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Capítulo 2: Lee Donghyuck
Julho de 2025

ー Nana, nana, nana. ー Jisung cantarolava, revezando entre bater as mãozinhas na água e colocar seu patinho de borracha na boca.

Jaemin estava terminando de enxaguar os cabelos do menino, com um sorriso do tamanho do mundo em seus lábios.

Ele amava quando Jisung cantarolava seu nome.

Enrolou o pequeno na toalha, secando bem e saindo do banheiro logo em seguida. Não tinha pressa alguma enquanto seguia caminho até o quarto do bebê, afinal aquela era sua última tarefa do dia. Vestiu Jisung com uma roupa leve, penteou seus cabelos e leu para ele uma de suas histórias favoritas.

Ah, como sentia falta de ler. Desde que Jisung nasceu, ele não chegava perto de suas prateleiras se não para limpá-las. Estava realizado por voltar a se aventurar nas frases, por vezes lendo mais para si do que para Jisung de fato.

Mas ele já estava dormindo, então não se importaria.

Jaemin engoliu as páginas da curta história em somente 10 minutos, respirando fundo ao chegar no ponto final. Era apaixonado por aquela de muitas versões de A Pequena Sereia. A história resumida em poucas páginas e com escrita simplificada tornavam a leitura mais dinâmica e, teoricamente, melhor para crianças de dois a cinco anos.

Jaemin faria treze no próximo mês.

Deu um beijo na testa de Jisung, apagou as luzes, secou o banheiro e foi para seu quarto. Sentia que estava mais do que na hora de voltar para seu mundinho literário.

Durante duas horas, ele se perdeu nas curtas histórias dos clássicos contos de fadas perdidos na prateleira. Temendo uma bela ressaca literária, Jaemin decidiu começar pelos mais breves.

Branca de Neve, A Bela e a Fera, A Bela Adormecida, entre outros.

Quando já estava nas últimas páginas de A Princesa e o Sapo, viu a porta de seu quarto, apenas um metro e meio à frente de sua cama, abrir-se lentamente. Pensou que Jisung tivesse acordado; que Donghyuck lhe perguntaria onde estariam as torradas ou que Jeno estivesse a procura de um sabonete novo. Entretanto, todos seus rápidos pensamentos se dissiparam ao ver o par de olhos de raposa o encarando no escuro.

ー Já disse que você me assusta quando encara desse jeito. ー Murmurou, alto o suficiente para que a figura ouvisse e desse uma risada soprada. ー Não deveria estar dormindo? ー Moveu o pescoço em direção ao seu relógio, mostrando que já passava das duas da manhã.

ー Estava com saudade de ficar contigo, sabe? Geralmente de madrugada, estamos exaustos! ー Renjun entrou timidamente, fechando a porta atrás de si e esboçando um sorriso pequeno, iluminado pela luz fraca da lamparina de Jaemin.

ー Você teve um pesadelo, não teve? ー Arqueou a sobrancelha e virou a página.

Renjun anuiu.

ー E Donghyuck está dormindo. ー Presumiu, sorrindo antes mesmo que a resposta gaguejada saísse da boca do amigo.

ー Ele disse que se eu o acordasse no meio da madrugada mais uma vez essa semana, me jogaria pela janela! Não é uma queda pequena. ー Fez bico.

ー Então fui sua segunda opção?

ー Não diria que foi a "segunda opção". ー Colocou as mãos na cintura, bolando algum argumento para desmontar o amigo. Acabou suspirando derrotado. ー É, é exatamente isso! ー O bico voltou aos seus lábios.

"Então casaram-se e viveram felizes para sempre" ー Jaemin leu a última frase, fechou o livro, deixou-o na cômoda e sentou-se mais ao canto do colchão, batendo a mão direita algumas vezes no estofado, convidando Renjun a sentar.

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