53° Capítulo

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Dias.

Meses.

E dois anos se passaram.

A pequena Charlotte demonstrava uma inteligência absurda, o que a fazia se parecer muito com o pai. Graciosa e encantadora, teimosa e controladora.

Nesse período, Chloe passou por experiências nunca antes vividas. Era sobre ser esposa e estar ao lado do marido em momentos bons e ruins, era sobre ser mãe e ensinar o caminho bom para Charlotte, era sobre ser ela mesma e não deixar se perder. Sabia que ainda tinha muito para viver, mas já se sentia uma mulher forte, entretanto, a tarefa de ser mãe era muito mais complexa e cansativa.

...

Charlotte amava brincar no jardim da casa junto com Thomas, ele sempre a envolvia em alguma atividade, a ensinando a desenhar, pintar, mas sempre transformava tudo em alguma brincadeira.

Thomas Harrison era um ótimo pai. – Assim Chloe dizia em pensamentos, enquanto os assistia se sujarem e suarem.

— Tommy, cuidado para não quebrar as plantinhas. — Falou, em voz alta, ao ver ele quase pisar nas pequenas margaridas.

— Mamãe, vem... —  A pequena garota de lindos olhos azuis, iguais aos do pai, falou ao pegar a mão de Chloe.

— Para onde?

— Brincar também. — Riu.

Ela sempre fazia isso, e Chloe sempre protestava, mas fazia a vontade da filha.

...

O responsável pelo jantar era Thomas, e ela aproveitava para deixar Charlotte pronta para dormir.

— Pronto, está cheirosa. — A barriga da menina roncou. — E faminta. — riram.

— Depois eu posso assistir um desenho animado? — Pediu a pequena criança.

— Depois você pode, mas só um pouco, porque você vai dormir. — Ela assentiu.

Thomas ainda não tinha terminado o jantar, e quando Chloe entrou na cozinha, o mesmo estava sentado de cabeça baixa.

— Tommy?

Ele a olhou, com uma expressão de dor.

— Dor de cabeça?

— É, mas já está passando, tomei um analgésico.

Ela assentiu, espiou as panelas sobre o fogão.

— Quer que eu termine aqui? — Perguntou.

Thomas negou, indo terminar o que tinha começado.

— Apenas organize a mesa, que o nosso jantar já está quase pronto.

Ela sorriu do jeito dele.

— Ok.

(...)

Quando Chloe acordou no dia seguinte, Thomas já não estava mais na cama. O relógio marcava 6:37 da manhã, Chloe então vestiu um roupão de seda e deixou o quarto, desceu para a sala e de lá escutou a voz de Thomas vindo do pequeno escritório dele, lugar este que ele raramente usava.

— Eu não sei o que fazer.

Um silêncio.

— Pense bem.

Um riso amargo.

— Ora, Sebastian, não me diga. — Debochou.

Chloe estranhou. Não sabia que Sebastian estaria na Noruega.

— Eu não estou brincando, porra. Nada é mais como antes.

— Eu sei! Acontece que eu ainda não sei o que fazer... mas eu vou dar um jeito.

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