43° Capítulo

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O dia tinha amanhecido novamente, e ela mal tinha conseguido dormir. Teve pesadelos e assustava a cada barulho que escutava vir da casa. Se sentia curiosa para saber como era do outro lado da porta, mas aquilo poderia demorar muito para acontecer.

Claro que ela não ia parar e se acomodar, iria fugir e, já estava planejando isso. Mas primeiro, tinha que ganhar a confiança de Thomas.
Ele por sua vez, não deixou de levar as refeições dela no quarto, mas não parou para conversar e nem a olhava. Chloe agradecia a Deus por aquilo.
Assim se passaram alguns dias. Chloe se adaptou ao quarto, conseguia ler para fugir da realidade. Não sabia a quantos dias exatamente estava longe de casa e se perguntava se estavam atrás dela.

Passou a não se sentir bonita ao se olhar no espelho. As noites de sono eram falhas e todas as manhãs ela acordava cansada, com olheiras. Os pesadelos não davam trégua, o que a fazia acordar toda noite no meio da madrugada. Foi exatamente assim que ela acordou e se deparou com Thomas a olhando preocupado. Ela rapidamente se afastou da mão que ele tinha sobre a testa dela, se encolhendo no canto da cama.

— Seus pesadelos não param. — Ele disse.

— Óbvio! Estou presa numa casa com um assassino.

Ele revirou os olhos, suspirando.

— Sem drama, Chloe. — Pegou um copo com água e um remédio. — Tome isso, vai te ajudar a dormir.

— Vai me matar envenenada? —

Chloe estava temerosa, o que o fez rir.

— Te matar envenenada? Sério? Se eu quisesse te matar, você já estaria morta. E não seria por envenenamento.

Chloe pegou o remédio. De fato, ele cuidava dela. O que era estranho.

— Não confio em você. — Ela falou, antes de beber a água e engolir o comprimido.

— Eu não pedi para confiar. — Ciciou, deixando o quarto.

O remédio havia a ajudado a dormir e, ao acordar, se sentiu melhor que os outros dias.

Uma bandeja com o seu café da manhã, estava sobre a pequena mesa redonda no canto quarto. Thomas tinha entrado no quarto, o que significaria que ele demoraria para ir até lá novamente.

— Espero que seja assim todos os dias. — Disse ela.

Ficar presa em um quarto era tedioso e não poder ao menos sentir o vento bater em seu rosto, era de se desesperar.

Tinha acabado de ler mais um livro, Já estava indo para o décimo. Mas as histórias não estavam mais a prendendo, ela precisava se sentir viva. Cadernos já tinham sido rabiscados por ela, desenhos sem formas estampavam algumas folhas.
Os vestidos que ocupavam metade do guarda-roupa, foram jogados sobre a cama, a ideia era experimentar um por um, mas se cansou no sexto. Ela se jogou na cama, por cima dos vestidos, mirou o teto e suspirou, uma lágrima escorreu de seu olho. Tudo que ela queria, era estar em casa, protegida por seus pais e admirada por sua irmã.

Chloe secou o rosto quando a porta foi aberta e Thomas passou por ela. Ele franziu o cenho ao vê-la deitada sobre um bolo de vestidos.

— O que quer aqui?

Thomas cerrou os olhos, a analisando.

— Por que estava chorando?

Chloe se levantou, cruzou os braços e o olhou, pasma.

— É sério isso? — Perguntou. — Será que é porque eu estou presa em uma casa que não é a minha, em um lugar que eu não sei aonde fica e, pior, com um assassino.

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