Capítulo 9 - Homem chato do Cacete!

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Senhoras e senhores: EU TÔ APAIXONADA

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Senhoras e senhores: EU TÔ APAIXONADA.

Nunca na minha vida achei que suruba fosse tão bom! Nunca nem imaginei deixar fazerem dupla penetração. Para a surpresa de todo mundo, nunca nem tinha beijado uma mulher, ainda mais os lábios de baixo. Não estava bêbada, não estava drogada, mas, aparentemente, o tesão me deixa doida.

E ninguém nem desconfiou da minha inexperiência!

Daniel, então? O que era aquele homem, Jesus do Céu! Com ele, tudo flui tão fácil que, de repente, tô pelada na frente de geral, sem o menor pudor, e pior, melada que nem nunca antes.

Não vou nem falar daquele loirinho de uma figa que tem muito mais debaixo da cara de coroinha do que imaginava. O menino parecia uma britadeira! Quando entrava, parecia que ia me rasgar por dentro, mas rasgar de um jeito bom, um jeito muito bom.

Nunca tive um orgasmo arruinado e ele é péssimo. É como se o corpo sentisse, mas a cabeça não. E múltiplos, depois? Uma vez consegui essa proeza, mas foi sozinha e bem naquela parte do mês que fico subindo pelas paredes.

Acompanhada? Com mais de uma pessoa? Beijando a Lady Nïn, ainda por cima?

Pensei que fosse me sentir um lixo como submissa, mas muito pelo contrário. A raiva que me deu quando começaram a rir de mim, as ameaças de punição, os tabefes. Tudo me deixava mais fora da casinha, mais doida para dar, mais quente.

Como se eu tivesse chegado a um patamar de puta devassa como nunca antes. E extremamente gostosa, também. Tenho minhas neuras com o corpo, as coisas que eu preferiria mudar? Óbvio, mas ralando o cu em um, a xoxota em outro, me sentia como a coisa mais deliciosa e perfeita do planeta.

Não foi à toa que acordei sorrindo feito princesa, no dia seguinte. Assada? Um pouco, mas um desconforto bom por que, enquanto macetava o teclado com uma inspiração quase divina, toda vez que me mexia e sentia o comichão lá embaixo, me lembrava da mão do loirinho belzebu. Ou da rola dele. Ou do Daniel e sua voz perfeita de cafajeste que sabia que estava gozando.

Depois daquilo, adotei uma nova religião: nunca mais recusaria sem antes saber o que é. Comida feia? Vamos. Sexo maluco? Sem dúvidas. Ideia de jerico? Simbora.

Terminei de escrever a cena da minha personagem descarregando as tensões para cima do mocinho (sem saber que ele seria seu par romântico) e acabei toda melada de novo.

Fiz uma pausa para um xixi, botei água no fogo para fazer um café, e abri o celular. Daniel e Leandro passavam boa parte do dia, naquele grupo deles, mandando memes. Daquela vez, só mandaram um bom-dia e não falaram mais nada.

No privado, Daniel perguntava se eu estava bem. Um fofo. Respondi que estava mais que bem, que não estava pronta para brincar de novo, mas que não me importava em ser usada de novo.

Ou usar, que também foi bem legal, embora eu precisasse de mais estudos com a Lady Nïn.

Tem dias, como aquela manhã, que escrever era a melhor coisa do mundo. Totalmente no controle do meu trabalho, com experiências vividas e boas o bastante para passar para o papel, com as pernas doendo e a virilha nem se fala.

O quinto elemento do grupo da Conveniência também mandou um "bom dia" e aquela foi a primeira vez que o vi falar alguma coisa além de uma risada.

Isso me lembrou de quando terminamos a brincadeira, no dia anterior, e me levantei de Daniel só pensando em beber uma água. Olhei para o bar e o barman, mas o babaca estava lá, o tal dono do bar, e ele me olhava com o queixo no chão, bobo de tudo.

Foi aí, meus caros, que meti o carão e a pose. Eu sou gente fina, mas não gosto de gente folgada. O meu santo não tinha batido com o dele, ele não fez questão de ser legal, então quando ele ficou fazendo cara de bobo, talvez impressionado com a performance dessa novatinha, dei logo o troco.

Teimosa e birrenta e filha da puta. Eu mesma!

Ah, dá licença também, né. Sujeitinho mais arrogante.

Escaldei o filtro de papel e fiz meu café, de volta para o computador e a coitada da Teresa Harper que ficou me esperando para gozar.

***

No fim do dia, com o pescoço travado e sem um pingo de saco para continuar escrevendo, alonguei os braços e fui em busca de comida. Soltei o cabelo, oleoso na raiz do tanto que suei na noite passada, e olhei os armários. Como tinha enganado o estômago, na hora do almoço, com uma fatia de pão e duas bolachas água-e-sal, não poderia fazer um miojo de janta.

Coloquei cebola e alho para dourar, pra fazer um arrozinho rapidinho, e olhei o celular de novo. Daniel tinha me convidado, horas mais cedo, para sair com ele de noite, de volta para o bar. Lady Nïn e Leandro também se animaram, mas não para transar, só para ficarem de bobeira por lá.

Olhei a conta bancária, pois não poderia me dar ao luxo de sair todo dia, e recusei o convite. Marcamos para o fim de semana, no sábado, e Leandro se dispôs a me buscar.

Além de foder bem, o cara ainda era gentil. Não era à toa que Lady Nïn o tinha bem preso na guia. Eu que não seria tonta de dar mole com um gato daqueles!

Liguei a televisão, com meu prato no colo, e jantei assistindo novela.

Só acordei horas depois com o telefone tocando, procurei o prato com medo de ter me deitado sobre ele, e me ajeitei no sofá para atender.

— Me deixe recompensar a má impressão que lhe causei. — Foi a primeira coisa que o vozerão lindo e desconhecido me disse.

— Certo, mas, primeiro: — Apoiando o celular entre o ombro e a orelha, prendi os cabelos para longe da cara — Quem tá falando?

— Bataille. — Por telefone pelo menos, a voz era incrível, mesmo que ele fosse um babaca.

— Esquenta não — Rebati pois sou inteira da turma do "deixa disso" —, acontece. Você nunca tinha me visto, eu também nunca tinha te visto... e é isso. Da próxima vez, não sendo um cuzão já está ótimo.

— Você não entendeu, Valéria — E deu uma risadinha presunçosa e arrogante — Eu quero você.

Grunhi com preguiça sem querer. Cansada, precisando de um banho, com a cara amarrotada e as costas doendo, eu não tinha a menor paciência para lidar com ego de macho.

— Tá certo. — Suspirei (como é que as autoras cultas falam?) resignada e continuei, louca para desligar e entrar no chuveiro — Depois a gente vê isso, tá? Eu tô cansada.

— Não desligue antes de ouvir a minha proposta.

— Se não for um bilhete premiado da mega-sena, sua proposta pode esperar. Tchau.

Ô, homem chato do cacete!

Se ele queria limpar sua barra comigo, entrar totalmente no modo de ataque não foi um jeito legal. Desliguei o celular, esperando que ele entendesse e não me ligasse outra vez, larguei o prato na pia e fui para o banho.

Todas as coisas que Deixei por TiOnde histórias criam vida. Descubra agora