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CAPÍTULO 1: John Suh

Junho de 2020

A mulher estava pálida e tinha os cabelos negros bagunçados, seus olhos eram acinzentados ー quase brancos. ー E ela se parecia muito com alguém que John conhecia. Aquela era a mãe de Donghyuck. Ele nunca esperou tanto que algo distraísse o menino, no momento em que ela avançou em sua direção.

Mas naquele momento, a regra era clara: "Sou eu, ou ela!"

Firmou o martelo em sua mão e quando a mulher chegou perto o suficiente, ele desferiu o primeiro golpe em sua cabeça. Não a fez parar, mas a retardou de maneira significativa. Deu o segundo golpe, a derrubando no chão, mas ela ainda se mexia, e parecia pronta para cravar seus dentes no humano a qualquer segundo. O terceiro golpe veio, de maneira mais agressiva dessa vez, abrindo o crânio e espalhando o sangue pelo carpete branquinho.

Ela já não se mexia e gemia, estava morta.

Olhou para a janela da casa da árvore, onde Donghyuck o encarava com lágrimas nos olhos, havia visto tudo. O garoto levou o walkie talkie até a boca, tremendo antes de apertar o botão na lateral do aparelho.

ー Você está bem, Johnny? ー Tentou disfarçar o tom choroso de sua voz, o substituindo por preocupação, mas John notou o quão dolorido o peito daquele menino se estava naquele momento.

ー Estou bem, Hyuck! Pode pegar as coisas e descer? Vamos embora! ー Disse ao levar o aparelho à boca e imitar a ação do mais novo. Viu-o concordar com a cabeça, logo desaparecendo dentro da casinha de madeira.

Johnny então pegou a mochila e a chave do carro; ele pretendia pedir a permissão do mais novo para poder utilizar o carro de sua família.

Esperou pouco mais de três minutos até que o garoto chegasse ao jardim, com os olhos vermelhos e sutilmente inchados.

ー Está pronto para ir? ー Perguntou de forma mansa, não querendo que o mais novo passasse a sentir medo de si. Ele não respondeu em forma de palavras, apenas assentiu com a cabeça. ー Eu posso pegar seu carro emprestado? Talvez ele nos ajude a fugir de uma enrascada das grandes!

Novamente, o menino apenas concordou com a cabeça, dando passe-livre para que Johnny andasse até a garagem, atrás do carro da família. Donghyuck olhou para trás por um momento, vendo que sua mãe continuava da mesma maneira que foi deixada. Andou até o pequeno jardim de rosas, tirando uma das Rosas que eram as favoritas de sua mãe, então ele imaginou o sorriso contagiante e acolhedor da progenitora, seguido de suas doces palavras que sempre falava quando ele lhe dava um presente: "Obrigada, eu te amo!". Apesar de ter atacado seu pai e Johnny na primeira oportunidade que teve, Hyuck ainda amava a mulher com toda sua alma, então ele deixou a bela flor perto de seu coração, em uma esperança de que aonde quer que ela esteja, jamais esqueceria de si.

Escutou John chamando por si, então entre lágrimas ele sorriu.

ー Tchau, mamãe! ー Ele acenou, correndo em direção ao carro e limpando as lágrimas o quanto podia. Sabia que sua mãe detestava o ver chorar, então não queria que ela ficasse chateada consigo. Colocou um sorriso no rosto e adentrou o veículo.

O carro ficou silencioso por um tempo, até Johnny notar que o garoto ao seu lado olhava atentamente para os seus pés, concentrado em cada vez que ele pisava em um dos pedais.

ー O que tanto olha, Hyuck? ー Curioso o homem perguntou.

ー Meu pai me contou uma vez que ele aprendeu a dirigir observando o pai dele, então eu sempre olhava para ele quando estava dirigindo. ー Ele respondeu baixinho, tímido por ter sido pego no flagra.

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