4° Capítulo

892 71 3
                                    

...

— Anjinho?! — Ouviu a voz grossa a chamar e suspirou aliviada.

— John! — Sorriu, indo até o homem. — Pensei que fosse algum estranho. — Ele riu a analisando.

— Vindo da festa? — Ela assentiu — E está indo para onde? 

— Para casa. — John arqueou uma das sobrancelhas. — Para casa de Thomas, ele vai me levar até o vilarejo. — Completou ela.

— Por que sinto que está mentindo?

— Não estou mentindo! — Ele cerrou os olhos.

— Ou será que está? Até porque esse não é exatamente o caminho para a casa de Thomas. — Questionou ele.

— Eu só queria caminhar um pouco.

— Chloe! — Intensificou.

— É sério!

John jogou a bituca de cigarro no chão e pisou em cima, apagando as cinzas.

— Vou acompanhá-la até a casa de Thomas. — Ela revirou os olhos.

— Não precisa. — John a tocou o queixo.

— Vou te poupar de discutimos isso. E onde está o meu abraço?

— Que abraço?

— O que você deveria me dar ao me ver depois de meses. — Começaram a caminhar em direção a casa de Thomas.

— Você chegou a dias e não se importou em ir me ver e agora me cobra um abraço?

— Eu estava ocupado com o trabalho e ainda estou, juro para você.

— Não quero ouvir suas desculpas.

— Não fica brava comigo, eu realmente estou com muito trabalho e, eu estava louco para ver você, mas não estava encontrando um tempo para isso. Não vamos brigar de novo, anjinho. — Chloe parou de andar e o encarou de braços cruzados.

— Veio para ficar dessa vez?

— Sim, vou ficar por um tempo. —
Ela queria sorrir e abraçar ele, mas ignorou as vontades e voltou a caminhar.

— Por que vai ficar? — John a olhou de canto de olho.

— Pretendo pedir sua mão em casamento. — Chloe riu, alto.

— Faça isso, de preferência em uma praça pública cheia de pessoas, para todas ouvirem o não que eu vou te dar. — A gargalhada de John foi tão alto que com certeza acordou às pessoas que moravam naquela rua.

— Você é um anjo mal, Chloe! — Ela deu de ombros. — Não precisamos incomodar Thomas, eu posso levá-la ao vilarejo. — Disse, após se recuperar da risada.

— Não, Thomas está encarregado dessa função, então será ele a me levar.

— Não vai me perdoar por tão cedo, não é mesmo? — Ela concordou com um gesto de cabeça.

Eles pararam em frente a casa de Thomas e, Chloe sorriu ao ver a luz acesa indicando que ele estava acordado. Antes de ela tocar o sino, John o fez.

— É melhor não ficar muito próxima a Thomas, caso contrário, o cheiro de álcool saíndo do seu hálito será facilmente percebido por ele. — John sussurou próximo ao ouvido dela, e piscou  em seguida. Quando Chloe pensou em falar algo, a porta da casa foi aberta e Thomas apareceu com um roupão preto cobrindo falhamente seu tronco nú.

— John? Chloe?  — Perguntou ele, estranhando, e logo se prontificou para abrir as curtas grandes do portão que cercava a casa.

— Olá! — Disse, ela sorrindo sem graça.

Caminhos NoturnosOnde histórias criam vida. Descubra agora