Capítulo 3 - Ataques sim, motivos não

207 26 5
                                    

10 de Maio de 2019

Ao contrário do que imaginou, Dean não demorou a se acostumar com a presença de Amy no bunker. No começo, ainda na casa quando Castiel questionou se a amiga poderia ser a nova hospede, Dean não negou, mas pensou veementemente em fazê-lo. Não estava exatamente confortável com a presença de mais alguém em casa, principalmente um desconhecido, mas é claro que não poderia negar nada ao anjo.

No entanto, como estava descobrindo, não estava sendo de todo ruim. Amy estava completando sua terceira semana com eles e Dean podia admitir que estava se divertindo. Amy gostava de beber, dar abraços surpresa, ler livros estranhos, roubar cereal do Sam e, principalmente, ela parecia incapaz de manter uma conversa sem constranger Castiel ou soltar alguma informação inédita sobre ele, o que Dean particularmente apreciava. Agora ele sabia que Castiel, mesmo sem precisar comer, adorava morangos e odiava pipoca, assim como amendoim.

O problema mesmo era o que tinha acontecido com Amy. Todos, incluindo ela, fizeram pesquisas intensas por dias, insistindo por horas a fio. Sam pregou sua atenção no computador, rezando para que o poder da internet o auxiliasse a encontrar respostas, Dean ligava e mandava mensagens para todos que conhecia enquanto folheava um livro ou outro, perguntando se alguém tinha ouvido qualquer coisa sobre um novo nefilim ou sobre demônios procurando por uma humana em comum, já Amy e Castiel se limitaram aos livros, bem, a todos os livros e qualquer papel com mais de um par de letras.

Sam abaixou a tela do notebook e esfregou o rosto, resmungando palavras inaudíveis.

― Você deveria descansar, Sam ― Castiel aconselhou sem erguer os olhos de sua leitura.

Dean jogou o celular na mesa e encarou o irmão.

― Cass tem razão. Você tá um lixo.

Sam revirou os olhos para o irmão e se levantou, concordando:

― Tudo bem, já entendi, vou tomar um banho e tentar dormir. Me acordem se encontrarem algo.

Observando-o sair, Dean maneou a cabeça, tomando um gole de cerveja em seguida. Podia se irritar às vezes, mas admirava a determinação do irmão em encontrar respostas para qualquer situação. Seja para ajuda-lo ou ajudar um desconhecido, lá estava Sam, gastando todas as suas energias em encontrar uma solução que não fosse fatal.

― Cass ― Amy chamou perto da escada. ― Tô saindo.

― O quê? ― como se tivesse levado um choque, Castiel largou o livro na mesa e se levantou, andando apressadamente até a mulher. ― Como assim saindo? Pra onde?

― Preciso assinar minha demissão ― ela respondeu, sorrindo sem mostrar os dentes e erguendo o celular. ― Marshall quer me encontrar em uma hora.

Dean imaginou que Marshall fosse o tal chefe que Castiel não gostava e sorriu, tirando suas próprias conclusões sobre o que aconteceria em seguida. Deixou a cerveja em cima da mesa e pegou a chave do Impala e o celular.

― Não vai sozinha, me deixa só pegar dinheiro e eu vou com você ― Castiel informou.

― Não precisa, Cass. E eu tenho dinheiro.

― Precisa sim. Está decidido.

― Mas-

― Parem vocês dois ― Dean se intrometeu passando por eles e subindo a escada. ― Vamos, eu levo vocês.

― Dean, não quero incomodar ― Amy ainda tentou.

― Incomodar? ― o caçador parou e a olhou com descrença. ― Garota, graças a você eu tô descobrindo um mar de coisas novas e constrangedoras sobre Castiel, te levo até Oregon se quiser.

The GuardianOnde histórias criam vida. Descubra agora