Muito de você em mim

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olha não era nem para eu estar aqui, mas estou. eu queria trazer um capítulo só, mas ia ficar gigantesco e eu não queria enxugar nada por saber que os próximos acontecimentos são importantíssimos 


beijinhos 





— Porra, Rafaella! Que susto!

Com a mão sobre o peito, sentindo o coração palpitar sobre a palma, Rodolffo falou assim que pisou os pés em casa. Tinha chegado de São Paulo há poucos minutos, na segunda de manhã, mas pela necessidade resolveu passar em casa antes de começar o trabalho daquele dia. Rafaella deveria estar na agência pelo horário, mas a mulher tinha outros planos em mente e precisava encontrar com o marido antes de iniciar o seu dia.

— Oi, querido. — Disse Rafaella, contornando o pescoço do marido antes de lhe beijar os lábios. — Resolvi te esperar. Estava com saudades.

Rafaella sabia que era mentira, Rodolffo tinha quase certeza de que era uma mentira, mas nenhum disse nada a respeito. O homem estava de bom humor pela última semana na capital paulista, nada que a esposa pudesse dizer estragaria o seu dia.

— Também estava. — Também mentiu, selando outra vez os lábios nos da esposa. — Não deveria estar na agência?

— Pensei em tomar o café com você. Como disse, estava morrendo de saudade. — Mesmo com o olhar desconfiado do marido, Rafaella manteve os olhos no rosto dele buscando qualquer vacilo que pudesse existir. Não aconteceu. Rodolffo sorriu depois de algum tempo em silêncio, se desfazendo do abraço para caminhar com a mão entrelaçada na de Rafaella. — Como foi em São Paulo?

— Tranquilo. Nada demais. — Respondeu dando de ombros. Rodolffo não entraria em detalhes sobre seus dias em São Paulo, até porque aquilo lhe comprometeria, mas um pouco poderia dizer. — Fiz um ótimo negócio.

Pela primeira vez desde que ele tinha chegado, Rodolffo deixou escapar algo nas entrelinhas. Ele não sabia se Rafaella já estava por dentro dos últimos acontecimentos. Até onde tinha combinado com Bianca, a garota sumiria sem deixar vestígios de seu paradeiro e Rodolffo esperava contar com a palavra dela. Não valia muito, mas era o que tinha. Em São Paulo quase tudo estava certo. O homem tinha conseguido com um contato uma vaga em uma turma do mesmo período que o de Bianca. Se tudo ocorresse da forma que precisava, Rodolffo se livraria daquele incômodo o quanto antes.

— Me conta mais sobre. — Pediu Rafaella assim que se sentaram à mesa. Rodolffo encarou a esposa com dúvida, mas tratou de se servir antes de responder.

— E como foi as coisas aqui? Você e o Alan estão bem?

— Estamos ótimos.

— Eu me sinto um péssimo marido e pai quando deixo vocês sozinhos. Você não faz ideia. — Mais falso que aquele discurso, somente uma nota de três reais e Rafaella sabia disso. Sabia, mas nada fazia a respeito diante a comodidade da relação. — Sobre os negócios, eu consegui investir em algo que vai garantir a nossa segurança por muito tempo.

Rafaella franziu as sobrancelhas por saber exatamente o que aquilo significava. Rodolffo era tão frio, tão distante. Que marido não se importaria de ser traído? Cada vez que Rafaella se questionava, mais tinha a certeza de que havia algo de errado ali. Algo muito errado.

— Fico feliz, querido. — Disse a mulher com um sorriso falso no rosto. — Eu queria te perguntar algo.

— Diga.

Até que a morte os separeOnde histórias criam vida. Descubra agora