O milagre de Chuck

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Me perdoem pela demora! Espero que gostem :)

7 de junho de 2019

Paciência é uma virtude e Castiel agradecia pela sua, mesmo não tendo muita. Considerava tal fato como uma consequência de tantos anos na companhia dos humanos, mas especificamente dos Winchester, o que tornava tudo ainda melhor porque era conviver com eles diariamente que testava os limites da sua tão frágil paciência.

Castiel sabia que aquele dia seria mais complicado ao contemplar os irmãos sentados à mesa por quase uma hora. Não era a cena em si que o incomodava, mas sim a ausência do som.

Dean e Sam não estavam se falando e Castiel não tinha ideia do motivo.

Não, é claro que ele não ia perguntar o que estava acontecendo e arriscar criar uma discussão entre os dois, onde seu questionamento seria completamente abandonado. No entanto, não sabia mais para onde olhar ou que fazer para fingir que era uma situação normal. Sentado na cama, com as costas apoiadas na cabeceira, seus dedos se mexiam freneticamente, batucando sobre a perna ou criando uma curiosidade exagerada sobre o tecido comum do seu sobretudo. Por que sempre o usava mesmo? Poderia trocar para um preto? Não seria tão estranho.

Diga logo o que quer ― Dean finalmente falou.

Castiel quase suspirou aliviado. Quase. Porque foi só naquele momento que percebeu que a irritação não estava em Dean, mas em Sam. Isso significava que não haveria murros e xingamentos, certo? O mais novo era mais sensato e compreensivo.

Discretamente olhou para Sam, dando atenção à sua expressão fechada. Não parecia exatamente irritado, talvez... chateado? O anjo ainda tinha dificuldade em distinguir emoções tão humanas.

― Estou esperando você me explicar o motivo de ter feito um pacto com a Morte.

Sua respiração falhou e sentiu as pontas dos dedos ficarem gelados. Estava certo de que Dean não tinha feito nenhum pacto recentemente, mas sabia que o questionamento podia ter vindo de um boato com fundos de verdade. Honestamente era um assunto que estava postergando ao máximo, aproveitando-se da rara possibilidade de ser feliz e então ser levado para O Vazio. Porém tudo seria mais complicado se os Winchester soubessem de seu pacto para salvar a vida de Jack.

Afinal, esse era o motivo de temer tanto se entregar ao que sentia por Dean.

― Eu não fiz pacto nenhum ― Dean se defendeu sem hesitar.

Sam franziu o cenho, descrente.

― Então por que Gabriel me interrogou do nada, no meio da rua, exigindo saber o que ganhamos depois de entregar a identidade da guardiã já que somos os únicos que sabem disso.

― O quê? ― Castiel sussurrou com perplexidade, sua boca ficou seca e tinha certeza de que desabaria se estivesse em pé.

― O que quer dizer com isso? ― Dean questionou pálido ― Os anjos já não estão atrás dela?

Esse é o motivo de estarem atrás dela. Antes a ordem era encontrar a guardiã e, sei lá, matá-la, agora sabem o nome, talvez a localização também.

― E ele acha que nós a entregamos? E espera um pouco, desde quando ele tá vivo? E por que você não parece surpreso com isso? Quer saber? Não importa, ele não pode parecer assim e nos acusar desse jeito! E você acreditando nele!

― Não sei, talvez porque pactos e besteiras como essa são tipo... a nossa marca! Mas eu sei que não fiz nada e você?

Dean revirou os olhos e se levantou com impaciência, indo direto para a geladeira onde tirou a terceira garrafa de cerveja do dia.

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