Gabriel/Lil Gabi; madrugada do dia 23/01/2022;
📍Rio de Janeiro, RJ
Parei o carro na frente do hospital, já vendo Nina parada exatamente onde ela tinha me dito que estaria. Tentei controlar a respiração, mas meu coração acelerado parecia bater na garganta.
Ela olhou pro Porsche e foi com a mão direto pra abrir a porta, mas travada estava e travada continuou porque eu não fiz nada além de ficar babando nela pelo outro lado do vidro. Os seios pareciam querer saltar do cropped preto e foi ali, na pele menos bronzeada do que da última vez que a vi e coberta por colares, que eu foquei os olhos.
"Gabriel? Gabriel?" - Ela chamou e eu ouvi abafado. Deu duas batidinhas no vidro. - "Abre!" - Foi quando despertei do meu transe e destravei a porta, atento a ela entrando no carro e me olhando esquisito.
"O botão travou." - Me apressei em dar uma justificativa da minha demora. Nina semicerrou os olhos e ficou me olhando de lado, como se não acreditasse na minha mentira.
Eu estava com vontade de dar um beijo nela. Um abraço já servia. Qualquer coisa que fosse um toque.
Mas ela só se ajeitou no banco, descendo a saia preta e justa pra cobrir poucos centímetros das pernas descobertas, antes de puxar o cinto de segurança.
Foi quando tive o start de voltar a dirigir. Cocei a garganta, já entrando num assunto (primeiro pra preencher o silêncio e segundo porque eu realmente queria saber) mas ela foi mais rápida. - "É... Desculpa mesmo pelo incomodo." - Me segurei pra não revirar os olhos, a Nina parece que não entende que a última coisa que ela faz é me incomodar. - "Eu sei que a gente não tava se falando direito, mas eu realmente precisava de ajuda."
"Eu já te disse que você não me incomoda. Mas vem cá mano, como ele tá? Me explica melhor esse negócio." - Parei no sinal e olhei pra ela, sem deixar de notar a luz vermelha batendo nas suas pernas.
"O médico lá me disse que ele tá bem na medida do possível, tá estável. O problema é que batizaram não com um medicamento, mas com três." - Arregalei os olhos, caralho. - "O fígado dele tá tentando processar tanta coisa. Foi um remédio pra ele dormir rápido, um que desacelera as reações e o pior foi um que é anestésico. Fizeram uma lavagem intestinal nele, o fígado tá respondendo bem, tá com soro na veia, mas vai ficar internado até estar 100%." - Ela explicou.
"Ele vai ficar bem." - Eu disse baixo, sem olhar pra ela porque estava concentrado dando seta, mas tentando dar alguma palavra de conforto. - "Ele é forte."
"Ele é burro." - Respondeu, bruta. - "Não sei onde já se viu um negócio desse, só porque tão dando copo pra ele ele tinha que beber?! Se for por isso todo mundo tem cu e tem que dar só porque tem." - Abri um sorriso fraco, e ri baixo, concentrado ainda em virar no retorno. - "Para de rir que eu não vi graça."
"É engraçado você estressada. Fica linda." - Tá certo, que merda. A última parte saiu que eu nem vi, foi pensando e falando na mesma hora.
Por sorte, ela fingiu que não ouviu e continuou falando: - "Mas ele vai sair disso logo, sim. Ele vai. Ele tem que sair. Ele tem que brilhar." - Fiquei em silêncio quando a voz dela tremeu na última palavra. Eu já tinha notado que esse negócio de brilhar é importante pra Nina, é importante pro Teto. É uma coisa deles dois.
"Chegamos." - Eu disse entrando na avenida do condomínio e apontando pra fachada de luxo. - "Eu moro ali."
Nina abriu um sorriso. - "O Orochi mora aí também. Eu já vim aí algumas vezes."
Fechei a cara. Tentei não fechar, mas fechei. - "Aham, já trombei com ele algumas vezes."
"Ah, sabe quem mora aí também? O Poze. E o Maneirinho tem uma casa naquele condomínio lá de baixo, aquele que tem um monte de árvore." - Continuou falando e eu acelerei pra chegar na guarita logo.
