Capítulo 15 - Burn

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Here comes the darkness

It's eating all my soul

Now all of the sparkles

Are out of control

O pé batia ritmicamente contra o chão, impaciente e irritado. Em seguida, passou a andar de um lado para o outro, os olhos verdes consultando o relógio de um em um minuto. Finalmente, o homem que a observava de aparência exótica e estrangeira, se pronunciou.

– Janine, você quer se sentar? Essa sua agitação está me deixando tonto!

A ruiva bufou em resposta e se sentou na cadeira ao seu lado, apenas para se erguer novamente e recomeçar.

– Ela já deveria estar aqui! – reclamou com as sobrancelhas unidas no meio da testa – Rose! Deveria pelo menos avisar que se atrasaria ou mandar alguém já que parece pedir um favor é demais para ela.

Abe revirou os olhos, levando as mãos ao rosto e esfregando-as nele ao abafar um bocejo.

– Vai ver ela pegou um engarrafamento e o celular está sem bateria ou sem sinal. Relaxa, mulher, acabamos de chegar de lua de mel.

– Isso se chama descaso, Abe. Meia hora e nada! Deve ter se enroscado com o namorado e esquecido da vida.

O marido não respondeu, embora soubesse que Dimitri Belikov não deixaria Rose se esquecer de um compromisso como buscar os pais no aeroporto. A reputação do detetive o procedia, Abe sabia muito bem. Achava, na verdade, que faria só bem a filha namorar um homem feito, responsável e honrado. Conhecia a família dele, de anos atrás, e embora nunca tivesse se encontrado pessoalmente, sentia como se sim, ele era a maçã dos olhos de sua família.

Janine retirou o celular da bolsa e ligou para Lissa, não esperaria mais e Rose ouviria um belo de um sermão quando se encontrassem. Onde já se viu, pensava Janine, uma mulher se formando na faculdade e ainda irresponsável? Quem confiaria na Rose advogada?

– Vasilissa? – a voz da mulher alterou-se visivelmente, para um tom mais delicado e suave – Olá, querida! Sim, já chegamos. Sim, fizemos uma boa viagem, obrigada. A Rose está com você, por acaso? Ela ficou de nos buscar, mas não chegou e faz um bom tempo. Ah, não precisa se incomodar, pegamos um táxi mesmo. Não... Bem, se insiste e se não for atrapalhar. Obrigada, querida, estaremos esperando. Beijos.

Abe estava tranquilo, jogado na cadeira.

– Pronto, conseguiu sua carona.

– Não comece, Mazur. Você sabe que o problema não é esse, e sim Rose. Ela insiste em agir feito uma adolescente de quinze anos rebelde. Insiste em me ver como inimiga e não se importa em deixar isso claro.

– Guarde as facas, Senhora Abe Mazur. Rose pode ter um motivo para se atrasar. E não quero que você morda sua língua, preciso dela, sabe?

Janine não pode evitar em ficar vermelha e olhar para os lados, conferindo se mais alguém havia ouvido. Sentia-se como uma jovem novamente, ao lado de Abe. Era um sentimento novo e estranho para ela, motivo pelo qual levou um bom tempo para que o empresário conseguisse sequer fazê-la ir a um jantar com ela. Mas uma vez que descobrirem que o amor de juventude ainda existia, não demorou muito e Abe conseguiu de alguma forma enfiar uma aliança em seu dedo pra valar, como há muito queria.

O carro de Lissa estacionou no meio fio após ter ido buscar os pais da amiga no aeroporto. Rose havia saído de manhã e não haviam se falado desde então.

– Será que está tudo bem com ela? – indagou em voz alta a loira abrindo a sua porta.

– Deve estar se escondendo dos pais. – Janine continuava mal humorada, mas a presença de Lissa implicava numa mudança de tom de voz. Abe a ignorou.

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