Assumindo o Risco (Lee Know)

5. Primeiro encontro.

Hoje começam minhas aulas de coreano, preciso dar o meu melhor pra conseguir me comunicar minimamente o quanto antes. É frustrante depender do inglês, que nem sempre me era útil, muitas vezes eu precisava recorrer ao tradutor até mesmo pra pedir um uber ou um café.

O caminho para escola de idiomas em que eu estava matriculada era curto, apenas umas 5 quadras do meu apartamento. Inclusive, preciso agradecer a Jessi por ter encontrado esse lugar pra mim, a localização não poderia ser melhor e o preço cabia confortavelmente no meu orçamento.

Também era o primeiro dia da classe inteira e o grupo era bem diversificado, felizmente. Eu fiz amizade com dois australianos, Noah e Lucca, que estão em um intercâmbio de medicina, uma americana, Amanda, que começou o mestrado na área de tecnologia e Daniel, um coreano lindíssimo que morava no Canadá desde os 7 anos por causa da família que precisou se mudar, Daniel era programador e havia decidido voltar a morar na Coreia naquele mês, ele poderia facilmente ser confundido com um idol. Eu ainda vou levar um tempo pra me acostumar com esse nível de beleza dos meus novos amigos.

A aula terminou e me despedi de todos enquanto arrumava meu material. Estava tão cansada e morrendo de fome, só conseguia pensar em um bom prato de comida e na minha cama.

Enquanto fazia o caminho de volta, meu estômago roncou, olhei pro lado e passava bem em frente a uma conveniência, fiz os cálculos mentalmente pra saber se daria tempo de chegar em casa e cozinhar meu próprio jantar. Cheguei a conclusão que seria mais prático parar e comer algo ali mesmo.

Comprei um lamen e um refrigerante de melancia, esquentei no microondas da loja e me direcionei para a área externa, onde havia umas mesas cobertas com grande guarda-chuvas enormes. Me sentei em uma delas e tirei o celular do bolso para checar algumas mensagens, demorei alguns minutos e quando levantei o olhar, uma das mesas a minha frente, que antes não tinha ninguém, agora estava ocupada.

Encarei o garoto sentado na mesa e fiquei surpresa em perceber que ele parecia ser muito bonito, mesmo usando máscara e o cabelo todo bagunçado por causa do capuz que ele tinha acabado de tirar da cabeça. O moletom preto aberto por cima da camiseta lhe dava um ar despojado, me senti estranhamente atraída e quando dei conta, já estava o observando por mais tempo que deveria.

Ele também mexia em seu celular e parecia estar se divertindo bastante com o que estava vendo, pouco tempo depois ele levantou a cabeça pra olhar ao redor e notou a minha presença sentada na mesa logo em frente.

- Droga! Ele tinha que olhar justo quando eu estava encarando feito uma retardada? Estou tão cansada e a minha cara deve estar um horror agora. Por que eu tirei a máscara? Eu sou um fracasso! - Os pensamentos se atropelaram na minha cabeça.

Ele abaixou a máscara por dois segundos para tomar o Iced Americano que havia pedido na cafeteria ao lado da conveniência. Foi rápido e eu estava sem meus óculos, mas eu senti que conhecia aquele rosto de algum lugar.

- Eu devo estar imaginando coisas. Só porque eu vejo um coreano bonito não significa que ele seja um idol. Mas esse rosto... Me pareceu tão familiar. Por que será que ele não ficou na cafeteria pra tomar essa bebida? - Meus pensamentos continuavam frenéticos.

Coloquei os óculos para enxergar melhor e assim que ele direcionou seu olhar pra mim de novo, eu tive a certeza. Era ele! Era mesmo? Não conseguia mais parar de encarar. Fiquei com medo de assustar o rapaz, mas acho que ele notou minha cara de confusa olhando em sua direção. A partir daí ele começou a agir engraçado, balançou a cabeça em negativa como se estivesse afirmando que tinha acabado de ser descoberto.

A essa altura eu não tinha mais dúvidas, a sorte estava andando lado a lado comigo na minha primeira semana na Coreia. Lee Minho, mais conhecido como Lee Know do Stray Kids, ou grande amor da minha vida, estava sentado bem na minha frente, sorrindo pra mim. Eu não sabia o que fazer, então comecei a sorrir também.