Vigília

12 8 8
                                    

Faltavam apenas 2 dias, eu estava nervosa, ansiosa, e a cada hora que passava eu me sentia mais perdida, algumas coisas do meu passado ainda rodavam minha mente, mas Levitã tinha se mostrado o homem mais perfeito do mundo para mim e sempre que eu me sentia péssima corria para seus braços.

Não sei só ignorar aquelas vozes na minha mente, era o certo a se fazer, mas foi o jeito que eu achei para lidar com esses pensamentos errôneos em minha mente.

Estávamos indo até o campo aberto do Reino de Mugs, iríamos acampar por lá. As sereias já estavam nos esperando na costa mesmo com dois dias de antecedência, e eram milhares de sereias, o Tritão disse que trouxe 14850 sereias para nos ajudar.

Disse que algumas sereias se arriscaram a tentar afundar as embarcações de Nunzio, mas elas nem conseguiram chegar perto, morreram. As que sobreviveram relataram que no momento em que elas chegaram e se aproximaram dos barcos, simplesmente pararam de se mexer.

- Subestimei aquele homem e perdi 150 sereias guerreiras.

- Tudo bem, não tinha cono saber.- Falei para o rei Tritão, mas ele não se convenceu da resposta.

- Foi um perda de qualquer forma.- Disse seriamente e eu não falei mais nada, o Tritão tem razão é uma perda.

As sereias estavam montadas em bradoküs, peixes de 6 patas, com cerca de 4 metros de altura, eram parecido com grandes crocodilos, a pele cheia de escamas, a boca cheia de dentes e o rabo cheio de espinhos, os bradoküs conseguiam passar horas fora da água, além de correr muito rápido e serem muito fortes, eles também vomitavam um líquido ácido que derretia qualquer outra coisa.

O plano continua o mesmo, não houve muitas mudanças, eu não participaria dos combates, ficaria longe ajudando com os meus poderes, aquilo ainda me deixava irritada, eu queria muito pegar em uma espada e sair correndo atrás da cabeça de Nunzio. Mas isso não era possível, eu consegui entender que eu era muito forte e que realmente meu trabalho tinha que ser anular os poderes de Nunzio.

Frederick não estava lá quando chegamos, Chiara disse que já fazia três dias que ele tinha saído dizendo que iria para o centro da cidade, mas prometeu voltar a tempo.

Milo e Chiara pareciam bem, todos pareciam muito confiantes, só não o meu pai e a minha irmã que me perguntaram se eu realmente tinha certeza do que eu iria fazer, eles não tinham fé em mim, fiquei chateada, mas entendi que eles eram assim, eu não era a única mentirosa, eles poderiam estar ali dizendo que estavam ao meu lado, mas era mentira, eles só não tinha onde ficar, mas talvez seja melhor assim, não sentirei pena deles depois.

Já estava no final da tarde e eu ficaria vigiando durante a noite caso Nunzio quisesse trapacear, é melhor se prevenir já conhecendo o passado sujo daquele homem.

Levitã se voluntariou para ficar vigiando comigo, passamos a noite inteira conversando, eu estava impressionada com o quão fácil era conversar com ele agora, eu sentia que podia falar qualquer coisa, sentia que não importava o que eu dizia, aquilo sempre iria render uma longa conversa, me sentia mais leve, era como se finalmente eu estivesse praticando o casamento, finalmente estávamos dividindo.

Mesmo que a guerra ainda não tenha acontecido, mesmo eu ainda não sabendo se iria ganhar ou perder, eu estava muito feliz por ter ele ao meu lado, por ter me casado com ele, sinto que não importa o resultado da guerra, se viverei ou se morrerei, o que importa é que eu estou alegre e morreria satisfeita agora.

- Dizem que existe uma civilização na lua.- Levitã estava deitado na grama com as mãos na nuca.- Que uma mulher da lua morou aqui na terra e teve um filho.

- Isso é uma lenda?- Eu estava sentada, abraçando as pernas, olhei para ele curiosa.

- É uma história para criança dormir, minha mãe me contava, não tem moral ou uma reviravolta, é apenas uma narrativa.

Sem ClasseOnde histórias criam vida. Descubra agora