Lágrimas sinceras

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Sangue... Sangue nos lençóis, no meu vestido branco e no colchão. O Período do mês que eu mais odiava, tinha chegado. Chiara abriu a porta e arregalou os olhos assustada, e soltou um grito.

- Menstruação!- Disse rápido.- Está tudo bem.

- Que droga, vá tomar banho, senhorita eu cuido da cama.

Eu concordei, me levantei e fui até o banheiro.

- ÂNCORA DO CÉU!!!- O grito de Milo me fez parar com a mão na maçaneta da porta.- Senhor Levitã!- Milo começou a chamar Levitã, ele estava parado na porta chamando por ele e eu me desesperei, onde eu enfiaria a cabeça se ele me visse assim?

- Cala a boca Milo, eu tô bem!- Falei fazendo ele parar de gritar por Levitã.- Não é sangue de ferimento, por favor, pode deixar a Chiara cuidar disso sozinha.- Foi mais um pedido do que uma ordem.

- O que foi isso?- Agora, estava parado na porta quem eu menos queria aqui. Levitã perguntou e logo em seguida entrou dentro do quarto vindo na minha direção.

- Não, não, tá tudo bem!- Falei rápido esticando minha mão em gesto de "pare". Eu estava de pé sentindo o sangue escorrer devagar pelas minhas pernas, meus olhos estavam cheios de lágrimas, estava morrendo de vergonha naquele momento.

- Como...- Ele olhou para a cama e depois para mim e viu que o sangue se concentrava na parte de baixo e entendeu o que estava acontecendo.- Já entendi. Vamos Milo!

Ele deu meia volta, pegou o Milo pelo braço e saiu a passos apressados pelo corretor, Chiara fechou a porta e eu entrei dentro do banheiro.
Eu queria morrer de vergonha, não desci para tomar café da manhã e não desci para almoçar, fiquei no meu quarto com vergonha de encarar Levitã depois daquela situação constrangedora.

- Não vai descer para jantar também?- Chiara perguntou.

- Não...- Gemi com a cara enfiada no travesseiro, além da dor absurda no meu útero, a minha cabeça também doía e a vergonha fazia a dor piorar.

- Ayanna, vamos jantar.- Eu tive um sobressalto, olhei na direção da porta e ele estava lá, meu coração acelerou e eu tenho certeza que estava vermelha de vergonha.- Me acompanha no jantar, por favor.

- Eu não estou me sentindo bem.- Falei rápido e deitei a cabeça para o lado contrário da porta, não estava mentindo, mas não era "mal" o suficiente para não ir jantar com ele. Eu só queria que ele fosse embora, e queria nunca mais vê-lo.

Eu senti o colchão afundar e neste momento eu só queria afundar até a camada mais profunda da terra e sumir.

- Está envergonhada?- Sua voz fazia meu corpo estremecer.

- Não.- Menti.

- Está mentindo?

- Não...

- Então, dói muito?

- Mais do que imagina.- Me posicionei de lado ainda de costas pra ele.

- Quer ajuda? Eu posso fazer a dor melhorar.- Eu estiquei o braço para trás.- Não Ayanna, eu tenho que tocar onde está doendo.

- Pode ser por cima da roupa?- Eu estava de vestido, usando apenas uma calcinha e absorvente de pano que Chiara conseguiu.

- Tem que ser pele com pele.

- Sério? Não está se aproveitando da situação?- Era realmente verdade?

- Vai querer que eu ajude ou não?

- Quero.

- Pode ficar como está.- Senti seu corpo se encaixando no meu, sua mão puxou a barra do meu vestido até o meio da minha coxa, eu estava me sentindo nervosa, meu coração estava acelerado e eu respirava fundo para tentar me acalmar.- É melhor você colocar minha mão no pé da sua barriga, assim eu não toco em um lugar que não deve ser tocado.

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