Mentes envenenadas

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Nos olhamos por alguns instantes, a sede de vingança em seus olhos era assustador, mas eu também cultivaria muito raiva por ele se estivesse no lugar dela.

- Eu ainda não posso confiar em vocês, eu preciso ter certeza de que estão sendo sinceros comigo.- Um largo sorriso se instalou em seu rosto e eu não sabia o que ele significava, mas sentia que algo não muito agradável iria acontecer.- Eu quero que vocês bebam o soro da verdade. Então vou perguntar novamente, e vou saber se estão sendo verdadeiros ou não.

O soro da verdade, um líquido feito com erva muito rara de se encontrar nos pântanos de Gandbam, poucas pessoas se aventuram naqueles pântanos, pois as pessoas que ainda tentam quase nunca voltam e quando voltam, elas estão completamente atormentadas, pois lá é um lugar onde a luz não entra, onde o chão é coberto por lama e o cheiro é insuportável, os animais que habitam naquele pântano são selvagens e venenosos, este pântano é tão perigoso e tão temido que não faz parte de nenhum reino, o reino do Príncipe Ametista Lend e o reino do Príncipe Lazuli Gordan, fica entre esse pântano e nenhum deles toma aquele lugar como seu.

Nenhum dos reinos se atreve, é visto como uma maldição, só homens muito corajosos ou que estão procurando morrer, entram naquele local.

E no meio do pântano que a erva de Tamanda é achada, e ela é usada para fazer o soro da verdade, ao beber, a pessoa entra em um tipo de transe, ela irá falar tudo que você quiser saber, e sempre irá contar a verdade, é impossível resistir, é impossível se manter sóbrio depois de beber esse soro.

- Tudo bem.- Eu falei.

- Você é corajosa, não tem medo de revelar seus segredos?- A princesa Hosana perguntou.

- Eu não tenho segredos.

Ela fez um sinal em um dos empregados pegou uma garrafa da prateleira o líquido da garrafa era um azul cintilante a garrafa foi colocada no meio da mesa junto com dois copos lindos.

- 2?- perguntou Levi.

- Você não achou que a sua esposa iria beber sozinha, achou?- a Zoana falou incrédula.

- Achei, eu não quero beber!

- Deixa de ser medroso!- Hosana o repreendeu.

- Não é medo... é receio. Você pode perguntar mais do que devia!

- Beba!- A princesa ordenou depois de encher os nossos copos e ignorar Levi completamente.
Eu poderia dizer que virei o copo sem medo, mas eu hesitei, não tinha nada pra esconder, mas mesmo assim tinha medo de falar algo que eu não devia. Eu peguei o meu copo e quando ele estava a alguns centímetros da minha boca, eu escutei um grande barulho. Era Levitã, ele tinha aparentemente desmaiado, sua cabeça acertou em cheio a mesa.

- É normal.- Avisou Zoana quando eu me aproximei assustada de Levi. Então eu bebi o soro. Não sei explicar o gosto dele direto mas era ácido, é o que eu posso dizer. Eu fiquei esperando desmaiar também, demorou alguns segundos, mas logo apaguei igual.

Quando acordei, tudo parecia distante, a imagem e as vozes parecia distante, era como se eu estivesse apenas assistindo dentro da minha cabeça.

Olhei para Levi e ele estava diferente, ele tinha entrado em transe, seus olhos estavam caídos, ele encarava a mesa vazia, com uma expressão vazia.

- Como é seu nome?- Zoana perguntou a Levi.

- Levitã.- Ele respondeu de uma maneira morta.

- O que você veio fazer aqui Levitã?

- Eu vim pedir ajuda para lutar em uma guerra.

- Você quer que essa guerra aconteça?

- Não.- E aquilo foi um choque. Como assim Levitã não quer entrar na guerra junto a mim? Trabalhamos duro para reunir aliados, e agora ele me diz que não quer que a guerra aconteça?

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