Capítulo 21

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– Que jeito ruim de morrer, em cachorrão? -Mateo ouviu a voz de Dogão ecoar pelo ambiente e olhou em volta à procura do amigo – Abaixa! Não é aqui que você vai morrer. - Em um reflexo muscular, Mateo rapidamente se agachou e viu o crânio de uma das criaturas explodir na parte de trás, espalhando miolos para todos os lados.

No momento que o corpo do infectado ia ao chão, um barulho de carro se aproximando foi ouvido e, ao olhar na direção do som, notou a van que havia saído com a Vih e o resto das pessoas para a coleta invadindo o estacionamento e parando em um cavalo de pau. Algumas das criaturas se viraram, porém outras continuaram indo em direção a Mateo, que tirou sua pistola do coldre e disparou no joelho de uma criatura e na cabeça de outra. Outro tiro atravessou a grade que estava atrás do Mateo, destroçando metade da cabeça de outro infectado fazendo cair no chão morto com espasmos musculares na perna.

– Vocês vieram!! - disse Mateo para o radiozinho que lembrou estar em seu bolso de trás - Como vocês me encontraram tão rápido? - disparou no meio da garganta de uma infectada que estava sem metade da boca, acertando sua espinha e fazendo seu corpo perder o movimento. Apenas seus olhos ficaram mexendo desgovernados para todos os lados.

– Simples, você deixou o botão do rádio pressionado. -Falou Dogão- E você não parava de falar em Atacadão... Abaixa! -outro aperto no gatilho- Logo, sabíamos que era aqui. - Engatilhou novamente a WM cromada.- Atrás de você! Deveria ter esperado a gente cara. O povo é meio resguardado, óbvio que não iriam pôr nada a perder, mas a gente conseguiria convencer eles facilmente. Veja os caras aí, ninguém pensou duas vezes pra vir atrás de você. - Outro tiro disparado, desta vez acertando uma criatura próxima à entrada do estabelecimento - Foi mal não termos vindo de imediato, mas precisávamos nos preparar para isso.

– Eu nem sei o que falar, Dogão. Olha só todo o esforço que vocês estão fazendo... - efetuou um chute no meio do peito de um infectado que vinha correndo em sua direção, disparando na cabeça da criatura em seguida.- Vocês vieram por mim. -ele olhou para o lado, vendo o resto do pessoal que desceu do veículo fazendo a limpa nos infectados.

– Uma vez da alcateia...

– Sempre da alcateia!

– Tá esperando o quê aí? Vai lá ver se as gurias estão lá dentro, a gente tá na cobertura.

– Mas e você? Não vai ficar desprotegido?

– Que nada! O Eric tá aqui comigo. -ele uivou- AUUUUUU! - Eric uivou na sequência. 

Mateo virou na direção da grade, colocou o punho fechado no peito, e uivou – AUUUUUU! - E todos os companheiros ali presente fizeram o mesmo, atraindo mais infectados que estavam dentro do atacadão.

– É Hora da caça! - gritou o Luiz dando tiro de fuzil em três infectados que vinham se arrastando em suas direções. 

– Pega a visão, cachorro. -falou Dogão e Mateo virou para a entrada do supermercado. - logo na frente tem mais três desses merdas aí. Consigo levar dois daqui, o terceiro é com você. Até onde minha vista alcança, lá dentro não parece ter muitos. Consigo ver com a lente da WM alguns caídos já mortos, como se tivessem acabado de morrer... estranho o sangue não estar seco. - completou ele.- pode ter alguém lá dentro, cuidado.

– Vih.

– Não se afobe, pode não ser ela.

– Eu sei, estou atento, mas Deus queira que seja.

– Oxi, tu não era ateu, 'nera'? 

– São apenas frases que a pessoa pega por osmose. 

– Sei... 

– Não vamos perder tempo discutindo isso. - Mateo saiu em direção a entrada.

– Vai na paz do senhor, irmão - ironizou Dogão.

O resto do pessoal já estava finalizando o trabalho sujo, prontos para seguir o Mateo, porém foram surpreendidos por outro grupo de infectados que vieram pela parte de trás. Pela aparência, não eram apenas infectados normais.

– Reposicionem! Agora! -Gritou Juca.- Infectados especiais. Protejam-se, fiquem perto, formação espartana, Agora! 

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