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CAPÍTULO 2: Lee Donghyuck
Fevereiro de 2023

Ainda com os olhos fechados, Donghyuck pôde sentir um cheiro. Tão gostoso que fez seu estômago roncar alto, implorando para que ele se levantasse e fosse atrás daquele aroma tão convidativo. Assim ele fez, precisando fechar os olhos mais uma vez, com força, pela tontura que o tomou por ter levantado-se tão rápido. Entretanto, ao abri-los mais uma vez, surpreendeu-se ao não se ver coberto pelo tecido amarelo grosso, mas por um tom de azul bem claro.

Olhou em volta, vendo não mais o quarto branco. O que estava, possuía também paredes claras, mas algumas estavam pintadas em um tom bonito de verde, decorado por alguns animais selvagens como girafas, leões e elefantes. Seu peito apertou e os olhos encheram-se de lágrimas.

Aquele era o seu quarto.

Novamente olhou para baixo, agora reparando em suas mãos. Estavam menores do que ele se lembrava e não havia sequer um calo ou arranhão, tal como costumava ser. A princípio, fez uma careta, mas sua expressão mudou assim que a porta do quarto foi aberta, revelando a figura que a tanto não via, mas que sentia tanta falta.

ー Mamãe? ー Murmurou boquiaberto, esfregando os punhos no rosto, esperando que aquilo fosse algum tipo de miragem.

ー Dormindo até tão tarde, meu filho?! ー A mulher arqueou a sobrancelha e cruzou os braços. ー Temos visitas, Dongie! Levante-se, meu amor.

Assim ele fez, caminhando em passos lentos até a mulher. Não pensou antes de abraçá-la com força, esfregando o rosto pequeno na blusa branca que era a favorita da mãe, inspirando o perfume tão característico e que ele tanto amava.

ー O que te deixou tão manhoso, amor? ー Perguntou entre risadas, devolvendo o abraço na mesma intensidade que o recebia. ー Teve um pesadelo?

Donghyuck somente ergueu a cabeça, amassou os olhos úmidos com a bochecha quando sorriu largo. Negou, subindo a destra para tocar no cabelo ondulado com carinho, enrolando a pontinha das mechas dos dedos e soltando em seguida com cuidado.

ー Eu só senti a sua falta… ー Assumiu, enterrando o rosto nas vestimentas mais uma vez. ー Você não vai embora de novo, vai?

ー E para onde eu iria, Donghyuck? ー Colocou as mãos nos ombros do filho, afastando-o gentilmente para conseguir ficar de joelhos e olhá-lo nos olhos. ー Tudo que eu preciso está bem aqui na minha frente! ー Deu um longo e demorado beijo na bochecha cheia do menino, dando uma fraca mordida em seguida. ー Vamos descer, tá bom? É falta de educação deixar as visitas esperando por tanto tempo. ー Por fim, ela se levantou e estendeu a mão para o seu pequeno, sendo agarrada por ele sem demora.

Deu risada quando ele grudou em si novamente, vendo como sua única saída pegar o filho no colo. ー mesmo que ele estivesse pesado demais para seus braços finos.

ー Não acha que você está velho demais pra isso? ー Não recebeu respostas, apenas teve o pescoço agarrado e usado como esconderijo para o garoto. ー Estou te estranhando.

Com calma, ela desceu os degraus da escada, segurando muito bem o corpinho de seu bebezão. Assim que chegou ao primeiro andar da casa, tratou de seguir caminho até a cozinha, tendo Tutti frutti, a São Bernardo, em seu encalço. Suspirou e colocou Donghyuck no chão, reclamando que não se lembrava do filho ser tão pesado.

ー Finalmente acordou! Achei que não viria nos ver.

Donghyuck arregalou os olhos ao ouvir aquelas palavras, que vinham de uma voz tão conhecida por si. Virada para o fogão, mexendo algo em uma das panelas com uma colher de pau, lá estava ela.

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