"Aham." - Prensei os lábios e passei pelas ruas focado em seguir até a minha casa, no final do lote. Vi pelo canto do olho que Nina ficou olhando pras casas, me peguei pensando quantas dessas ela deve conhecer.
Em silêncio, estacionei, ela saiu junto comigo e ficou parada próxima a mim me vendo destrancar tudo. Devagar, passou na minha frente quando dei espaço e não pude deixar de olhar pra aquele corpo de cima abaixo.
"Fica a vontade." - Nina parou, de braços cruzados na minha frente, o vento bagunçando os cabelos longos e escuros e me agradeceu com um sorriso. Sorri de volta sem nem perceber.
Ela me seguiu ainda devagar pra dentro da casa, fui mostrando pra onde ficava cada coisa e quando apontei pra cozinha, Karina me pediu água. Fui com ela até lá, e já estava ficando incomodado com o silêncio desconfortável, mas não fiz nada pra mudar isso.
Ela que fez, inconscientemente. Karina bebeu um pouco da água e suspirou profundamente, se abaixando o suficiente pra encostar a testa no balcão da cozinha. - "A culpa é minha."
Estalei a língua e me debrucei em cima do balcão, já que eu estava do outro lado, só pra passar a minha mão pelos fios de cabelo dela. - "Não é sua culpa." - Eu disse baixo. Ela murmurou um 'é!' Revirei os olhos de leve e estalei a língua de novo. - "Você deu a bebida pra ele? Não. Você mandou ele beber? Não. A culpa é dele."
"Eu só tenho uma missão na vida: manter ele e o Matheus bem, fazendo todo o sucesso que eles estão predestinados a fazer. E aí eu acho de tirar uma noite pra não acompanhar, pra ir em Fortaleza, e acontece isso. Que ódio, que ódio de mim." - Karina botou pra fora, junto com um suspiro longo. Me doeu ver ela assim por uma coisa que a última culpada é ela.
"Marrentinha..." - Murmurei baixinho, agoniado em ver ela se martirizando, dando a volta na bancada pra parar do lado dela que escondia o rosto nas mãos.
"Ele começou a fazer show a dois meses, Gabriel. Ele tem vinte anos e diferente de mim, não aprendeu a lidar com esse mundo aos dezesseis. Há um ano ele era caixa de supermercado, não um cara que lota casas de show. Que merda que eu tinha na cabeça pra achar que ele é como o Matheus, que eu posso deixar sozinho porque ele sabe como a vida na estrada é." - Deixei ela falar, apenas passando a minha mão pelas costas dela, entre os fios pretos.
"Não é sua culpa." - Repeti. - "Mano, como é que você ia saber que ele ia beber isso? Não é sua culpa e se lá no sonho do Clériton chegar que você tá aqui se martirizando, ele vai até acordar pra brigar com você." - Constatei sério, mesmo querendo dar uma risadinha do nome dele.
Karina tirou as mãos do rosto e me olhou, os nossos rostos perto. Tirei os cabelos dela da frente do rosto, num carinho botando eles pra trás.
"Porque você tá fazendo isso? Porque você tá sendo tão legal?" - Nina perguntou baixo, dando uma mordida no lábio que mesmo que não fosse sua intenção, era extremamente sensual.
"Bom, eu gosto muito do Teto..." - Comecei, encaixando minha mão na curva do pescoço dela pra passar meu dedo pelo seu maxilar. - "E sei que ele vai ficar feliz quando souber que eu tô com você, que você tão tá sozinha."
Nina piscou os olhos devagar e se remexeu na cadeira, querendo saber: - "Só por isso? Só pelo Teto?"
Momento errado pra grandes palavras? Não sei. Mas falei mesmo assim: - "E também porque é bom ao invés de falar pra você, 'se cuida'... Poder cuidar."
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Amor em Dezembro - Lil Gabi
FanfictionNo trabalho, Gabigol. Nas férias, Lil Gabi. Durante o ano que se mistura a férias por causa de sua carreira de trabalho, ela sempre é Lil Nina. Ele é acostumado a ter todas aos seus pés. Ela também. Ele é acostumado a pegar geral. Ela também. Se...