"Meu coração está ficando sobrecarregado
Provavelmente é o destino
Por favor, não me deixe ir."
Os lençóis da cama de Johnny são macios e por causa do ar condicionado ligado eu me encolho mais contra eles, embaixo do edredom que tem cheiro de amaciante. O relógio digital na cômoda ao lado da cabeceira marca que são seis da manhã e eu sei que preciso me levantar se não quiser chegar atrasado na primeira aula do dia, mas continuo encolhido olhando para todos os cantos do quarto em que agora estou sozinho.
Antes que sua imaginação vá longe demais, quero deixar claro que não rolou nada entre Johnny e eu. Ok, nada é um pouco exagerado. Nós nos beijamos tanto que nossos lábios poderiam facilmente cair. E, bom, beijos levam a toques que levam a amassos que foi o que nós fizemos basicamente o final de semana inteiro.
Na sexta, quando saímos do meu campus depois da audição, nós passamos no meu apartamento pra que eu trocasse de roupa e então fomos jantar juntos. Ele me deixou em casa no meio da madrugada com a promessa de nos encontrarmos de manhã pra passear. Passamos o sábado inteiro fora, indo de ponto turístico em ponto turístico como estrangeiros que nunca tinham andado em Seul e no domingo repetimos. Quando passei em casa à noite, foi apenas pra tomar banho e me trocar para ir à uma festa numa boate de um de seus amigos. Dançamos a noite inteira e quando o álcool me deixou mais quente, eu o fiz me levar pro carro e o beijei até ficar tonto o suficiente pra não saber como acabamos aqui em seu apartamento.
Provavelmente teria rolado se eu não tivesse meio grogue pela bebida e Johnny não fosse cavalheiro demais para avançar. No final, acabamos apenas dormindo juntos e eu preciso confessar que gostei muito disso.
Um barulho fora do quarto me faz sacudir a cabeça e levantar, deixando as lembranças de lado, e eu percebo que estou usando um suéter de Johnny que não lembro quando foi que vesti. Antes que eu abra a porta checo o celular e vejo algumas mensagens.
Hwa:
| no meu tempo os filhos tinham mais consideração
| espero no mínimo fofocas quentíssimas
| pra justificar a falta de notícias
YeYe:
| San-ah...
| a gente pode conversar hoje na universidade?
Mando emojis com zíper na boca para Hwa e ignoro a mensagem de Yeri por ora. Fiquei magoado com seu sumiço num momento tão importante e não quero ler explicações por mensagens agora.
Caminho para fora do quarto e encontro Johnny no meio da sala. Ele está apoiado numa mesa folheando uns papéis e ditando alguns números para alguém no telefone. Usa uma calça folgada e camiseta branca que ficam injustamente bonitas demais nele.
Rodeio a mesa e sento numa das cadeiras de frente pra ele que abre um sorriso quando me vê.
– Tudo bem, Jun-ssi. Fique tranquilo que vou deixar meu pai a par de tudo... Claro. Nos vemos à tarde.
– Como você dá conta de fazer faculdade de medicina e ainda trabalhar na empresa da sua família ? – pergunto quando o vejo desligar a chamada. Ele sorri vindo em minha direção.
– Não trabalho lá, só ajudo muito de vez em quando. Meu pai não exigiu que eu fizesse faculdade de administração ou negócios, mas quer que eu pelo menos saiba como tudo funciona.
– Deve ser cansativo. – murmuro quando ele me puxa devagar pra um abraço.
– Um pouco, mas logo vou começar o estágio na minha área e não vou precisar mais ajudar lá. – Johnny acaricia minhas costas por cima da camisa e eu deito a cabeça em seu peito. – Dormiu bem?
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FEVER || woosan
RomanceChoi San é fascinado pelas pintinhas e todos os outros detalhes sobre Jung Wooyoung. Apaixonado desde que o conheceu numa calourada há dois anos, esconde o sentimento para não correr o risco de perder o melhor amigo que sempre deixa claro, pra quem...