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Capítulo 1: John Suh

Outubro de 2020

As lágrimas de Angelitta passeavam livremente por seu rosto. A mulher fechou os olhos e puxou o filho delicadamente até seu peito, deitando o menino em si. Deixou um beijo na bochecha de Mark, temendo perdê-lo ali mesmo.

Esperou por um grito, uma ordem para que matassem o garoto, um som de disparo; qualquer coisa senão aquele silêncio terrível que aumentava sua ansiedade e tornava tudo pior. Não que algo pudesse melhorar.

Ela abriu os olhos novamente, vendo todos parados. Paralisados. Os olhares se encontravam naquele ponto, enquanto o silêncio no ambiente colaborava para que múltiplos pensamentos surgissem em suas mentes conturbadas. Alguns perguntavam-se o que poderiam ter feito de diferente para evitar aquilo; outros se culpavam.

ー Não...ー Jungwoo sussurrou, enfim cortando aquele silêncio horrível. Afastou-se de Mark devagar, levando as mãos trêmulas até o rosto, sentindo suas lágrimas quentes deixando os próprios olhos. Deixou a respiração ofegante escapar pelos lábios, engolindo em seco antes de sentar-se na cama que ficava mais ao canto, puxando a cortina escura e isolando-se junto aos seus pensamentos.

ー Woo...ー Mark chamou pelo amigo, chateado. Abaixou a cabeça, sentindo o peito doer com a resposta ao qual ele acreditava ser uma rejeição. Enfiou o rosto na curvatura do pescoço de sua mãe, escondendo a careta que fez ao sentir a ferida latejar. ー Vocês vão me odiar? ー Perguntou baixinho, incomodado com aquelas encaradas em si.

ー A gente nunca vai te odiar, Mark! ー Doyoung respondeu, caminhando até o menino e ajoelhando em sua frente, deixando uma carícia em seu cabelo. Não conseguiu disfarçar o tom choroso de sua voz, detalhe que chamou a atenção de Mark que voltou a encará-lo. ー Vamos fazer um curativo? Isso deve estar doendo. ー Sugeriu, recebendo um aceno tímido como resposta.

Johnny, que ainda tinha Donghyuck em seus braços, suspirou.

ー Quer ajudar o Dodo? ー Ofereceu. ー Vou ver como o Jaehyun está.

Donghyuck ponderou por alguns segundos, tomando sua decisão assim que desviou seu olhar para Mark, que fazia uma careta enquanto o médico do grupo passava algum "remédio ardido" em seu machucado. Donghyuck riu um pouco, deixando poucas lágrimas saírem de seus olhos. Ele concordou e correu até o melhor amigo que reclamava do quão forte sua mãe estava o abraçando.

Mais uma vez, Johnny suspirou. Levantou-se e em passos lentos, caminhou até a cabine do motorista, onde Jaehyun estava. Ouviu o mais velho soltando xingamentos. Todos direcionados a uma pessoa:

Kyungsoo.

ー Ele está morto, pode parar de xingar a mãe dele. ー Comentou assim que adentrou o espaço, sentando-se no banco do passageiro.

ー Não consigo me segurar! Me arrependo por não tê-lo matado eu mesmo. ー Deu um soco no volante a fim de descontar sua raiva. ー O que tá rolando lá dentro? Tenho quase certeza que ouvi a Angel gritar. ー Mudou de assunto, olhando para Johnny por alguns segundos antes de voltar-se para a estrada vazia.

John desviou o olhar, engolindo em seco antes de proferir a frase que ele sabia que iria matar o amigo.

ー Mark foi mordido. ー Disse de uma vez, temendo desistir de contar caso rodeasse muito.

Precisou segurar-se quando o carro foi freado bruscamente, por pouco não batendo a boca no porta luvas.

ー Como é que é?! ー Jaehyun indagou, com os olhos arregalados em puro desespero. ー Você tá brincando, né? Não se brinca com essas coisas John Suh! Que tipo de filho da puta é você? ー O acertou com as perguntas, quase não abrindo espaço para que a resposta viesse.

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