1

490 26 27
                                    

Miguel

Digamos que eu e João não somos um casal muito normal, a forma que nos conhecemos e nos apaixonamos foi mais sem sentido ainda.

Vamos voltar aquele tempo..

flashback

- Não sei Laís, meu pai vai ficar puto se eu for véi. - Eu falava com uma amiga antiga minha que insistia em ir em uma festa e me levar junto, já que não queria ir sozinha.

- Qual é Migueeel... - Reclama de um jeito manhoso e eu reviro os olhos. - Prometo! Última festa! Vamos lá, depois vai começar as aulas e vai ser difícil de sairmos assim, você sabe. - Cruza os braços, ela tinha razão mas.. Porra, zero vontade de sair.

Suspirei, com a mão na testa e levantei meu olhar para ela.

- Eu. te. odeio. - Laís comemora dando pulinhos e batendo as mãos, depois me abraçando, repetindo vários obrigada e beija minha bochecha de um jeito estalado.

- Te amo Migueeel! Volto às 23hrs hein, não fura comigo. - Fala fazendo drama e fiz careta mas suspiro rindo da cara dela e a empurro pra fora do meu quarto.

- Se manda vai. - A garota sai do meu quarto fazendo coração e mandando beijinhos no ar, pego eles e jogo no chão. Se despede de mim com um dedo do meio.

[...]

Uma da manhã, o lugar lotado, Laís se acabando na pista enquanto eu pegava uma bebida. Me apoiando na bancada do local, Laís abana as mãos me chamando pra dançar e fiz uma careta, recusando.

Desviei o olhar para uma garota praticamente do outro lado do lugar, que encarava meus olhos de longe. Já estou aqui mesmo, por que não aproveitar?

Mas antes de seguir até ela, vi um banheiro e fui até lá, finalmente um lugar com pouca gente. Uns caras dizendo quantas pegaram essa noite, então quando saíram, entrei em uma cabine pra dar uma mijada, deixado o copo em qualquer canto. Antes que eu consiga fechar a porta, uma mão segura a porta e eu me assusto.

- Se você não viu eu vou usar agora irmão. - Quando encarei o cara meio puto pela sua ação, ele encarou minha boca e se aproximou de mim, fechando a cabine. - Mas que porra..

Em questão de segundos ele agarrou minha nuca e juntou minha boca com a sua. Começou um beijo que caralho.. Me rendi por uns segundos até perceber que era um CARA QUE TAVA ME BEIJANDO.

Quando "acordei", o empurrei fazendo bater na porta da cabine e passei a mão em minha boca, um pouco assustado, nervoso talvez.

- o quê.. O QUÊ PENSA QUE TAVA FAZENDO?

- o óbvio, te beijando, até você dar um quebra na minha coluna. - Bufou me encarando com seus olhos baixos, profundos.

Fiquei vermelho e desviei o olhar.

- desculpas.. Espera, você que me deve desculpas! - Falei com o rosto vermelho de raiva e de vergonha também.

- pelo o quê? por te dar um beijo bom pra caralho? - Fala com confiança e da um sorriso de canto. - Eu sei que gostou.

- seu.. - Cerrei o punho e mordi o lábio inferior, revirando os olhos. - ..me deixa sair.

O desconhecido não fala nada, apenas me encara de cima para baixo, e eu estava envergonhado, ninguém nunca havia me analisado assim. Balancei a cabeça quando ele já estava lá fora e suspirei pesado.

- perdi toda minha vontade de mijar. - Resmunguei e ele riu enquanto eu ia pegar meu copo perto da pia.

- espero te ver de novo, Miguel. - Jogando água no meu rosto, parei quando o ouvi falar meu nome.

João e MiguelOnde histórias criam vida. Descubra agora