Capítulo 13

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Pov Jennie

— Sabe, amiga, eu acho que você até demorou para chutar o pau da barraca.
Rosé me diz isso na segunda-feira, quando vou em seu estúdio depois do trabalho e eu conto tudo o que aconteceu na visita mensal tumultuada na casa da minha família.

— Essa mania deles acharem que só os homens importam já passou do limite — prossegue, colocando abaixo nossa tentativa de meditação semanal.

— Eu sei e odeio brigar, mas sabe quando você não consegue segurar? Hoje a minha segunda coluna foi publicada e está tendo uma aceitação incrível e eu queria que eles ficassem felizes por mim, mas se não fosse você e a Lisa, não teria com quem compartilhar isso.

— Lisa?

— Ela está me ajudando nessas aulas de preliminares e disse que sente orgulho de mim, o que é muito mais do que meus pais já me disseram.

— Sempre achei ela uma garota legal.
Eu tinha quatorze anos quando conheci Lisa e me lembro de achar o jeito tímido dela engraçado no começo, mas então me acostumei e passei a gostar de conversar com ela porque apesar das dicas financeiras inoportunas, sempre foi gentil e até me ajudou em umas questão difíceis de exatas para o vestibular.

— E o que vai ser a aposta da sex shop para a próxima semana?
Ergo a sacolinha da safadeza e Rosé grita de empolgação ao ver do que se trata.

— Tem como arrumar um desses para mim? — questiona, encantada pelo que está olhando.

— Serve um cupom de cinquenta por centro de desconto?

— Com certeza!

* Lisa não parece surpresa quando eu bato na sua porta e mostro a embalagem da Luxury.

— O quão pervertida vou ter que ser essa semana?
Dessa vez ela apenas me mandou entrar e está na mesa de sua sala cercada por papéis. Os óculos na ponta do nariz e uma expressão cansada no rosto bonito.

— O que te faz pensar nisso? — pergunto ao tirar os chinelos e sentar com as pernas para cima do sofá macio.

— É segunda-feira, Jennie, e eu estou ficando acostumada a ter você na minha porta nesse dia com a sua cara de pau e um sorrisinho inocente.
Começo a rir da afirmação porque ela não fala em um tom maldoso, mas sim divertido.

— Tem razão. Recebi hoje a tarefa da semana.

— Tenho que ficar com medo?

— Acho que é bem inocente perto do que já fizemos.
Lisa cora quando eu me aproximo dela e tiro o conteúdo da sacolinha.

— Calcinha vibratória — explico ao colocar um vibrador de silicone rosa em formato de concha, parecido com o encaixe de um absorvente, em cima da mesa. — Controlada por um aplicativo no celular.

— Apenas isso?

— Momo acha que seria legal irmos para um lugar público e você me deixar maluca com as vibrações, que podem até estimular de acordo com uma música.

— E como vai conseguir usar isso?

— É magneticamente preso a calcinha — digo ao tirar a parte redondinha e imantada do vibrador. — É seguro, silencioso e a nova aposta do sex shop e sabe o melhor e que vai te ganhar?

— Conseguiu uma cueca também?

— Não, nem sei se existe isso.

— Então?

— A revista vai pagar pela nossa pequena aventura. Que tal um restaurante chique e completamente fora do nosso orçamento?

— Fechado. Escolha o lugar e me fale.
Ela está sorrindo quando volta ao trabalho e eu saio da casa dela animada e curiosa para saber como essa experiência será.

𝘼 𝙫𝙞𝙧𝙜𝙞𝙣 𝙞𝙣 𝙩𝙧𝙤𝙪𝙗𝙡𝙚 •Jenlisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora