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Capítulo 2: Lee Donghyuck
Fevereiro de 2024

Donghyuck estava estático, mesmo que o vento frio, no qual estava acostumado a conviver, insistisse em lhe causar arrepios. Um suspiro escapou por seus lábios, formando uma fina camada de fumaça em seu rosto, que não demorou a se dissipar.

Ao seu lado direito, Renjun mantinha a cabeça baixa, evitando encarar o terreno florido, onde enterraram o corpo de Wendy. Ele abraçava o próprio corpo, mas é impossível dizer se era uma tentativa de segurar o choro ou só manter-se aquecido.

Jeno, à esquerda, também permanecia em silêncio. Parecia mais em seu próprio mundo do que ali de fato.

ー Estamos sozinhos, agora? ー Donghyuck lambeu os lábios, enfim tomando coragem para quebrar aquele silêncio.

ー Temos um ao outro, não acho que solidão seja o caso. ー Jeno suspirou. ー Mas as coisas vão ficar mais difíceis.

ー Damos conta. ー Donghyuck deu de ombros.

ー Isso me preocupa. ー Renjun enfim disse algo. ー Tenho medo de como as coisas vão ficar! Temos um bebê para cuidar. É uma responsabilidade enorme.

ー Vamos mantê-lo vivo! Essa parte parece fácil. ー Jeno deu de ombros.

ー Não é só mantê-lo vivo! ー Renjun ergueu a mão para dar um tapa em Jeno, mas Donghyuck o parou antes que tentasse. ー Precisamos criar ele.

ー Temos tempo para nos organizar? ー Donghyuck ponderou.

ー Não muito. ー Renjun suspirou.

ー Então anote tudo o que precisamos! Vou até a cidade procurar. ー Donghyuck disse convicto.

Apesar de saber que precisaria andar até a próxima cidade, caso quisesse encontrar algo no mínimo usável.

ー De jeito nenhum! ー Renjun negou. ー Você está a quase dois dias sem dormir direito.

ー Não é como se eu fosse conseguir, de qualquer forma. ー Fez bico. ー Esse é o melhor jeito que eu tenho pra ajudar, já que eu quero distância daquele bebê. Bebês são assustadores!

ー Você tem medo de bebês? ー Jeno fez careta.

ー Você não? São pequenos seres imprevisíveis! Numa hora estão bem e na outra, morrem. Não quero estar perto se isso acontecer!

Renjun e Jeno encararam-se por poucos segundos, desacreditados com o que ouviram.

ー Hyuck. ー Renjun limpou a garganta. ー Melhor você ir dormir! O sono está mexendo com seus neurônios.

ー Vemos aqui que ele não dorme há muito tempo! ー Jeno sorriu implicante, mas acabou por levar uma cotovelada. ー Sabe nem brincar.

ー Acho que é o que me resta! ー Donghyuck bocejou. ー Me chame se precisar. ー Disse por fim, retirando-se em passos lentos e arrastados.

ー Tem algum plano? ー Jeno perguntou assim que Donghyuck entrou.

ー Nenhum! ー Mordeu os lábios.

ー Ferrou.

ー Ferrou.

Donghyuck ainda ficou parado no pé da escada por um tempo. Em sua cabeça, a pergunta "O que será de nós?" ecoava, como se estivesse gritando dentro de uma caverna escura. A preocupação tomava cada canto de seu corpo, densa o suficiente para sentir-se pesado. Hyuck suspirou e pôs-se a subir, degrau por degrau, enquanto procurava por uma resposta àquela pergunta.

Antes de ultrapassar a porta de seu quarto, ouviu um choro baixo, algo que chamou sua atenção. Vinha do quarto de Jaemin.

Jaemin não havia saído de lá nem com Renjun insistindo para que fosse comer.

Brillante FullsunOnde histórias criam vida. Descubra agora