Harry
— Vossa graça! — Faustina exclamou, fazendo uma reverência desajeitada, assim que me viu passar pelas portas duplas da residência dos Campbell em Londres. — Achei que só chegaria mais tarde! — A mulher de meia idade tentou se explicar. — Nada está pronto ainda!
De fato chegaria só mais tarde, mas os planos mudaram radicalmente, quando os boatos da minha volta para Londres já havia se espalhado juntamente com a notícia da morte do meu pai, não podia me dar o luxo de margem para erros, eu tinha um plano em mente, a temporada estava para começar, os Bennets nem imaginavam o que lhe esperavam.
— Onde está Demetrio? — Perguntei-lhe, entregando a capa.
— No escritório, senhor.
— Obrigada. — Estive muito tempo longe da cidade, pelas questões de saúde do falecido Duque, vivi grande parte da minha infância e juventude no interior cuidando de assuntos das fazendas, quando atingir maior idade, quis conhecer o mundo, meu pai não me impediu, alguns dias antes de sua morte, eu já havia retornado assumido meu posto como herdeiro do título e de sua propriedades.
Bati na porta, o homem já ansião, trouxe os óculos a ponta do nariz, abrindo um sorriso caloroso.
— Que honra em tê-lo em casa novamente vossa graça.
— Sem essa porcaria de informalidade para cima de mim! Me dê um abraço, meu amigo! — Ele se levantou de trás da mesa vindo até a mim. Demétrio era o braço direito do meu pai, cresci tendo ele como um tio para mim.
— Sinto muito pelo seu pai.
— Está tudo bem! — Bati em suas costas. — Mais me conta como estão as coisas por aqui?
— Tudo correndo nos conformes com seu pai que descanse em paz, deixou. Mas me diga você, Harry, o que o traz de volta à cidade londrina depois de tanto tempo?
— Vim para assumir minhas obrigações como duque de Campbell, agora que meu pai se foi e hora para tal feito.
— Fico orgulhoso de ouvir isso, o que puder ajudar é só me dizer, vossa alteza.
— Sei disso, meu caro, espero que continue a me dar assistência enquanto aprendo a governar tudo o que foi deixado para mim. — Demétrio sorriu. —E enquanto me declaro casamento a minha futura duquesa. — Seu lábio murchou, formando uma caranga.
— Ainda com isso, Harry?
— O que tem demais em procurar uma esposa? Estou com 24 anos, a temporada está para começar, não vejo empecilho. — Demétrio riu sem vontade.
— Harry, acho que sou tolo? Trabalhei para seu pai por muito anos, sei que ele armou um plano contra o marquês Bennett
— Não ouse dizer mais esse nome em minha casa! Esse homem, se é que posso chamá-lo assim, é uma farsa! Meu pai me contou a história de como ele conseguiu seu título, é desprezível e baixo para qual ser humano!
— E o que você quer fazer, é justo por um acaso? Eu lhe imploro Harry, deixe essa rixa morrer junto com seu pai.
— Eu quero justiça aos Campbell, vou cumprir o que prometi a meu pai em seu leito de morte, com ou sem sua aprovação lorde Collins. — Ele bufou.
— Você sabe que jamais o deixaria sozinho, mas tenha em mente que não aprovo essa atitude, a pobre moça não tem culpa do sobrenome.
Engoli em seco.
Isso eu não podia negar, ela não tinha culpa por carregar aquele maldito sangue.
Quando cheguei em Londres, a primeira coisa que fiz foi ir à biblioteca, nos relatórios que recebi sobre ela, dizia que passava grande parte do tempo lá, mas tive a infeliz sorte de não encontrá-la. Entre os papéis me enviados havia um retrato falado de aos 15 anos, a garota era linda, olhos negros, cabelos longos e ondulados em um tom de castanho, nariz empinado e lábios singelos, agora ela tinha 18 anos, uma mulher, a reconheci de imediato quando a vi andando na rua logo atrás de sua irmã e Fhilipa Bennett. Eu me perguntava de onde vinha sua beleza, porque era totalmente diferente das mulheres de sua família.
Lembrei-me da forma como ela encolheu seu corpo ao ver ¹Zeus cavalgando em sua direção, minha intenção era chamar sua atenção, jamais machucá-la. Vê-la tão frágil causou me rebuliço no peito, quando seus olhos negros encontraram os meus, por um momento esqueci quem eu era, quem ela era de fato. Recuperei a consciência rapidamente quando o grito de sua mãe cortou o ar, ela era uma Bennett e eu jamais poderia esquecer disso.
Jurei que me vingaria por todas as humilhações sofridas e faria Joseph Bennett pagar caro por ter roubado um título que não lhe pertencia. Meu pai havia repetido seu plano diversas vezes até que eu decorasse cada pedaço, eu o fiz, em seu leito de morte ele me fez jurar que cumpriria cada etapa. A começar com meu retorno a Londres.
— Você ficou calado de repente, vossa graça, está tudo bem?
— Está, só pensando em alguns ajustes para serem feitos.
— Não há a menor chance de você desistir dessa loucura?
— Não.
Katherine Bennett, seria a próxima duquesa de Campbell. Não havia como mudar o destino.Nota da autora:
Depois dessa última frase eu sótô me perguntando: quando saí o próximo capítulo??
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Por hoje só eu volto amanhã! Capítulo 2!
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O Duque de Campbell | ** DEGUSTAÇÃO!
RomanceA época de bailes nas noites londrinas está para começar, todas as moças sonham com esse dia, menos Katherine Bennett, a filha mais nova do marquês, tem convicção que nunca arrumará um marido, tendo seus hábitos e hobbys diferentes das outras garota...