52° Capítulo

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Dias, semanas, meses, se passavam. Chloe já carregava uma barriga grande e pesada. Quando ela via as mulheres grávidas, pensava que era tranquilo carregar um filho, a única dor que sentiria, seria a dor do parto. Mas se enganou, era tudo muito intenso, eram fadigas, o estômago parecia pegar fogo, cansaço, inchaço, enfim, carregar um filho não era fácil.

Uma coisa inusitada acontecia a cada dia, Thomas a surpreendia dia após dia.

Se lembra ela, quando contou para sua mãe o sexo do bebê, Lívia deu um grito do outro lado da linha, era mais uma menina para a família. Seu pai, que por sinal, montou um enxoval inteiro para a nova integrante da família, amou a notícia. Holly quis ir morar com Chloe, para ficar perto da irmã e da sobrinha.

Faltava pouco tempo para a pequena Charlotte conhecer o mundo e, Chloe estava cada dia mais ansiosa para ver o rosto da filha. A escolha do nome foi um tanto engraçada, Thomas havia feito uma lista de nomes, cada dia ele usava um como se fosse real, chamava os nomes em meio a uma conversa, um almoço, jantar, enfim, o que eles gostassem mais de chamar, seria o nome da bebê, tendo como o escolhido, Charlotte, porém, o pai a apelidou de Charlie e passou a chamá-la pelo apelido.

— Lívia ligou. — Thomas falou, ao entrar no quarto. — Disse que virá no próximo mês.

— Ela disse isso mês passado. — Resmungou ela, chateada com a mãe.

— Não é fácil fazer uma viagem assim, anjo, e ela virá para passar meses, além de que, tudo tem que ser planejado e ensaiado. — Ele travou o maxilar, ao olhar para ela. — Seus pés estão inchados, andou ficando muito tempo de pé de novo? — Ela deu de ombros. — Nós já temos uma empregada. Não finja que não está me escutando, Chloe.

— Você quer o que? Eu preciso fazer alguma coisa.

— Você não pode se esforçar tanto.

— Mas é entediante ficar sem fazer nada.

Ele passou a mão pelo rosto.

— Escreve, vá a praia, caminhe um pouco.

Ela revirou os olhos. — Eu faço isso todos os dias, Tommy. — Disse.

— Então... — Levou as mãos a cintura. — Podemos fazer mais sexo.

— Mais? — Ela ria. — Você já me explora todos os dias.

Thomas gargalhou alto, indignado com tamanha mentira.

— Eu a exploro? Eu me deito para dormir e sou abusado por você.

Ela se fingiu de desentendida, tendo uma leve crise de riso em seguida.

— Ok, mas eu preciso de mais atividades para o meu dia não ser tão entediante.

— Você vai pedir para ter esses dias “entediantes” quando Charlie nascer.

...

Algumas pessoas pela cidade já estavam dentro do conhecimento de Chloe. Ela já tinha alguém diferente para conversar, alguém para fazer compras juntas. Mulheres casadas e recatadas, mas que eram legais, entretanto, a falta que sentia de sua melhor amiga, a deixava triste.

Era horrível guardar tantos segredos, e pior, era guardar segredo de pessoas que ela confiava, pessoas que ela amava.

Enfim...

Ela sentia a brisa fria do mar bater em seu corpo e rosto, fazendo com que seus cabelos voassem soltos. De olhos fechados, sentia o nariz congelar, mas a sensação de paz era imensa.

Sorriu ao sentir o calor de Thomas atrás de si. Aquele era um tempo deles, um piquenique no penhasco.

— Não vai comer? — Ele perguntou.

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