Dias.
Meses.
E dois anos se passaram.
A pequena Charlotte demonstrava uma inteligência absurda, o que a fazia se parecer muito com o pai. Graciosa e encantadora, teimosa e controladora.
Nesse período, Chloe passou por experiências nunca antes vividas. Era sobre ser esposa e estar ao lado do marido em momentos bons e ruins, era sobre ser mãe e ensinar o caminho bom para Charlotte, era sobre ser ela mesma e não deixar se perder. Sabia que ainda tinha muito para viver, mas já se sentia uma mulher forte, entretanto, a tarefa de ser mãe era muito mais complexa e cansativa.
...
Charlotte amava brincar no jardim da casa junto com Thomas, ele sempre a envolvia em alguma atividade, a ensinando a desenhar, pintar, mas sempre transformava tudo em alguma brincadeira.
Thomas Harrison era um ótimo pai. – Assim Chloe dizia em pensamentos, enquanto os assistia se sujarem e suarem.
— Tommy, cuidado para não quebrar as plantinhas. — Falou, em voz alta, ao ver ele quase pisar nas pequenas margaridas.
— Mamãe, vem... — A pequena garota de lindos olhos azuis, iguais aos do pai, falou ao pegar a mão de Chloe.
— Para onde?
— Brincar também. — Riu.
Ela sempre fazia isso, e Chloe sempre protestava, mas fazia a vontade da filha.
...
O responsável pelo jantar era Thomas, e ela aproveitava para deixar Charlotte pronta para dormir.
— Pronto, está cheirosa. — A barriga da menina roncou. — E faminta. — riram.
— Depois eu posso assistir um desenho animado? — Pediu a pequena criança.
— Depois você pode, mas só um pouco, porque você vai dormir. — Ela assentiu.
Thomas ainda não tinha terminado o jantar, e quando Chloe entrou na cozinha, o mesmo estava sentado de cabeça baixa.
— Tommy?
Ele a olhou, com uma expressão de dor.
— Dor de cabeça?
— É, mas já está passando, tomei um analgésico.
Ela assentiu, espiou as panelas sobre o fogão.
— Quer que eu termine aqui? — Perguntou.
Thomas negou, indo terminar o que tinha começado.
— Apenas organize a mesa, que o nosso jantar já está quase pronto.
Ela sorriu do jeito dele.
— Ok.
(...)
Quando Chloe acordou no dia seguinte, Thomas já não estava mais na cama. O relógio marcava 6:37 da manhã, Chloe então vestiu um roupão de seda e deixou o quarto, desceu para a sala e de lá escutou a voz de Thomas vindo do pequeno escritório dele, lugar este que ele raramente usava.
— Eu não sei o que fazer.
Um silêncio.
— Pense bem.
Um riso amargo.
— Ora, Sebastian, não me diga. — Debochou.
Chloe estranhou. Não sabia que Sebastian estaria na Noruega.
— Eu não estou brincando, porra. Nada é mais como antes.
— Eu sei! Acontece que eu ainda não sei o que fazer... mas eu vou dar um jeito.
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Caminhos Noturnos
Mystery / ThrillerBastou um olhar para nascer a obsessão. Chloe, a primogênita dos Martin, nascida e criada em um pequeno vilarejo na Inglaterra, apelidada por "Anjo" desde o nascimento. Uma garota doce e divertida, não imaginava que o dono de um coração frio e calcu...