Thirty - Ninith

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Dias depois...

Karina/Lil Nina; 12/05/2022;

📍Fortaleza, Ceará

O Gabriel ia conhecer a minha mãe.

Eu tinha a sensação que podia desmaiar de nervoso a qualquer momento. E pelo visto o meu bonde jurava que era uma ótima ideia ficar enchendo o meu saco em relação a esse assunto e botando lenha na fogueira.

"Eu não queria ir com o seu pai." - Minha mãe reclamou, fazendo bico e cruzando os braços. - "Se eu quisesse a companhia daquele pilantra eu ainda tava com ele."

Gabriel também ia conhecer meu pai, mas eu não tava preocupada. Aqui em casa é assim: pai tranquilão e mãe brava.

Aproveitei a chance e dei um sorrisinho de lado pra ela. - "Então fica em casa, VeraLu. Não tem problema."

"Eita que essa menina é danada! Tá vendo tia? Querendo te convencer a não ir ver o teu genro." - Matheus disse, botando o braço em volta dos ombros da minha mãe que se abanava.

"O mestre de convencer as pessoas aqui é você, Matheus!" - Eu disse, arregalando meus olhos. Ele me deu um olhar de repreensão depois.

Sabia que eu estava me referindo à jornalista que ele tá tentando convencer esses dias. Só que é assunto proibido na frente da minha mãe e da mãe dele.

O término com a Clara faz meses mas ninguém por aqui superou.

Exceto ele.

"Mãe, repensa se o Matheus é teu sobrinho favorito mesmo. Tá te incentivando a passar por uma situação de extremo nervoso! Dentro do carro com meu pai, depois conhecendo..." - Eu nem tinha terminado de falar quando Teto se meteu:

"Um jogador de futebol, tia! Que pode tirar a Nina da gente. Levar ela pra morar no Rio, acordar pra ir jogar beach tennis..." - Enumerou e a minha mãe fez um bico e deu um grunhido quase de desespero.

Eu dei uma gargalhada. Meu pai estacionou a Picape velha dele com o maior sorrisão e eu quase pulei no meu velho. - "Oi pai! Tava com saudade de você!"

"Oi meu amor, você tá linda! Linda! E com esse manto aí meu Deus... É a camisa da Libertadores mesmo?" - Perguntou pegando na barra da roupa pra olhar de perto depois de me abraçar.

"É. Essa menina é ousada igual a você." - Minha mãe resmungou abrindo a porta do carona. - "E essa carcaça tá fedendo a estrume. Você tava na roça, Rodrigues? Não faz outra coisa da vida. Só correndo atrás de bode. Imprestável."

Eu ri e ele cutucou ela. - "E você reclamona com o Rodrigão aqui hein?"

"Não me toca, Rodrigues! Não me toca! Sai." - Ela empurrou a mão dele que ameaçava fazer cosquinha.

"Atenção, atenção, Lil Gabi. Ainda dá tempo de desistir..." - Teto estava mandado um áudio e eu empurrei ele antes de entrar no banco de trás com ele que só sabiam fazer graça. E o nervosismo tinha voltado.

"Eu acho que eles vão voltar." - Matheus disse, cruzando os braços e botando a cara na minha janela. - "Minha mãe disse que naquele dia que o Rodrigão passou mal da pressão foi a tia Vera que ficou com ele no hospital."

Eu fiz que sim com a cabeça. - "Ela ama ele. Só é orgulhosa demais pra admitir." - Teto me olhou de canto e eu sabia que ia fazer um comentário, então fuzilei ele. - "Diga alguma coisa pra você ver."

"Ele não pode mas eu digo: você tinha que puxar a alguém né?" - Tuê disse e eu nem tive tempo de brigar com ele, meu primo saiu quase voado. - "Beijo, tô indo!"

Amor em Dezembro - Lil GabiOnde histórias criam vida. Descubra agora