The Guardian

Apenas um momento antes de todo o resto

Alguém sentiu nossa falta?

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8 de junho de 2019

Fazia exatamente duas horas e trinta e sete minutos que Castiel estava andando de um lado para o outro dentro do próprio quarto no banker. Não era um lugar que usava com frequência, mas sequer conseguia pensar em sair naquele momento. Pai, ele seria pai. Tinha entendido direito? Seria pai! Por algum motivo Amy estava gerando duas crianças, não apenas isso, mas duas crianças que seriam seus filhos com Dean. Tratava-se de uma situação que ia além de absurdo, era inimaginável e ultrapassava todos os limites que Castiel nem sabia que ainda tinha depois de tantos anos na companhia dos caçadores.

O que deveria fazer agora?

Não conseguia definir se estava furioso ou entrando em pânico, não sabia como reagir, mas sabia que não poderia se esconder para sempre. Devia impedir que aquilo continuasse? Não. Só a ideia o fazia tremer. Jack era a prova de que a criação de um nefilim poderia ser complicado, mas não era impossível. No entanto, não significava que não estavam com grandes problemas. Tudo fazia mais sentido agora. Amy estava sendo caçada não apenas por estar carregando dois nefilins, apesar de com certeza ser a principal razão, mas também porque as crianças tinham relação com ele, o anjo traidor, e Dean, o caçador que tanto interferia em assuntos sobrenaturais. Seria uma ótima vingança, matar seus... filhos... seria mais do que um desestabilizador.

Filhos.

Uma ânsia súbita o fez curvar o corpo e cuspir o liquido que tinha em seu estomago. Não tinha comido nada nas últimas horas, simplesmente porque não tinha a necessidade de comer qualquer coisa, mas os enjoos estavam o forçando a repensar isso. Havia alguma conexão com a condição de Amy? Seria possível?

Era o suficiente. Precisava enfrentar a realidade.

O banker estava silencioso e parecia vazio, o que era melhor do que abrir a porta e encontrar gritarias, mas como ainda não sabia como agir normalmente, Castiel ainda não estava pronto para encontrar ninguém. Porém, seu conforto durou apenas o suficiente para terminar o caminho até a sala de reuniões, onde ouviu o som suave de movimentos e produtos sendo movidos.

Jack estava na cozinha, lançando um olhar perdido para alguns ingredientes que estavam espalhados sobre o balcão e a mesa. Castiel não queria interromper, mas ele parecia precisar de auxílio.

— Precisa de ajuda, Jack?

O garoto pulou de susto e ficou com as bochechas vermelhas quando o viu.

— Hum, sim... Castiel. Bom dia. Eu estava tentando preparar um café da manhã para Amy, mas me dei conta de que não sei como.

— Por que não me chamou? Ou pediu ajuda a Sam ou Dean?

— Eu não tinha certeza de que queriam me ver depois de ontem.

— Você diz depois que rosnou pra gente? — Dean resmungou entrando na cozinha.

Sam, que vinha logo atrás, revirou os olhos e acertou um tapa na cabeça do irmão. Dean o olhou ofendido, sem entender o motivo da agressão, e Sam se limitou a inclinar a cabeça de modo sugestivo na direção de Jack.

— Peço desculpas por isso — Jack pediu baixinho — Mas não consegui controlar. Ainda não consigo.

— Não somos ameaça, Jack. Só queremos que entenda isso — Sam comentou em tom gentil.

— Mas Dean pode virar demônio sem aviso prévio e Castiel nunca foi violento com Amy, mas parecia estar fora de controle ontem e a assustou. Não foi minha intenção ofender, eu só queria garantir que tudo piorasse. Amy estava muito temerosa sobre a reação de vocês e isso não ajudou na hora.