Se eu falar de amor

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atrasou mas veio né (infelizmente)

vejo vcs lá embaixo 


 A cada rua que Bianca entrava, o nível do desejo de Rafaella aumentava. Era incontrolável, uma coisa que nunca sentiu antes. A mulher estava acostumada a desejar Bianca de uma forma intensa, era desejo latente, mas nunca chegou perto de como estava se sentindo naqueles minutos intermináveis do carro.

Rafaella olhava o perfil da morena e cada detalhe que capturava do rosto era um incentivo para agarrá-la ali mesmo. Seus olhos verdes minuciosos desceram para os braços tatuados, tensionados por conta do volante, enxergando o desenho dos músculos discretos dos tríceps. Até o tríceps de Bianca era sexy naquele momento e Rafaella queria entender o porquê de estar sentindo tudo aquilo. Quando não conseguia mais segurar suas mãos, a mulher buscou o celular conectando para se ocupar escolhendo uma música.

— Já estamos chegando. — Disse Bianca ao perceber a inquietação da mulher ao seu lado. — Você está bem? Está sentindo alguma coisa além de tesão?

— Nós deveríamos ter chamado aquela minha amiga para passar a noite com a gente. — Ignorando a pergunta feita pela morena, Rafaella comentou dando de ombros, escolhendo um funk viral de uma playlist genérica do spotify. Aumentou o volume, jogando o celular na bolsa, totalmente alheia ao olhar indignado de Bianca.

— Está falando da garota que você agarrou?

— Ela mesma. Beijava bem, né? — Rafaella olhava pela janela, tentando focar os olhos no caminho que faziam, mas o álcool não permitia que conseguisse ter um foco por mais que alguns segundos. Quando desistiu, meio enjoada, voltou os olhos para Bianca, percebendo que ela estava com um semblante sério demais. — O que foi?

— Acha que eu não dou conta de você? — Perguntou Bianca enciumada. Estava sóbria, mas não tinha controle dos seus ciúmes por Rafaella. Ainda não tinha engolido aquele beijo que a mulher deu na outra garota.

— Na verdade, eu não sei. — Rafaella deu de ombros, sentindo uma vontade incontrolável de provocar a morena. — Será que você é boa assim, ou eu só não tenho com o que comparar? O sexo com o meu marido sempre foi patético mesmo. Acho que preciso ampliar meus horizontes.

Bianca abriu a boca indignada, incrédula nas palavras da mulher. Abaixou o volume do som, tirando por alguns segundos os olhos do trânsito apenas para enxergar o sorriso sacana que pendia nos lábios de Rafaella. Se não estivesse tão enciumada teria visto que aquilo era só um joguinho.

— Ou só você pode se aventurar com outras por aí? — A pergunta de Rafaella saiu baixa, sob um olhar de falsa inocência. Bianca voltou os olhos para frente, temendo que batesse o carro ou que perdesse o controle da direção. Foi o tempo para Rafaella se inclinar, segurando o queixo da morena com a mão, para deslizar a língua pela mandíbula lentamente. Bianca suspirou e Rafaella riu satisfeita. — É engraçado ver você com ciúmes.

— Não estou com ciúmes. — Retrucou a mais nova, tentando se concentrar na estrada.

— Está sim. Você não largou minha mão no baile, ficou de cara feia porque os outros estavam me olhando. Se isso não for ciúmes, é o que, Bianca? — Rafaella aproveitou o sinal vermelho para deslizar uma das mãos até a coxa da garota. Apertou com força, passeando outra vez com a língua, mas dessa vez o pescoço foi seu alvo. Se aproximou do ouvido da morena, chupando o lóbulo depois de mordê-lo. Agora sua mão subia alguns centímetros, de forma perigosa. — Cê acha que eu sou sua? Da mesma forma que você pode comer outras por aí, eu posso dar pra outras também.

Bianca nada disse, deixando que a provocação não surtisse efeito de imediato. Não gostava de sentir ciúmes, odiava na verdade, mas não podia sentir outra coisa senão aquilo. Em poucos minutos Rafaella se arrependeria de cada insinuação dita naquele carro e então Bianca teria sua vingança efetivada.

Até que a morte os separeOnde histórias criam vida. Descubra agora