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CAPÍTULO 2: Lee Donghyuck
Fevereiro de 2023

Faziam 15 minutos que Donghyuck estava sentado no banco daquele carro, ao lado de Hendery, ouvindo este e o irmão mais velho discutirem sobre a sua presença dentro do veículo. Lucas, um cara alto de pele dourada, xingava o mais novo, dizendo que um tal de Kun mataria os dois por levar alguém supostamente infectado para o abrigo deles, colocando em perigo a vida de todos ali.

O garoto com cara de tédio revirou os olhos.

ー Não fui mordido! ー Repetiu pelo o que deveria ser a milésima vez. ー Se não acreditam em mim, por que não me mataram?

ー Eu acredito em você! ー Lucas respondeu, focado na estrada. ー Você só precisa convencer o Kun, e acredite, isso é quase impossível!

Foi a vez de Hendery revirar os olhos.

ー Lucas é exagerado, não acredite nele! ー Alfinetou, recebendo uma reclamação como resposta. ー Você só precisa contar a sua história pra ele! Se der sorte, pode entrar para o nosso grupo.

O pequeno arregalou os olhos, encarando-o.

ー Eu não quero entrar em grupo nenhum! ー Negou. ー Só quero costurar meu machucado e seguir a minha vida. Estou muito bem sozinho!

ー Você bateu a cabeça ou algo do tipo? ー Lucas aumentou o tom da voz, surpreso pelo o que havia acabado de ouvir. ー Você é só uma criança!

Ele deu de ombros, repuxando o canto dos lábios quando sentiu seu machucado pinicar.

ー Eu sei me virar sozinho.

Os irmãos se encararam pelo espelho retrovisor, transmitindo preocupação nos olhares. Pareciam estar em uma conversa onde somente eles entendiam, até o mais velho limpar a garganta, voltando a prestar total atenção no caminho que percorria.

Então o veículo ficou em total silêncio pelo resto do trajeto, o que deixou Donghyuck inquieto, entretanto, não disse nada. Ficou observando a estrada pela janela, franzindo o cenho quando eles saíram do asfalto e passaram a seguir por uma estrada de terra. A cada buraco que passavam, o braço do menino parecia gritar de dor, mas ele fingia não sentir nada, somente mordendo os lábios com força quando sentia aquelas pontadas.

O tecido amarrado a si já estava quase inteiramente vermelho, mas estava fazendo um ótimo trabalho em estancar o sangue. Ainda não conseguia mover muito bem os dedos, já que o resto do braço doía como o inferno quando tentava. Suspirou e voltou a olhar pela janela, vendo que agora o carro estava parado.

ー Chegamos! ー Hendery anunciou, com um sorriso bonito nos lábios. ー Você quer que eu te leve até lá? ー Ofereceu, rindo ao receber uma careta como resposta.

ー Eu posso andar sozinho, muito obrigado! ー O pequeno empinou o nariz abrindo a porta com a mão esquerda e saindo do veículo, sendo acompanhado de Hendery.

Olhou em volta, vendo que estavam em algum tipo de fazenda, com um casarão bem ao centro. Ouvia algumas galinhas cantando mais afastadas. Acreditava que houvesse outros animais, mas não estava à sua vista. Também reparou que a fazenda era cercada por arame, que tinha alguns avisos para manter distância. Cerca elétrica, Donghyuck achou aquilo genial.

Caminhou até a casa em passos pequenos, ao lado de Hendery que comentava sobre alguns de seus colegas que ele conheceria. Lucas havia ido na frente, provavelmente preparando o terreno para que não se assustassem ao ver um desconhecido junto dos irmãos. Frente a porta branca, ele suspirou.

ー Não precisa ficar nervoso, eles são de boa! ー Tranquilizou o mais novo, que concordou. Deu um passo à frente e abriu a porta. ー Cheguei família! ー Anunciou, esperando que o pequeno entrasse logo após. Quando notou que ele não havia mexido um músculo sequer, fez questão de puxá-lo para dentro. ー Esse é o Haechan. ー Apresentou a criança, que abaixou a cabeça envergonhado com toda a atenção recebida.

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