11° Capítulo

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...

Chloe não falou nada, estava esperando ele dizer que estava brincando, mas John não usou nenhum tom de brincadeira, muito pelo contrário, ele falou totalmente sério.

Poderia ser John o assassino? Não, ele não faria isso. Ou faria? Mas por qual motivo ele sairia matando adolescentes? Não, esse não é o perfil dele. — Ele matutou as questões em silêncio, encostada no carro igualmente a ele, nem ao menos se deu conta de quê ainda estava esperando o senhor Hesting, só percebeu mesmo quando se assustou com John se mexendo ao seu lado.

O cigarro foi jogado e pisoteado no chão.

— Hesting... — John o chamou, caminhando até o homem.

— O que quer, John?

Chloe continuou onde estava, só observando, viu Megan entrar no carro de seu pai e, então, voltou os olhos para os homens. Ela não conseguia ouvir a conversa, eles pareciam cochichar ao invés de falar. Mas então, ela reparou em outra coisa, na imponência de John, de certo que todos os três homens quando resolviam ser o que nasceram para ser, ficavam sexy e, incrivelmente ameaçadores. E era exatamente assim que John estava naquele momento, o pai de Megan era pouco mais baixo que ele, e claro, mais velho, mas John assumia com excelência o seu papel de magnata frio e assustadoramente ameaçador, sem contar o terno perfeitamente alinhado ao corpo, feito sob medida como todos os outros que ele usava.

Chloe deixou de admirar o homem e resolveu ir até ele, talvez para tentar saber o que eles falavam, mas não ouviu muito mais que, “Não vai querer me ter como inimigo, Hesting, até porquê nisso entrará mais dois e, não será por pouco tempo." e quando Jhon terminou de falar, já se virou e foi para o carro, levando Chloe junto.

— O que você disse para ele? — Ela perguntou.

— No nosso mundo, tudo se baseia em negócios, Chloe.

No mundo deles. – Corrigiu em pensamento.

— Está mais calmo? — Jhon riu ladino.

— Eu queria mesmo era arrebentar a cara daquele filho de uma puta. — A olhou. — Mas as palavras tem o poder de acalmar também.

— Que bom!

— Então, para casa? — Ela assentiu, o vendo dar partida no carro, parou o carro em frente ao prédio do jornal. — Espere aqui, tenho que pegar algumas coisas. — Uns cinco a dez  minutos depois, ele voltou com duas pastas nas mãos e as colocou no banco traseiro do carro. — Tenho que terminar uma matéria. — Comentou se acomodando no banco, deu partida novamente rumo ao vilarejo.

— Por que meus pais não foram me buscar?

— Não puderam.

— E Thomas? — Ele a olhou se fingindo ofendido.

— Não gostou de ter sido eu a buscá-la? — Ela sorriu apoiando a cabeça no banco, com os olhos postos nele.

— Gostei! — Disse, meiga.

John fez uma leve carícia no queixo dela e rapidamente voltou a mão para o volante.

— Thomas está em Londres com seus pais. — Os olhos postos na estrada, não se voltaram para ela.

— Em Londres? — Ele assentiu. — Por quê?

— Holly passou mal, e eles a levaram para o Hospital. — A olhou.

— E você me fala isso agora?

— Sim, se eu falasse na escola só iria te deixar nervosa, e tinhamos uma questão pra resolver. Holly vai ficar bem! Ela está sendo cuidada pelos médicos dela.

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