Capítulo 22

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– Mateo, alguma notícia? -Perguntou Dogão pelo rádio.

Mateo rapidamente pegou o rádio e retornou. – Estou aqui, consegui encontrar. As duas estão bem, obrigado pela ajuda.- Mateo retornou o olhar para as garotas e pode admirar Vih retirando uma pano e água da mochila para limpar a garota, que estava ensanguentada.

– Por favor, Lótus, não foge mais de mim desse jeito - Olhou a garota com um olhar de preocupada- Você deve ter passado por bastante coisas, não é? De onde saiu todo esse sangue? Você está machucada? Precisamos cuidar disso.

 Lótus segurou sua mão e olhando em seus olhos disse: Tia Vih, eu estou bem. Desculpa te preocupar, eu só queria mostrar para a senhora e pro tio Mateo que eu não vou atrapalhar vocês. Que eu sou forte para continuar junto com vocês. Desculpa te preocupar, não vai mais acontecer.

Os olhos de Vih se encheram de lágrimas enquanto abriu um imenso sorriso para a garota, completando – Eu sei que você é forte, meu amor, não precisa provar nada. Não precisa pedir desculpa. Só me promete que não vai mais fazer isso? - Perguntou enquanto passava o pano carinhosamente, limpando o rosto ensanguentado da garota.

– Eu prometo, tia!

– Agora me responde: de onde veio todo esse sangue? - perguntou analisando o corpo da garota. De repente o portão do galpão que eles estavam subiu, iluminando todo o lugar. Ambos se puseram em posição de defesa mas perceberam que eram alguns dos guerrilheiros que haviam eliminado os infectados.

 Vih conseguiu ver corpos de infectados jogados ao chão, possuindo múltiplos cortes que iam da perna até a cabeça. Todos os cortes pareciam almejar os ligamentos, no intuito de imobilizar as criaturas.

 – Você fez isso? -Perguntou estupefata.

– Sim, tia. Lembra que a senhora me falou que, se eu não conseguir lutar diretamente com um desses monstros, era só eu cortar as partes do lugar que deixa os braços e as pernas juntos?

– Ligamentos?

– Isso, tia.

– Por quantas vezes você quase morreu?

– Em todas elas. Mas algo me protegeu, acho que foi meu irmão, eu conseguia sentir ele comigo de alguma forma, tia. Ele estava comigo.

– E eu não tenho dúvidas. Quem nos ama sempre dá um jeito de nos proteger, mesmo não estando mais entre nós, seja em ações ou ensinamentos, sempre estarão conosco.

Enquanto as duas conversavam, Mateo foi até o grupo para se informar.
– E então, tudo certo? Conseguiu limpar a área? -Perguntou a Juca, que portava duas pistolas .38 pretas, uma na mão e outra no coldre.

– Ao que parece sim. Se pá, dá até para pegar alguns recursos aqui.

– Houston, temos um problema. - A voz de Dogão saiu pelo radinho.- Mateo, na escuta?... Mateo, na escuta?!

– Sim, estou aqui. O que foi?

 – Vocês precisam sair daí agora!

– O que foi? O que aconteceu? -Perguntou Juca.

– Tem uma horda imensa indo nessa direção, vocês ouviram? Corram daí agora! Entrem na van agora! TODOS VOCÊS! -gritou Dogão pelo rádio.

As garotas olharam para eles enquanto esperavam uma decisão, mas ficaram sem entender. Vih pegou a garota, colocando-a nas costas e passando a sua mochila para frente, e seguiu rápido em direção à saída, quando alguns dos patrulheiros entraram correndo e o que parecia ser um infectado atrás deles. Tiros e gritos foram ouvidos do lado de fora, toda a experiência adquirida de Mateo seria testada ali.

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