Porque a autonomia produz esquemas contra a dependência e promove formas mais saudáveis de se relacionar afetivamente em pelo menos três áreas básicas: a. As pessoas que se tornam mais autônomas melhoram visivelmente a auto-eficácia, adquirem mais confiança em si mesmas e se tornam mais auto-suficientes. O medo de não ser capaz é prevenido e/ou vencido.
b. A liberdade educa e eleva os níveis de resistência à dor e ao sofrimento. Ao ter de se deparar com o mundo e lutar pela própria sobrevivência, elimina pela raiz o mau costume de evitar os incômodos. Em outras palavras, ajuda no amadurecimento emocional. Previne-se ou se vence o medo de sofrer.
c. A autonomia conduz a uma melhor administração da solidão. Os sujeitos que adotam a autonomia como uma forma de vida adquirem os melhores níveis de auto-observação e maior autoconsciência. Considerando-se que a solidão está na base de toda dependência afetiva, se previne e/ou se vence o medo da solidão.
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS 1. CUIDAR DE SI MESMO – AINDA QUE O COMODISMO OFEREÇA VANTAGENS, JÁ É HORA DE DEIXAR A INUTILIDADE DE LADO. TOMAR CONTA DE VOCÊ MESMO É UM PRAZER INDESCRITÍVEL, MUITO MAIOR DO QUE SER COMODISTA. QUANDO VOCÊ FOR CAPAZ DE RESOLVER AS COISAS SEM AJUDA, TERÁ A MARAVILHOSA SENSAÇÃO DE ANDAR PELA VIDA A DUZENTOS QUILÔMETROS POR HORA. A PARTIR DE HOJE. NÃO DELEGUE O QUE VOCÊ MESMO PODE FAZER. OS INTERMEDIÁRIOS NUNCA FAZEM BEM O MANDADO. SE VOCÊ TEM A MANIA DE CONSULTAR OS OUTROS SOBRE TUDO, SE DÊ O PRAZER DE ERRAR. ENTREGUE-SE À TENTAÇÃO DOS ERROS. É O ÚNICO PECADO QUE DEUS PATROCINA PESSOALMENTE. SE VOCÊ ERRA, CRESCE; SE NÃO COMETE ERROS, FICA ESTANCADO.
Comece a fazer uma lista das coisas que você precisa arrumar ou solucionar e que adiou por não ter um "especialista" disponível. Defina suas prioridades, faça uma ordem do dia e das tarefas a cumprir. Isso mesmo: não postergue mais! Simplesmente comece.
1. Dê-se ao trabalho de pegar o telefone e pesquisar. Desloque-se. Incomode-se até a raiz do cabelo. Ainda que haja chuva e trovoadas, você irá. Não haverá desculpas nem mais desistências. Não descuide do que você ama. Seus pertences são importantes: cuide deles. Dê uma manutenção à vida de vez em quando. Ninguém fará isso melhor do que você. Quando você deixar de entregar a vida aos outros e for responsável pelos seus atos, descobrirá sua verdadeira fortaleza.
Se você desempenhou com seu parceiro o papel de "a inútil" ou "o inútil", mude isso. Desfaça a menos-valia. Não precisa ser fraco para ser amado. Tranqüilize a pessoa que você ama, diga que sua transformação não afastará você dela, mas que a amará ainda mais. Vai amá-la com a força do que já não teme, com a calma do que não procura a segurança. Simplesmente irá amá-la em liberdade.
2. Curtir a solidão – Faça as pazes com a solidão. Não tenha mais medo. Ela não morde, afaga. Inclusive pode fazer cócegas. É verdade que, às vezes, nos sobressalta, mas nos ensina. Fique com ela durante alguns dias. Experimente-a para ver no que dá. Pode começar saindo sozinho. Sem companhia de nenhum tipo, nem de parentes, nem de amigos. Vá um dia ao cinema, no horário mais movimentado, quando todos estão acompanhados, e entre na fila com cara de ermitão despeitado. Demonstre ser um solitário. Deixe que alguns olhem para você com pena ("Pobre, não tem companhia"). Que importa! Por acaso você precisa de um vulto ao lado para assistir a um filme? Num sábado à noite, reserve lugar no restaurante da moda da sua cidade. Coloque a sua melhor roupa e chegue sem companhia. Aproxime-se da mesa somente tendo o garçom como séquito e, quando ele perguntar se você está aguardando alguém, responda com um lacônico "não" (como quem diz "hoje não preciso de ninguém"). Peça um bom vinho e saboreie a comida como se fosse a maior das delícias. Comporte-se como um hedonista. Ignore os olhares e descobrirá que, por sorte, você não é tão importante. Depois de cinco minutos, ninguém mais estará notando você. Passará totalmente despercebido, até para os mais xeretas. Leve a sua solidão para passear com garbo e decoro. Areje-a. Não a esconda como se fosse um ato de mau gosto. Não se envergonhe de andar com ela. Mostre-se como um ser independente. Na hora da verdade, você não é mais do que um ser humano que às vezes gosta de ficar só.
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Amar ou depender?
Science Fiction"Amar ou depender?" é um guia para os primeiros passos em direção a uma vida amorosa saudável, plena e feliz. Neste livro, o psicólogo Walter Riso identifica quando uma relação torna-se doentia, conceituando a dependência afetiva e expondo o limite...