Chloe balançava as pernas para frente e para trás. O tédio já tinha ganhado um nível altíssimo e, lá estava ela, sentada em um banco de frente para o ateliê fechado de Thomas. Fazia três dias consecutivos que o local não era aberto.
Ela chutou uma pedrinha que estava próxima ao seu pé. Bufou. Se a sala dela, não tivesse liberado os alunos mais cedo, estaria fazendo algo, ou se talvez, Elisabeth Turner não tivesse ocupado Tessa, teria a amiga alí. Olhou a rua e deixou o banco, em passos lentos subiu a rua.
— Olá, Sra. Collins! Como está? — A graciosa mulher a olhou sorridente.
— Olá, anjo! Estou bem, e como você está?
— Bem! — Sorriu. — O pé já está melhor?
— Sim, novinho de novo. — Riram.
— Isso é bom. John está? — A senhora assentiu.
— Na sala dele, pode ir. — Chloe sorriu agradecida.
Ao chegar no andar de cima, passou pelas "baias", acenando para as pessoas que trabalhavam, seguiu um largo corredor mirando a porta à frente, deu duas batidas na mesma com os olhos focados na placa escrita, Diretor, pregada no meio da porta.
— Entre. — A voz de John soou do outro lado.
Chloe adentrou a sala tendo os olhos de John sobre ela.
— Poderia me dar um emprego?
— Não! — Ele a media de cima para baixo.
— Eu falei sério. — Ela juntou as mãos.
— Eu também falei sério. Contrato profissionais, não amadores.
Chloe maximizou os olhos pasma. Levou a mão ao peito boquiaberta e ainda tinha um par de olhos inabaláveis a focando.
— Nossa, John! — Ciciou pasma. — Pegou pesado.
John riu, mas não desfez a seriedade da feição.
— Deveria estar na escola, não? — Ele arqueou a sombrancelha.
Chloe depositou a mochila na poltrona ao canto da sala.
— Minha sala foi liberada mais cedo, cedo demais até.
— Realmente.
Ela o mirou, minimizando os olhos.
— Não deve concordar. — Falou, brava. Caminhou até uma prateleira na parede e pegou uma pequena estatueta egípcia. — Onde Thomas está?
— Londres.
— Hum. — Devolveu a estatueta para o lugar. — Está com muito trabalho? Te atrapalho?
John passou a mão pelo rosto. — Não, para a última pergunta.
— Tá, vou ficar aqui. — Sentou na cadeira de frente para a mesa dele, sorriu o mirando.
— Tá bom, mas eu estou trabalhando.
Ela balançou a cabeça. — Eu sei, vou ficar quieta.
Ele assentiu, e passou a olhar a tela do computador.
Chloe cruzou as pernas, entrelaçou os dedos e manteve as mãos apoiadas sobre as coxas. Os olhos não se desgrudaram de John, os dedos dele trabalhavam com agilidade pelo teclado, de repente, pararam, Chloe subiu o olhar para a face do homem, John a encarava.— O que foi? — Ela perguntou.
— Eu não consigo me concentrar com você me olhando assim. — Ele falou.
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Caminhos Noturnos
Gizem / GerilimBastou um olhar para nascer a obsessão. Chloe, a primogênita dos Martin, nascida e criada em um pequeno vilarejo na Inglaterra, apelidada por "Anjo" desde o nascimento. Uma garota doce e divertida, não imaginava que o dono de um coração frio e calcu...