Capítulo 3 - I run to you

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I run my life

Or is it running me

Run from my past

I run too fast

Or too slow it seems


Janine Hathaway foi uma agente federal. Uma das melhores, era o que Rose ouvia. "Determinada, habilidosa e destemida". Portanto, Rose cresceu sob os princípios rigidamente formados da mãe sobre o certo e errado, as consequências de seus atos e a necessidade de ajudar a quem precisa (principalmente quando este não sabe que precisa ou é incapaz de pedir por ajuda).

Contudo, o trabalho da mãe a fez ausente. Janine viajava frequentemente, deixando sua filha aos cuidados dos vizinhos, os atenciosos Dragomir, fortalecendo o laço de amizade entre Rose e Lissa e enfraquecendo o relacionamento de mãe e filha, que se viam cada vez mais distante. Então, tal qual Chapeuzinho Vermelho, apesar dos esforços da mãe para que sua filha trilhasse um caminho correto, Rose arriscar-se pela floresta. Metia-se em brigas, seu rendimento escolar era na média - apenas o suficiente para passar de ano, Rose se certificava disso - bebia e saía escondido durante a noite, seja para frequentar festas ou para ficar com alguém por ai. Eram poucos os casos que chegavam aos ouvidos dos pais da melhor amiga, que a acompanhava na maioria das vezes.

Rose era uma pessoa singular. Apesar do seu imã para problemas, era não era uma má pessoa ou algum tipo de rebelde sem causa, que sai fazendo besteiras por ai. Ela estava apenas perdida. E não tinha consciência disso. De certa forma, os ensinamentos de sua mãe ficaram marcados nela. Ela não se recusava a ajudar alguém e por vezes ajudava antes mesmo de pedirem. Enquanto estudava, era uma das principais líderes contra o bullying, só que ao invés de lidar com isso de maneira civilizada, preferia acertar os problemas com os próprios punhos. Nunca usou drogas e repudiava o ato, certificando-se em ficar longe do tipo de gente que mexia com esse perigo - e assim, distanciando também sua amiga. E, acima de tudo, possuía um bom e enorme coração. Tinha a habilidade de por as necessidades dos outros, principalmente as de Lissa, frentes às suas.

Apesar dos pesares, formou-se no colegial e, para a surpresa de todos - especialmente de sua mãe que, mesmo distante, sabia mais sobre a vida aos tropeços da filha que os Dragomir - foi admitida no curso de Direito. Rose tinha um plano. Havia decidido que o que fazia melhor era ajudar às pessoas, e que deveria levar isso adiante, tornando-se uma grande advogada e defendendo os "fracos e oprimidos". Mas ela não imaginava que o curso seria tão entediante e que a vida agitada e aventurada só acontecia nos filmes e seriados que via.

O momento mais emocionante de sua vida universitária ocorreu dois dias depois que se encontrou com Dimitri no parque. Para variar, o detetive esteve envolvido, mas não foi exatamente um bom reencontro, pelo menos a curto prazo.

- Rose?

A voz do homem fez-se ouvida na manhã de segunda. Incrédula e surpresa, ao ver a jovem ser escoltada por dois policiais delegacia adentro. Um deles tinha um olho roxo e o outro a trazia algemada. Rose fechou os olhos e amaldiçoou-se mentalmente. Os policias pararam e encararam o seu superior, inexpressivos.

- A conhece, Belikov?

- O que você está fazendo aqui? - indagou ignorando a pergunta - Rose, o que você fez? Por que está algemada?

- Eu... ér... - a moça pigarreou, visivelmente desconfortável por estar em sua presença - Eu me envolvi num pequeno problema, nada demais. Lugar errado, na hora errada.

- Foi invasão de propriedade, detetive. - informou o policial que a segurava firmemente no braço.

- E desacato a autoridade. Não se esqueça disso. - Dimitri olhou para aquele que ostentava o olho roxo. - Essa mocinha está encrencada.

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