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As palavras de Brandon entraram como bombas nos ouvidos de Chloe. Ele estava certo. Tinha sido Gabriel a sair com Benjamin do salão naquele dia. Por quê eu não pensei nele antes? – Pensou ela.
Chloe se desgrudou da parede e começou a andar em direção a saída, mas Brandon a puxou pelo braço.
— Está indo para onde? — Ela o olhou por alguns segundos.
— Para casa. — Disse, parecendo cansada. Brandon sorriu ao tocar o rosto macio da garota e acariciar a bochecha rosada fazendo círculos com o dedo.
— Acha que eu faria algum mal a você? — Os olhos dourados se focaram nos azuis do menino, e ela negou com a cabeça. — Eu jamais faria! — Ela sorriu antes de receber um beijo na testa. — Peça para Thomas te levar, tá bom? Não vá sozinha!
— Tá bom!
Antes de virar as costas e correr para o treino, Brandon piscou para ela e a viu caminhar para a saída.
Chloe entrou na loja de Thomas e a encontrou vazia, ouviu o barulho de serra indicando que ele estava na fábrica. Ela ficou com preguiça de descer, então se jogou na cadeira giratória do homem e deitou a cabeça sobre a mesa a sua frente, o cheiro da serragem invadiu suas narinas, era um cheiro bom, ela gostava.
Os pensamentos dela estavam fervilhando dentro da cabeça, hora ela pensava em Benjamin, em como ele teria sofrido, hora ela pensava na identidade do assassino, será mesmo que foi Gabriel? De uma coisa ela sabia, ele circulava entre todos daquela cidade, qualquer um daqueles adolescentes poderia ser o odiado assassino. Ela esticou o braço sobre a mesa e bocejou, sorriu ao olhar para frente.
— Está aí a muito tempo? — Perguntou ao se endireitar na cadeira.
— Quase vi seus pensamentos saindo para fora e caminhando por aí. — Ela riu e assistiu Thomas ir até uma das prateleiras e pegar um quadro mediano. — Quer falar sobre eles? —
Ela franziu o nariz, e se perguntou o que tanto ele analisava naquele quadro, a moldura estava perfeita aos olhos dela.— Estava pensando em Benjamin, na verdade, em quem o assassinou. Sabia que a polícia acha que é alguém da escola? — Thomas arqueou a sobrancelha. — Ele pode ser um dos meus amigos ou qualquer um daqueles alunos. Acha que é algum aluno?
— Eu acho que você não precisa pensar nisso. Sério, Chloe, como você mesmo disse, a polícia acha, a polícia está fazendo o trabalho dela, e você, anjinho, não precisa ocupar sua mente com isso. — Ela espremeu os lábios.
— É, mas é difícil não pensar. — Thomas riu de leve. — Já almoçou? — Ele colocou o quadro da prateleira e a olhou negando. — Ótimo! Vamos almoçar lá em casa, já aproveita e me leva.
— Ah, então é carona que você quer. — Ela riu.
— Me falaram tanto para eu não ir sozinha hoje, que resolvi não arriscar.
— Está certa! Que continue assim. — Chloe assentiu sorrindo. — Bom, então, vamos.
...
No dia seguinte, Chloe não esperou que as aulas acabassem para ir falar com Gabriel, ela aproveitou que o amigo estava ao seu lado ao entrarem na escola.
— .... Eu só quero saber se você estava com ele.
— Não, depois que eu tirei ele do salão, nós ficamos poucos minutos conversando e depois ele disse que ia no banheiro, aí eu voltei para dentro do salão, inclusive eu a vi saíndo com Tessa. — Ela fez o bico que sempre fazia quando estava pensando em algo importante.
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Caminhos Noturnos
Mystère / ThrillerBastou um olhar para nascer a obsessão. Chloe, a primogênita dos Martin, nascida e criada em um pequeno vilarejo na Inglaterra, apelidada por "Anjo" desde o nascimento. Uma garota doce e divertida, não imaginava que o dono de um coração frio e calcu...