabeça, a onda de cheiros alfa estava piorando o seu estado que já não era um dos melhores.

— Nossa, essa é a primeira vez que vejo um beta tão sensitivo. — ri, porém com uma leve preocupação que não lhe permitia desviar os olhos do loiro — Menma, você tá legal?

A visão de Naruto fagulha feito purpurina e sua cabeça esquenta numa medida incapaz de ser considerada normal, o corpo fica mole e seus comandos não são atendidos. Kiba o segura pelos ombros e se surpreende com o quão quente sua pele estava.

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