Capítulo 12 - Yellow

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Oh yeah, your skin and bones

Turn into something beautiful

Do you know? You know I love you so

O tempo passa rápido quando se perde sua noção. O final de semana parecera ter passado como um raio para o casal que se descobria – tanto sexualmente quanto pessoalmente. Haviam conversado sobre suas vidas mais do que as últimas semanas. Dimitri, que se mostrava uma pessoa fechada e discreta, sobre o qual Rose, desde quando o conhecera, não sabia muito mais do que ele deixava, estava alegre e divertido e lhe contava tudo o que ela lhe perguntava se hesitar.

Não havia barreiras dessa vez. Dimitri não precisava segurar-se, erguer uma proteção ao seu redor e uma máscara para evitar que seus sentimentos e emoções sejam lidos. E, de qualquer modo, mesmo utilizando a inexpressividade, Rose conseguia entende-lo de uma maneira assustadora, como se suas almas fossem conectadas.

Rose também abrira sua alma. O que antes hesitava em contar a ele – como sua relacionamento com a mãe, seu pai e como isso a afetou – veio fácil. Negaria se alguém perguntasse, mas ela até mesmo sentiu-se emocionada. Dimitri não a julgou por se sentir tão arisca com a mãe ou por evitar os pais. Apenas segurou sua mão e disse-lhe silenciosamente que estava ali.

Como no sábado de manhã, a segunda feira chegou e Rose e Dimitri encontravam-se na cama, as pernas entrelaçadas e ambos abraçados relaxadamente, espalhados no colchão. A chuva que ameaçou cair no sábado só chegara naquela noite, de maneira constante e tranquila, deixando o ar leve e com cheiro de terra molhada e as ruas perigosas por conta do gelo derretido.

Às sete horas, Rose abriu os olhos. Estava cansada, mas sentindo-se ótima. Uma alegria imensa quase a sufocava e imediatamente seu coração disparou e ela abraçou Dimitri. O movimento e grunhido da outra despertou o policial treinado, que compartilhava seus sentimentos. Abraçou-a de volta e beijou o topo da sua cabeça.

– Bom dia. – suspirou, que desfrutava do calor do corpo pequeno em seus braços.

– Só é bom dia quando eu acordo. – retrucou Rose com diversão. – Não precisamos acordar agora. Vamos só aproveitar essa chuvinha gostosa.

Dimitri riu e acariciou o contorno de seu corpo com a mão.

– Você não tem aula hoje?

– Tenho. Mas ainda são... – ela estica o braço e vira o despertador para conferir as horas. – Sete horas. – Rose se aconchega novamente nos braços do homem apenas para, segundos depois, sentar-se como se tivesse levado um choque – Ai meu Deus! São sente horas? Por que essa droga não tocou?

Em segundos Rose se levantara e começou a andar de um lado para outro no quarto, parecendo perdida.

– Respire, Rose – riu levemente Dimitri levantando-se e começando a se vestir. – A que horas começam as aulas?

– Às oito. – Rose jogou um conjunto de roupas sobre a cama – E não posso chegar, tipo, cinco minutos atrasada na primeira aula. Não com esse professor.

– Hey, calma. – Dimitri segurou-a pelos ombros obrigando-a a olhar para ele. – Vá tomar um banho para acordar e se troque. Eu vou fazer algo pra você comer. Acho que sobraram umas panquecas. Eu te dou uma carona pra faculdade, é caminho de casa.

– Ótimo, você tem um plano. Um bom plano. – ela parecia à deriva e Dimitri a resgatava. – Obrigada.

– Vai logo. – Dimitri beijou-a brevemente e a direcionou para o banheiro – Tente ficar pronta em meia hora.

Como havia passado a maior parte do final de semana sem roupa ou usando trajes emprestados, a roupa que usava na sexta estava dobrada em uma cadeira no quarto. Não precisava chegar à delegacia até as 10, então não se preocupou com estas nem em tomar banho, pois ainda teria tempo para passar em casa.

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