Take a breath,
I'll pull myself together
Just another step, until I reach the door
You'll never know the way,
It tears me up inside to see you
Dimitri andava de um lado para o outro. Os passos ecoavam na sala fria e impessoal. Não conseguia dormir, não consegui comer e também não conseguia ficar parado. Também não voltava para casa há quase uma semana, simplesmente não suportava.
– Dimka!
Uma voz jovem e preocupada o chamou paralisando-o de chofre. Ergueu a cabeça do chão branco e encarou uma jovem de cabelos e olhos castanhos. Ela corria em sua direção e não hesitou em abraça-lo com força.
De início Dimitri não soube o que fazer, paralisado como estava pela surpresa. Enfim, seus ombros relaxaram e ele abraçou o corpo pequeno da moça. Suspirou. Há dias precisava disso, de carinho e conforto. Não que a família de Rose, especialmente Lissa, não tivessem sido prestativos, mas cada um deles também tinha sua dose de preocupação e o mesmo peso sob os ombros do grupo. O consolo não funcionava muito bem.
– O que você está fazendo aqui? – indagou em um sussurro contra os cabelos macios. Percebeu que haviam luzes avermelhadas nele. – Era para você estar na faculdade, Viktoria.
– Posso faltar alguns dias. Família vem em primeiro lugar.
Dimitri abraçou a irmã mais forte, se permitindo esse momento de defesas baixas. Após minutos de silêncio, se soltaram e sentaram-se em um sofá azul e desconfortável.
– Como soube?
– Mamãe me ligou. Estava morrendo de preocupação e com o coração em frangalhos. Eu sabia que ela não iria te deixar sozinho, mas Sonya está prestes a ter o bebê, não achei justo deixar tudo com ela. E achei que você iria preferir minha presença à de vovó.
Dimitri segurou sua mão e fechou os olhos, sem conseguir sorrir com a provocação sobre sua avó rígida, porém cheia de amor.
– Obrigada. De verdade, Vik. Eu acho que precisava disso.
Viktoria apertou as mãos do irmão e apoiou a cabeça no ombro dele.
– E como ela está?
Dimitri suspirou, brincando com os dedos da irmã nos seus. Lembrou-se de quando ela era pequena, suas mãozinhas quentes se seguravam com força nos seus dedos procurando por apoio ao andar. Ou de quando eram suas mãos nas costas dela que a ajudavam a andar de bicicleta. Agora era a vez dele que precisava de apoio.
– Viva, por enquanto. – Viktoria beliscou seu braço – Ai, Vik. Não estou sendo negativo, é uma constatação. Rose perdeu muito sangue até o socorro chegar. As balas fizeram muito estrago internamente. Na primeira cirurgia quase não conseguiram estancar uma hemorragia e depois ela entrou em choque de novo e precisou voltar para a mesa cirúrgica...
– Pare de falar assim, feito um robô. – ralhou a irmã – Feito um desistente.
– Não estou desistindo dela, Vik. – A voz de Dimitri endureceu – Nunca irei. Rose é forte e uma lutadora. Mas não somos deuses, Vik, somos apenas humanos. Tudo o que me resta é rezar para que o melhor aconteça, e às vezes o melhor pode não trazer necessariamente felicidade. A vida está além de nossas mãos.
– Eu sei... mas não quero pensar que o ruim possa acontecer. Quero dizer, eu sei que não a conheço, mas sei que se você a escolheu é porque ela é especial.
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Enchanted
RomanceJá houve uma época na sua vida que quase tudo lhe parecia cansativo e falso? Rose se sentia sufocada. Eram muitas coisas a sua volta e isso a ensurdecia, não dando a chance de ouvir seus próprios pensamentos e segui-los. Fatigada, em uma noite que e...