A dependência afetiva pode ser prevenida. Sob determinadas circunstâncias, podemos criar imunidade a ela e nos relacionar de uma maneira mais tranqüila e descomplicada. Sempre se pode estar melhor do ponto de vista afetivo. Se a sua união está bem constituída, você pode fortalecê-la ainda mais; e se tem deficiências não muito graves, pode melhorá-la. O aperfeiçoamento afetivo é um processo contínuo do qual não se pode descuidar.
Os três princípios que serão apresentados a seguir permitem desenvolver uma atitude antidependência; ou seja, um estilo de vida orientado a fomentar a emancipação psicológica sem deixar de amar. Infelizmente, nossa cultura não nos ensina esses princípios de uma maneira programada e coerente porque, paradoxalmente, a liberdade é um dos valores mais restritos.
O primeiro princípio é o da exploração, ou a arte de não colocar todos os ovos na mesma cesta; o segundo é o da autonomia, ou a arte de ser auto-suficiente sem ser narcisista; e o terceiro é o princípio do sentido de vida, ou a arte de se afastar do mundano. A aplicação de cada um deles fará tremer os esquemas responsáveis pela dependência afetiva, mas se a aplicação for conjunta, o impacto psicológico será ótimo. Uma pessoa audaciosa, livre e realizada é um ser que ganhou a batalha contra os apegos irracionais.
A imunidade à dependência afetiva somente pode ser alcançada quando todos os nossos papéis estiverem devidamente equilibrados. Somos muito mais do que marido/mulher ou namorado/namorada. Se eu vivo exclusivamente para meu companheiro, se reduzo todas as minhas opções de alegria e felicidade a essa relação, destruo possibilidades em outras áreas que também são importantes para meu crescimento interior.
Quando se alcança a maturidade afetiva, o ato de amar não é tão cativante a ponto de nos anular, nem tão distante a ponto de nos tornar frios. Obtém-se um meio-termo, o ponto eqüidistante em que o amor existe e deixa viver.
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Amar ou depender?
Fiksi Ilmiah"Amar ou depender?" é um guia para os primeiros passos em direção a uma vida amorosa saudável, plena e feliz. Neste livro, o psicólogo Walter Riso identifica quando uma relação torna-se doentia, conceituando a dependência afetiva e expondo o limite...