Capítulo 4- Entre paredes

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|Pov Koji Yatake

Desde cedo aprendi que não posso contar muito com a minha família; o principal motivo é o fato de eu gostar de homens. Sempre fui uma pessoa respeitosa e educada com meus pais, porém, no dia em que me assumi gay a eles, estes não aceitaram, discutiram e tentaram até me fazer casar com uma completa desconhecida, dizendo que o motivo para eu ser assim era pelo fato de não ter namorado uma mulher. No fim, após terminar a faculdade, saí da casa dos meus pais e abri minha própria indústria musical, que é hoje uma das maiores e mais bem recomendadas do ramo aqui no Japão.

Acordei cedo, já que hoje haveria muito trabalho a ser feito, fiz minhas higienes, tomei café e fiz alguns exercícios na academia que tenho dentro do meu apartamento. Tomei um banho e coloquei um terno preto, assim como os sapatos sociais, e uma gravata azul marinho. Passei um perfume, coloquei o meu relógio e após terminar de fazer tudo, peguei o elevador e desci para o estacionamento. Liguei minha BMW preta e fui para a empresa, não demorou muito e eu já estava chegando.

- Bom dia, Sr. Yatake! - disse Sayuri, uma grande amiga que está desde o início comigo. Ela também é minha secretária.

- Bom dia, Sayuri, como estão as coisas? - perguntei, mesmo já sabendo que sairia tarde daqui hoje de novo.

- Bom, o senhor tem uma reunião daqui a vinte minutos com a filial dos Estados Unidos, e depois tem que ver as outras propostas que eu já coloquei em sua mesa - falou olhando a minha agenda, que estava em suas mãos. Apenas agradeci e fui direto para a sala de reuniões.

O dia passou relativamente devagar e isso já estava me dando nos nervos, a reunião foi um sucesso, a filial ia incrivelmente bem e com bons rendimentos. Porém, essas malditas propostas... Céus! Eu não aguento mais ficar aqui.

A única parte boa é que vou conseguir terminar mais cedo, vou aproveitar e sair um pouco, faz tempo que não relaxo e dou uma distraída. Saio dos meus devaneios quando Sayuri entra, carregando outra pilha de papéis. Suspiro cansado, ela apenas me dá um sorriso e me deixa um café.

- Tome um pouco de café, Sr. Yatake e, por favor, não se esqueça de comer algo, okay? - falou e foi se retirando da sala.

- Okay, vou terminar isso logo.

Após algumas horas eu terminei tudo, porém, as luzes da cidade já iluminavam as ruas e, mesmo cansado, disse a mim mesmo que sairia para beber. Saí da empresa e dentro do carro tirei minha gravata, abri alguns botões da camisa social branca e me permiti relaxar, enquanto eu me direcionava para o bar de um amigo meu.

O local era animado e atraia pessoas de várias idades. Pensei em como seria bom encontrar alguém interessante lá para passar a noite, tenho andado tão ocupado, que nem tenho tempo para fazer sexo com alguém.

Em alguns minutos eu cheguei no local, estacionei o carro, fui até o segurança que administrava a fila e ele me deixou passar direto. Ele já me conhecia e sabia também que eu era amigo do dono daqui. Ouvi alguns resmungos de quem estava esperando, porém não me importei tanto.

Ao entrar no local, eu percebi várias pessoas olhando para um lugar fixo e, como um bom curioso, olhei também. Havia um rapaz lindo de cabelos loiros, corpo alto e delicado, sentado na frente do balcão do bar. Me encantei pelo tal rapaz que ninguém teve coragem de se aproximar, talvez pelo fato de ser tão bonito, de exalar pureza e pelo fato da delicadeza de seus traços. Me encaminhei para me sentar ao seu lado, mas fiquei surpreendido ao vê-lo chorando. Ele olhava para alguém e este alguém bebia e sorria, enquanto ele chorava. Sinceramente eu fiquei com um aperto no peito, mal conhecia ele e o mesmo prendeu toda a minha atenção. Cheguei perto dele, me sentei e lhe ofereci um lenço.

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