Capítulo 18 - In the End

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Time is a valuable thing

Watch it fly by as the pendulum swings

Watch it count down to the end of the day

The clock ticks life away


Parecia que horas se passaram, mas foram só alguns minutos. Quando se está com medo, qualquer segundo parece durar uma vida e é o suficiente. O quarto não era muito grande, mas não podiam fazer barulho e as mãos amarradas de Rose não ajudavam na busca por algo para cortar as cordas.

– Rose, onde está você? – o sussurro de Camille era tão baixo que Rose mal a ouvia. – Acho que encontrei algo.

– Siga o som da minha voz. Estou encostada na parede. – Rose ouve Camille se movimentando e continua a falar para ajudá-la – Camille... no que o seu pai está envolvido? Eu achei que era um caso de violência doméstica, mas claramente tem algo mais nisso. Ele está com medo de alguém e não é da polícia.

As mãos de Camille tocaram seu ombro e em seguida encontraram seus pulsos firmemente atados.

– Eu não sei Rose. Juro que não sei. Um pessoal estranho às vezes vem em casa e ele fica super nervoso, mas não sei no que ele está envolvido, nunca estou perto o suficiente para saber. Qualquer distância parece muito perto.

O tremor de sua voz despertou a compaixão de Rose, e teve vontade de abraça-la. Não era momento para sentimentalismos ainda, entretanto. Então não disse nada e permaneceram em silêncio, ouvindo o som abafado da corda sendo rompida aos poucos. Em dado momento, Rose começou a sentir o sangue fluir novamente para suas mãos e dedos, um formigamento estranho e bem-vindo.

– Acho que consigo me virar agora.

Mexeu as mãos, revirando os pulsos até que as cordas se soltassem o suficiente e caíssem. Rose se levantou e seguiu o pouco de luz que se infiltrava por debaixo da porta.

– Onde estamos? – Rose tentou a porta. Trancada. – Na sua casa ainda, imagino.

– Sim, papai nos trancou em um quarto vazio dos empregados.

– Em que lugar da casa? Digo, a disposição. Em que andar e se estamos próximas de alguma saída.

– Nos fundos. Tem vários quartos desses, mas estão vazios, papai dispensou os empregados hoje. Mas não sei quem está em casa.

– Qual a porta mais próxima para sair e chegar até o portão?

– Da cozinha. Mas, Rose, como sequer vamos sair daqui? Meu pai tem uma arma!

– Enquanto só tiver ele em casa, estaremos bem. Temos que torcer para não termos visitas...

Rose tirou da cabeça um grampo de cabelo que segurava o rabo de cavalo firmemente. Abriu-o e começou a trabalhar na fechadura. Era uma casa antiga e não haviam trocado as fechaduras.

– Droga, quebrou. – reclamou jogando o resto no chão e procurando um outro no meio dos cabelos.

A segunda tentativa deu mais certo e após um clique, a porta foi aberta. Com muito cuidado, Rose abriu a porta alguns milímetros, o bastante para conseguir iluminar melhor o quarto onde estavam e ouvir a aproximação de alguém.

– Camille, vamos. – Rose se virou para a moça. Podia ver sua sombra aonde a deixara. – Preciso de você para ir comigo, não sei andar na sua casa.

Aproximou-se da jovem Conta que tremia. Rose segurou seus ombros com força.

– Não consigo Rose. E se meu pai nos pegar? – sua voz era de puro pânico.

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