Capítulo 22 - Hey Ho

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Love we need it now

Let's hope for some

Cause oh, we're bleedin' out


Foi o pior momento da vida de Dimitri. Todo o ar se extinguiu, todo o calor se fora e havia apenas a sala fria e o sangue de Rose pintando o chão. Alguém gritou por uma ambulância, talvez ele mesmo, não se lembrava. Correu em direção ao corpo caído no chão. Abe ajoelhou-se do outro lado.

– Ela ainda tem pulso. – informou Dimitri pousando os dedos em seu pescoço. Estava tão fraco. Rose estava tão pálida. Podia ver o calor esvair de seu corpo a cada segundo.

Ela tremia e os olhos encaravam o teto sem realmente o ver. Estava entrando em choque com a perda de sangue. Precisavam de ajuda o mais rápido possível. Onde estava a maldita ambulância?

– Aguente firme, Rose. Aguente firme.

Abe murmurou, segurando a mão com firmeza. Foi a primeira vez que um vira ao outro despido de máscaras. Estavam ambos aterrorizados em perde-la, não podiam suportar a ideia. E estavam com ódio também, ódio do homem que com frieza estava tirando a vida dela.

Dimitri se levantou e foi em direção à Robert, que estava sendo algemado e levado da casa. Socou-o no rosto. E mais uma vez. Os policias pediam para parar, mas não estavam muito interessados em fazê-lo parar. No terceiro golpe, Abe o segurou.

– Belikov!

– Não! Eu vou mata-lo! Vou fazê-lo sangrar até a morte esse maldito bastardo.

Quarto golpe. Abe o puxa para trás e o segura com uma força que Dimitri não acho que ele teria.

– Depois acertamos a conta com ele! Acredite, eu também quero fazê-lo de saco de pancadas, mas o mais importante agora é Rose. Ela precisa de nós, Dimitri.

Respirando pesado, Dimitri se desvencilhou do aperto e voltou-se para Rose.

– Precisamos estancar o sangue. Ela está perdendo muito sangue.

Imediatamente Abe solta o cachecol de seu pescoço e o pressiona sobre o ferimento. Dimitri, pousa a mão sobre a dele. Estavam juntos até o final, haja o que houver.

– Eu amo você, Roza. – Disse Dimitri aproximando se rosto do dela. – Eu amo você. Por favor, por favor, não me deixe.

Ele fez uma oração em russo e Abe o acompanhou com em turco. Ambos permaneceram praticamente imóveis pelos dois mais longos minutos de suas vidas até a ambulância chegar e os socorristas levarem Rose.

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– Dimitri.

A voz de Abe o tirou do torpor. O segundo copo de café havia esfriado a sua frente. Virou-se ansioso, analisando o semblante de Abe. Permanecia igual, sem alterações. Era melhor que se estivesse perturbado.

– Podemos vê-la agora, se quiser.

A visita era individual e não poderia durar muito. Dimitri sentiu por Lissa não estar ali, Christian a havia levado para casa para tomar banho após muita insistência e promessas. Via que Abe tinha razão, quando se tinha alguém para dividir a dor era mais fácil encara-la. Apertou a mão de Vik sentindo-se grato por sua família ser maravilhosa.

Janine estava com Rose quando chegaram. Em seguida Abe. Dimitri suava ao esperar. Temia o que fosse encontrar. Temia ver sua Rose cheia de tubos e pálida. Temia não ver sua Rose ali, apenas o corpo que um dia fora dela. Mas quando Abe saiu, Dimitri afastou seus medos e seguiu em frente.

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